Silvia Tada
Holly Lee de Souza, 24 anos, acusado de participação na morte de Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o Dudu, foi condenado a 24 anos e 10 meses de reclusão por homicídio doloso — qualificado por motivo torpe, utilização de meio cruel e com recursos que dificultaram a defesa da vítima, que tinha menos de 14 anos — e por ocultação de cadáver. Ele foi o último dos cinco réus a ser julgado; José Aparecido Bispo da Silva, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado pelo júri popular, realizado em março, a 26 anos anos de prisão. Os outros três adolescentes cumpriram medidas socioeducativas e estão soltos.
Com o fim dos julgamentos, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, autorizou que a família de Dudu faça o enterro dos restos mortais localizados pela polícia. Simbolicamente, os pais tiveram acesso, ontem, no Fórum de Campo Grande, ao caixão contendo a ossada. Hoje será feito o velório, na casa do pai, Roberto Gonçalves, e o enterro, no cemitério Memorial Park.
“Depois de tanto tempo, vamos poder enterrar nosso filho, levantar a cabeça e seguir com nossas vidas, que estavam suspensas aguardando os julgamentos”, relatou Roberto, momentos antes da leitura da sentença. Ele e a mãe de Dudu, Eliane Martins, além de amigos e familiares, acompanharam o julgamento.
Crime
Dudu foi morto, segundo a acusação, feita pelo promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, no dia 22 de dezembro de 2007. José Aparecido, conhecido como Cido, teria pago R$ 100 para Holly Lee e para os adolescentes para matar a criança, que foi pega quando brincava próximo de sua casa, no Jardim das Hortênsias. O homem não estaria conformado com o rompimento do relacionamento com Eliane.
Em depoimentos, que depois foram negados em juízo, os envolvidos confirmaram que espancaram Dudu até a morte e depois enterraram o corpo. Passados alguns dias, Cido e mais duas pessoas desenterraram o corpo e, com golpes de machado, os ossos foram partidos e depois queimados, sendo posteriormente enterrados.
A defesa de Holly Lee, feita pelo defensor público Fábio Rombi, argumentou que o réu sofre de doença mental, mas os argumentos não foram suficientes para livrá-lo da condenação.
O caso gerou comoção na sociedade. Sem saber que o filho estava morto, os pais espalharam cartazes pela cidade e fizeram campanhas em busca de pistas sobre o garoto.