Thiago Andrade
A história da música popular tem no rock um de seus grandes – e talvez mais duradouros – momentos. Com quase 60 anos, o ritmo nascido nos Estados Unidos, que mesclava country e blues em canções rápidas, continua ganhando adeptos em todo o mundo. Isso, sem falar nas bandas que pululam a todo momento. No Dia Mundial do Rock, comemorado hoje, alguns fãs, que acabaram se tornando colecionadores, mostram um pouco do seu acervo e contam como se apaixonaram pela música feita, basicamente, com guitarras, baixo e bateria.
Quando surgiu, o rock chocou a sociedade por sua atitude irreverente e logo conquistou a simpatia dos jovens. O ritmo nasceu com características cosmopolitas e chegou facilmente ao Brasil. O jornalista Flávio Teixeira conta que tinha “mais ou menos” 15 anos quando teve seus primeiros contatos com a música estadunidense. “Eu morava em Três Lagoas, mas um amigo tinha família no Rio de Janeiro e de lá vinham os discos que nós escutávamos”, lembra.
Na época, quem fazia sucesso eram músicos como Jon Secada e bandas como Bee Gees, que animavam as brincadeiras dançantes, como eram chamadas as festas promovidas na casa dos amigos. “Um dia, levamos um disco do Led Zeppelin, mas depois de três músicas nos mandaram embora”, conta. Segundo o jornalista, o rock ainda era pouco conhecido no interior do Estado e todos que consumiam esse tipo de música se conheciam.
“Tudo aconteceu depois do Woodstock, então, nós estavamos naquela onda hippie, deixando os cabelos crescer e éramos muito ligados ao movimento psicodélico”, ressalta. Já tendo ultrapassado a faixa dos 50, Flávio ainda se mantém fã da música psicodélica, que além de expoentes como Pink Floyd e Beatles, em sua fase “Sgt. Peppers and the Lonely Hearts Club Band”, tem representantes mais obscuros apreciados pelo jornalista, como a banda Van Der Graaf Generator, ligada ao rock progressivo inglês do final da década 60.
Mas a coleção de Flávio vai além e incorpora novidades produzidas em todo o mundo. “Procuro ficar antenado, ouvir tudo o que existe de novo e pesquisar o máximo possível”, aponta. Embora não tenha os números, o jornalista conta com grande número de CDs, LPs e arquivos em MP3. “A internet abriu as portas do mundo para o conhecimento musical. É fácil pesquisar e sempre existe alguma banda nova para escutar”, explica.
Segundo ele, as manhãs são o melhor momento para ouvir rock. “Criei um sistema de som ligado em um toca-discos recém-comprado. Eu coloco para tocar de manhã e fico escutando até a hora de ir para o trabalho”, aponta.
O rock abriu as portas para que o jornalista conhecesse outros estilos musicais como o jazz e, até mesmo, a música erudita. “Foi por meio de pesquisa que isso aconteceu. A gente quer descobrir as referências e acaba descobrindo coisas muito interessantes”, pontua.