Carlos Henrique Braga
A aproximação do inverno já tem reflexo nos preços do leite no atacado e no varejo. Em março, o consumidor final pagou 9% mais caro no produto pasteurizado do que em fevereiro, conforme Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), da Universidade Anhanguera/Uniderp. Entre março de 2009 e 2010, o litro do leite tipo C Iporã teve alta de 8,3%, passando de R$ 1,43, em média, para R$ 1,55.
O produto lidera a lista de itens que mais influenciaram a inflação no último mês. Em 2010, a inflação acumulada do leite é de 4,73%, mais da metade da registrada em todo o ano passado (8,14%).
Varejo
Nas principais redes de supermercado da Capital, o leite tipo C, de saquinho, variava entre R$ 1,53 e R$ 1,59, no último domingo. As marcas Garotão e Imbaúba foram as únicas encontradas no Comper Rui Barbosa e na unidade 24 horas do Extra. A loja do Carrefour, no Shopping Campo Grande, deixou de vender esse tipo de leite há cerca de quatro meses, segundo repositor.
A rede francesa aposta na marca própria para oferecer preço mais baixo no segmento longa vida, de caixinha. Ao lado da marca São Gabriel, uma das mais populares entre os consumidores, o litro do leite Carrefour foi o mais barato na pesquisa do Correio do Estado: R$ 1,89 para desnatado ou integral.
Entre as mais caras estavam as marcas Parmalat (entre R$ 2,15 e R$ 2,18), Itambé (de R$ 2,09 a R$ 2,19) e Elegê (R$ 2,09). Em mercearia, no bairro Jardim Leblon, o leite São Gabriel atingiu R$ 2,35.
Atacado
O leite in natura é o que mais influencia o valor dos produtos na Jeito Frio, maior fábrica local de sorvetes. De acordo com a nutricionista responsável pela produção, Luciane Gonzalez, quanto mais próximo do inverno, mais caro o produto nos laticínios. “Até setembro os preços estarão altos. A produção de leite nessa época é menor nas fazendas por conta do desmame e da menor qualidade dos pastos”, explica. Ela contabilizou 6,25% de aumento no valor pago pela empresa no litro de leite comprado dos laticínios. “Pagamos entre R$ 0,85 e R$ 1,40. No verão os preços são bem mais baixos”, avalia a nutricionista, que prefere não comentar números de produção da indústria.
A empresa fabrica 60 tipos de sorvete, a maioria com adição de leite in natura ou em pó. Para diferenciar-se das concorrentes, fábricas caseiras que popularizaram a venda em “copão”, a Jeito Frio optou por não usar compostos lácteos, como soro.