O PSDB está vivendo, atua lmente, a mesma inquietação vivida pelo PT antes da eleição de Lula: ainda não tem candidato definido e corre o risco de disputar a eleição com um candidato a ser tirado do bolso do colete e com pouca chance de vitória. Diante da possibilidade, cada vez maior, de o governador de São Paulo, José Serra, desistir de concorrer deixando, para a direção nacional, a dificílima e ingrata tarefa de escolher quem o substituirá. Ontem, os meios políticos nacionais apontavam para o fato de que, nas regiões Norte e Nordeste, a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, já teria ultrapassado nas pesquisas o governador paulista, José Serra. Em alguns estados, com larga margem de vantagem. Os mais pessimistas chegam a crer e prever que, daqui a mais alguns meses, a vantagem será maior não apenas no Norte- Nordeste, mas na maioria dos estados, o que seria um desastre. Com índice de aprovação de 70% nas pesquisas para o Governo de São Paulo, José Serra adia o anúncio de sua decisão sobre concorrer ou não. Inquieta os cardeais tucanos e as lideranças dos partidos que se apresentaram como aliados de primeira hora. O que leva a pensar que ele, mais adiante, possa chamar a nacional para um encontro, comunicar a sua intenção de não disputar a eleição presidencial e indicar, como candidato, o mineiro Aécio Neves. A rigor, o que temos agora é um clima geral de inquietação e de temor, diante da indecisão de Serra e da falta de atuação da direção nacional tucana em cobrar uma definição rápida que dê tranquilidade aos aliados principais, dentre eles o Democratas e o Republicano. Todos, por sinal, acometidos de um sentimento de angústia sem precedentes. O mais grave de toda esta problemática é o fato inegável de que a indefinição do PSDB vem acarretando a extensão do problema aos demais estados brasileiros, onde tucanos e aliados aguardam por uma postura que permita, finalmente, aliançaremse com os demais partidos, inclusive nanicos. Se os três comandos nacionais não conseguem a esperada definição, que dirá os estaduais, que se esforçam para ter a escolha de um palanque e nada conseguem. Todo esse clima, como não poderia deixar de ser, tem reflexos também aqui em Mato Grosso do Sul e é por isso que o governador André Puccinelli não consegue contentar os seus aliados. Se nem ele sabe qual será o rumo, como poderá definir o seu futuro político? Daí a sua reação contra os líderes do PSDB, do DEM e do PPS regionais, que cobram dele a esperada decisão. Nessas alturas, dizem seus assessores, ele joga a bomba para o colo dos tucanos: definam vocês primeiro. Do tipo, eu é que estou esperando.