O governador André Puccinelli (PMDB) adiou para maio o anúncio do parceiro de chapa do deputado federal Waldemir Moka (PMDB) na disputa pelo Senado. Sobre o seu rumo na sucessão presidencial, Puccinelli voltou a divagar ao declarar a necessidade de “olhar as nuvens”. No último domingo, o PMDB escolheu, por meio de prévias, Waldemir Moka para ser o candidato ao Senado da legenda. A outra vaga, Puccinelli prometeu reservar a um partido aliado. Ele já tinha convidado o vice-governador Murilo Zauith (DEM). Mas ontem não deixou claro o seu desejo de fazer aliança com o bloco liderado pelo PSDB, integrado pelo DEM e PPS. André disse apenas ontem durante inauguração da Escola-Padrão, no Bairro Moreninha IV, que a escolha do segundo candidato a senador ocorrerá em maio, não mais no fim deste mês. O bloco dos tucanos exige a vaga de senador numa aliança com o PMDB. O nome escolhido foi o de Murilo. O problema do PSDB é a demora de Puccinelli definir o seu rumo na sucessão presidencial, que vai condicionar a aliança estadual. Se o governador apoiar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, por exemplo, não contará com os tucanos na sua campanha eleitoral. De aliados, vão se transformar em ferrenhos adversários. A justificativa de Puccinelli para adiar a composição da chapa de senador é a discussão do índice do reajuste salarial dos servidores estaduais. “Primeiro, eu vou cuidar do aumento salarial”, explicou. Depois, o governador espera decidir seu rumo na sucessão presidencial. “Aí eu começo a olhar as nuvens do céu”, completou. Em seguida, escolherá o outro candidato ao Senado. Frequentemente, Puccinelli vem se referindo as “nuvens” para escapar das indagações sobre seu caminho na sucessão presidencial. A declaração é uma maneira de destacar a necessidade de observar o cenário político antes de decidir seu rumo. Ontem, ele reafirmou que “a Dilma (ministra Dilma Rousseff) tem que ver com que noivo quer casar” porque não aceitará “dois palanques” em Mato Grosso do Sul. Ou seja, Puccinelli condiciona seu apoio ao PT à retirada da candidatura do ex-governador José Orcírio dos Santos (PT). Caso o petista insista em enfrentá- lo, ele promete oferecer palanque ao candidato do PSDB. No entanto, o governador não tem pressa para decidir seu futuro, ao contrário dos tucanos. Anteontem, a senadora Marisa Serrano (PSDB) informou que no máximo em 15 dias o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), vai oficializar sua candidatura a presidente. “Aí, o André vai ter que se posicionar”, cobrou. “Ela (Dilma) não me procurou e nem o Serra falou comigo”, justificou Puccinelli. “Só a partir de 31 de março, vou começar a olhar as nuvens”, reforçou. Vice A escolha da prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB), para ocupar a vaga de vice em sua chapa deverá ser a única decisão que o governador vai efetivar até 31 de março. Anteontem, a prefeita deu sinais claros de que vai ficar com a vaga. Ela até falou em anunciar sua renúncia até o próximo dia 20.