Diferentemente da soja, em que o preço do produto está quase 35% abaixo do registrado durante a colheita da safra passada, o algodão cultivado principalmente em Chapadão do Sul, Costa Rica e São Gabriel do Oeste, está com a cotação de mercado 17% acima do preço da safra anterior, o que anima os cotonicultores sul-matogrossenses. Mato Grosso do Sul vai plantar área total de aproximadamente 39 mil hectares de algodão na safra atual, que está dividida em 32 mil hectares da safra normal que foi plantada até 30 de dezembro último, e o chamado algodão safrinha e o algodão adensado. Essa área atingirá 7 mil hectares e o plantio foi iniciado na segunda quinzena de janeiro tão logo foi iniciada a colheita da soja. A safra normal deve ter uma pequena redução de produtividade uma vez que o plantio atrasou um pouco por causa das chuvas intensas em janeiro e também pelo excesso de umidade que prejudicou a formação das lavouras, provocando menor densidade populacional. De acordo com as informações do engenheiro agrônomo Pedro Carlos Calgaro, da Corretora Algotêxtil, filiada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, a expectativa é de que a produção de algodão no Estado de Mato Grosso do Sul seja de 150 mil toneladas, sendo 60 mil toneladas de pluma, comercializada para indústrias têxteis, e 90 mil toneladas de caroço de algodão, que é utilizada pelas indústrias de óleo ou de ração. A col heita do a lgodão safra normal será realizada em julho próximo, enquanto as lavouras de algodão safrinha e algodão adensado (cultivado em espaçamento menor do que o tradicional) aconterá em agosto, segundo Calgaro. Ele explicou também que, apesar das perdas iniciais provocadas pelo excesso de chuvas em janeiro, as perdas finais não deverão ser significativas, especialmente pela boa capacidade de recuperação das lavouras de algodão. Mercado favorável O mercado do algodão está favorável e o preço está aproximadamente 17% mais alto do que a cotação da safra passada. Isso, segundo Pedro Calgaro se deve à baixa oferta de algodão no ano passado, causada principalmente pela redução da área no Brasil. “Outro fator importante foi a recuperação do mercado internacional”, explicou. Ele tomou por base a cotação do algodão no dia 30 de janeiro de 2009 e 30 de janeiro de 2010 para chegar a essa diferença, a mais de 17%. “Esse fator impulsionou os produtores a plantarem um pouco mais em janeiro último” concluiu. Soja Na região de Chapadão do Su l aproximadamente 30% da área de soja está colhida. Como tem se verificado em quase todas as áreas do Estado, as lavouras estão em condições bastante satisfatórias, sendo que estão sendo colhidas em média 50 sacas por hectare. “A safra está muito boa, mas o que preocupa é o lucro, que deve ser minimizado”, afirmou Pedro Calgaro. Segundo ele, nesta época do ano passado a saca de soja estava cotada a R$ 46 e hoje está em aproximadamente R$ 31, evidenciando uma diferença para menos de 35% aproximadamente. Outro fator que está elevando o custo de produção e por isso representando menos lucro para os sojicultores é a incidência da ferrugem, que exige mais e mais aplicações de defensivos.