Paulo Cruz, Auto Press
O mercado é movido a novidades e as montadoras sabem que precisam de novos produtos para manter o ritmo de vendas. Em 2010 e nos próximos anos, seremos invadidos por centenas de novidades, inclusive de novas marcas que estão aportando em terras brasileiras e sul-mato-grossensses. E uma dessas novidades, que vai causar impacto nas ruas, é o Citroën AirCross. Os executivos da montadora de origem francesa não escondem o otimismo em relação ao novo produto. Durante o evento de “lançamento industrial”, que marcou oficialmente o início da produção do modelo na fábrica de Porto Real, no sul fluminense, as projeções de vendas do modelo foram ganhando corpo. À noite, havia a certeza de que seriam comercializadas 2 mil unidades mensais, com possibilidades de chegar a 2.500. No dia seguinte, na visita à linha de montagem, 2.500 unidades a cada mês já eram dadas como quase certas. Caso essas últimas previsões se concretizem, o monovolume com jeito de aventureiro responderia sozinho por 1% dos carros de passeio vendidos no País e elevaria em 40% a participação da marca no mercado brasileiro: pularia dos atuais 2,5% de “share” para 3,5%.
Os motivos para o crescente entusiasmo são evidentes. O C3 AirCross é um carro muito bem resolvido visualmente. Ele chega ao mercado em meados de setembro próximo para se perfilar ao lado de outros pseudo-off-roads compactos do mercado brasileiro, como Ford EcoSport, Volkswagen CrossFox e Fiat Palio Adventure. E terá a vantagem de ser explicitamente bem mais moderno que os rivais, todos já com muitos anos de mercado.
O design do C3 AirCross buscou abrutalhar as linhas do modelo-base, o C3 Picasso – que deve chegar ao mercado nos primeiros meses de 2011. Foi uma forma de tornar o monovolume mais palatável para o público masculino. Isso explica o pouco prático estepe pendurado na tampa traseira, que, além de aumentar o comprimento do veículo, complica o acesso ao porta-malas. Outras mudanças “aventureiras” são as saias laterais, que insinuam um estribo, os apliques na parte inferior da frente e da traseira, como se fossem “peitos de aço”, e as barras no teto que se estendem desde a base do vidro dianteiro até o vidro traseiro. Todos estes apetrechos, assim como as molduras dos faróis de neblina, são na cor de alumínio e contrastam bem com detalhes em cromado, como as maçanetas e na parte superior das carcaças dos espelhos. Na base das portas, o adesivo com os dizeres “AirCross” aparece em letras garrafais.
Todo o visual do AirCross parece buscar uma imagem de sofisticação e de requinte. No interior, muito bem acabado, há também detalhes em alumínio nas saídas de ar e no volante – que ostenta no miolo, pela primeira vez, a nova logomarca da montadora. Outro ponto atrativo do AirCross é o espaço interno, bastante generoso. O modelo da marca francesa tem 4,28 metros de comprimento, 1,72 metro de largura e 1,70 metro de altura. Mas ele se destaca mesmo pelo entre-eixos de 2,54 m de entre-eixos – significativamente maior que o dos rivais. Isso se reflete em um habitáculo bem mais amplo.
Motor
O C3 AirCross virá sempre equipado com o motor 1.6 16V, que desenvolve até 113 cv de potência e 15,8 kgfm de torque. A princípio, o modelo será oferecido em duas versões, como é tradicional na marca. A básica, GLX, deve começar em R$ 55 mil e virá com ar-condicionado, ABS, airbags frontais, trio e visual externo mais despojado – para-choques sem pintura, por exemplo. A versão superior será a Exclusive e, além de pintura nos parachoques, ar-condicionado digital automático, airbags frontais e laterais, ABS, rádio/CD player da Pionner, bancos revestidos parcialmente em couro e sensores de estacionamento traseiro, entre outros. Esta versão deverá sair em torno de R$ 60 mil. Com o incremento de um Pack Techno, o AirCross ganha, entre outros recursos, um GPS com tela de sete polegadas bem no centro do tablier – no lugar onde ficam os dois inclinômetros e a bússola nas outras versões. Completo, o modelo da Citroën deve bater os R$ 65 mil.
Em todos os projeto do C3 Picasso, que inclui a versão AirCross, foram investidos 180 milhões de euros – pouco mais de R$ 400 milhões – durante os 38 meses de trabalho, entre concepção, compras, desenvolvimento e industrialização. Além de chegar ao mercado brasileiro, o Aircross vai ser exportado para Argentina, Uruguai, Paraguai e Colômbia, entre outros.