Os grupos que mais contribuíram para a elevação da inflação foram: alimentação 1,16%, habitação 0,74% e educação 0,35%. Já os grupos que mais contribuíram para a queda foram: vestuário (-1,15%) e despesas pessoais (-0,61%).
A habitação apresentou forte elevação devido aos aumentos dos seguintes produtos: esponja de aço 7,69%, energia elétrica 3,58% e DVD 1,90%. Quedas de preços ocorreram com: forno microondas (-4,22%), ventilador (-3,13%) e refrigerador (-2,64%). Outro grupo que registrou forte inflação foi alimentação (1,16%), reflexo dos elevados valores das carnes bovina, suína e de aves.
Carnes
“A maioria dos cortes de carne bovina apresentou aumento de preço, devido a forte estiagem que estamos atravessando, prejudicando as pastagens naturais. Com a entrada no mercado do boi gordo de confinamento, os preços tendem a subir, motivados pelos altos custos da ração e hospedagem dos animais. Com as grandes perdas de milho e soja ocorridas no Meio Oeste Americano, a situação daqui para o final do ano pode se agravar ainda mais, com fortes aumentos no setor de carnes em geral. As carnes de aves e suína também começaram a ter fortes altas”, afirma o pesquisador da Anhanguera-Uniderp, José Francisco Reis Neto.
Por outro lado, o grupo alimentação também sofre influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns produtos aumentam o valor ao término da sua safra, outros diminuem quando entram na safra. Além das carnes, os outros produtos que mais pressionaram a inflação para cima foram: pimentão (28,34%), repolho (21,60%), limão (20,77%), beterraba 16,63%, cenoura 16,59% e tomate 15,95%. Por outro lado, alguns s tiveram reduções significativas: abobrinha (-24,36%), cebola (-13,35%), uva (-8,48%) e laranja pera (-7,31%).
No item carnes, vários cortes de carne bovina tiveram alta: contrafilé 4,22%, coxão mole 4,12%, patinho 2,22%, músculo 1,54% e cupim 1,04%. Outros tiveram redução: fígado (-6,86%), paleta (-4,20%), filé mignon (-1,54%), alcatra (-0,81%), picanha (-0,66%) e lagarto (-0,11%). “Para os próximos meses a tendência é de alta”, reforça José Francisco. Em relação à carne suína, houve uma reação em relação ao mês passado, com aumentos significativos da costeleta 5,33%, pernil 4,31% e bisteca 3,14%. Quanto à carne de aves, tanto miúdos quanto frango congelado aumentou: miúdos 3,57% e frango congelado 0,15%.
Transportes
O grupo Transportes apresentou pequena inflação, da ordem de 0,09%, principalmente, pelos valores de óleo diesel 4,03% e gasolina 0,18%. Ocorreram quedas de preços de etanol (-4,77%) e automóvel novo (-0,17%). O Grupo Educação também registrou pequena deflação, da ordem de 0,16%, devido aos aumentos em produtos de papelaria, de 3,39%.
Já o grupo Despesas Pessoais apresentou uma moderada deflação, da ordem de (-0,61%). As principais altas foram com os produtos: absorvente higiênico 5,88%, hidratante 1,47% e produto para limpeza de pele 0,92%. Quedas ocorreram com: filme fotográfico (-6,87%), protetor solar (-3,13%) e creme dental (-2,24%).
Saúde
No mês de agosto de 2012, o grupo Saúde registrou pequena inflação da ordem de 0,16%. Destacaram-se: consultas de médicos pediatras 5,31%, material para curativo 2,82%, antiinfeccioso e antibiótico 1,80%, vitamina e fortificante 1,43%. Quedas ocorreram com: antialérgico e broncodilatador (-3,19%), anticoncepcional e hormônio (-1,69%), antigripal e antitussígeno (-1,67%) e psicotrópico e anorexígeno (-0,13%).
Vestuário
Observou-se no grupo Vestuário forte deflação em seu índice, da ordem de (-1,15%) em relação ao mês de julho. Aumentos de preços em produtos desse grupo foram verificados nos itens: camiseta feminina 10,27%, sandália/chinelo masculino 10,13%, short e bermuda masculina 2,28%. Ocorreram quedas de preços nos produtos: camiseta masculina (-13,72%), calça comprida masculina (-3,45%) e camiseta masculina (-1,58%).
Inflação acumulada - A inflação acumulada neste ano de 2012, na cidade de Campo Grande, é de 2,98% e, nos últimos 12 meses é de 5,27%, ultrapassando o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que para o ano de 2012 é de 4,5%. A tendência para este ano de 2012 é que a inflação acumulada na cidade de Campo Grande fique dentro da meta estabelecida pelo CMN, que é de 4,5% ± 2%, isto é, até 6,5%.
“O grupo Despesas Pessoais continua liderando em termos de inflação acumulada neste ano de 2012, com índice de 7,87%, sinalizando que o setor de serviços é aquele que mais tem sofrido reajustes de preços nesses últimos meses. O grupo Educação vem em segundo lugar, com 5,66%, que também é um grupo de serviços, motivado pelo aumento das mensalidades escolares de janeiro, reforçando, assim, que o setor de serviços tem puxado a inflação para cima. O reflexo só não é maior na inflação da cidade porque os pesos desses grupos são pequenos na composição da mesma. Os grupos Saúde e Habitação, além de Despesas Pessoais e Educação também têm inflações acumuladas elevadas, acima da inflação acumulada geral do ano de 2012, que é de 2,98%”, aponta o coordenador do núcleo que divulga o IPC/CG, Celso Correia de Souza.
O grupo Despesas Pessoais também lidera a lista das inflações acumuladas em 12 meses, com 8,82%, seguida do grupo Alimentação com 7,24%, transportes 6,40% e Educação 6,09%, inflações essas superiores a inflação acumulada em 12 meses, que está em 5,27%.
Os dez mais e os dez menos
Os dez produtos que mais contribuíram para a inflação foram Energia elétrica; Óleo diesel; Pescado fresco; Arroz; Papelaria; Tomate; Contrafilé; Maçã, Bebidas alcoólicas e Cenoura. Já os dez que menos contribuíram para a elevação da inflação na cidade de Campo no mês de agosto foram: Etanol; Camisa masculina; Filme fotográfico; Calça comprida masculina; Laranja pêra; Cebola; Queijo muçarela/prato; Paleta; Feijão e Alcatra.