O advogado Jonas Tadeu Nunes disse nesta segunda-feira que passou à polícia no Rio de Janeiro o nome e informações do homem que acendeu o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, que teve morte cerebral. Nunes representa o tatuador Fábio Raposo, preso acusado de ser coautor do crime. Andrade teve morte cerebral hoje.
Policiais da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) estão em diligência na tentativa de capturar o suspeito. Momentos após o advogado ter falado com a imprensa, o delegado Maurício Luciano, titular da 17ª DP, deixou o prédio.
"O objetivo da defesa era delação premiada. O Fábio não conseguiu indícios diretos pelo Facebook dele, mas me passou um caminho para que eu chegasse a essa pessoa. Não é o acusado, é uma pessoa próxima que está ajudando esse homem a se entregar e ter os mesmos benefícios que o Fábio vai usar. O processo de delação premiada está concluído, acredito eu, mas não vou discutir isso aqui, vou discutir em juízo", diz o advogado.
Com a morte confirmada do Santiago, o advogado vai tentar transformar a acusação em "lesão corporal gravíssima seguida de morte". Até agora, a acusação era de tentativa de homicídio.
O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão caso o cinegrafista não resistisse aos ferimentos. Santiago Andrade teve afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e foi submetido a uma cirurgia logo após ser levado para o Hospital Souza Aguiar, onde estava em coma induzido até ser constatada sua morte.
O tatuador confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O cinegrafista cobria uma manifestação na Central do Brasil contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3, que começou a vigorar no sábado no Rio de Janeiro, e acabou ferido por uma bomba identificada pela polícia como sendo do tipo rojão de vara.