Michelle Rossi
O empresário Luiz Afonso dos Santos Andrade, 42 anos, acusado de matar a esposa, a arquiteta Eliane Nogueira de Andrade, 39 anos, foi transferido ontem pela manhã da 4ª Delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande para o Presídio de Trânsito, também na Capital, onde vai aguardar julgamento. Ele já está em cela comum, uma vez que não apresentou diploma de nível superior. Em entrevistas anteriores à imprensa e também ao delegado responsável pelo caso, Wellington de Oliveira, o empresário alegava que era bacharel em Direito. No entanto, nem seu próprio advogado chegou a confirmar a informação. “Se o diploma existisse com certeza ele o apresentaria à polícia pois garante a ele o direito de ficar em cela especial”, citou o delegado.
O inquérito sobre o assassinato da arquiteta, cometido no dia 2 de julho na Capital, foi encerrado na semana passada e pediu o indiciamento de Luiz Afonso pela prática de homicídio doloso por motivo torpe, fútil, asfixia, incêndio e dissimulação. O inquérito policial com os depoimentos e laudos do caso somou 370 folhas.
Na delegacia ele estava preso numa cela sozinho e parecia estar se preparando para a transferência para o presídio, segundo o delegado. “Ele chegou a comentar que estava bebendo água torneiral ao invés de mineral para se acostumar ao sistema prisional. Sabe que de agora em diante, as coisas vão mudar para ele. Vai dividir cela, inclusive”, apontou o delegado.
Sem visitas
Desde que foi preso, o empresário não recebeu visitas. Ao ser questionado sobre o assunto, o acusado disse que pediu para que ninguém fosse visitá-lo, uma vez que sua família mora no Paraná. “Minha mãe é de idade, pedi para ela não vir”, disse à época para a reportagem. A ausência dos amigos de Campo Grande, segundo o empresário, tem ligação com a morte de Eliane. “Os meus amigos eram amigos dela, deve ser por isso que fui deixado aqui, sozinho. Porque todos já me condenam”, resumiu.
Vindo do Paraná, Luiz mora em Campo Grande desde 2006, época em que conheceu Eliane, com quem estava casado havia dois anos. Na madrugada do dia 2 julho, a arquiteta foi encontrada morta com o corpo carbonizado, dentro do seu próprio carro, no Bairro Tiradentes. Provas como imagens de uma conveniência que registraram a presença nos arredores de onde o crime de incêndio foi praticado, assim como laudos periciais que mostram pedaços da camisa que Luiz usava na ocasião, dentro do carro queimado, foram reunidas no inquérito. O empresário também confessou, durante entrevista informal com o delegado, que deu uma chave de braço em Eliane, para matá-la, mas ele não confessou o crime durante depoimento.