ANAHI ZURUTUZA e thiago gomes
Holly Lee de Souza, 22 anos, acusado de participar da sessão de tortura que culminou na morte do estudante Luiz Eduardo Gonçalves, 10 anos, o Dudu, em 22 de dezembro de 2007, vai a júri popular hoje, a partir das 8 horas, no fórum da Capital.
A audiência, que será presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara dos Crimes Dolosos, Contra a Vida e Tribunal do Júri, já havia sido adiada por conta de recurso impetrado pela defesa do réu, no dia 31 de março deste ano, data em que José Aparecido Bispo da Silva, 53 anos, padrasto do garoto e mandante do crime, foi julgado e condenado.
Holly Lee conseguiu protelar o desfecho de sua situação. Ele alegou ter problemas psiquiátricos. Como réu, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela prática de crime previsto no Código Penal, no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel) e IV (recurso que dificultou a defesa da vítima), e parágrafo 4º (vítima com 10 anos de idade), combinado com os artigos 211 (ocultação de cadáver) e 29 (concurso de pessoas).
José Aparecido foi condenado a 26 anos de prisão, em regime fechado, e os três adolescentes que também participaram do assassinato já cumpriram medidas socioeducativas. O mentor do homicídio cumpre pena no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima. Holly Lee é o único acusado que ainda não foi julgado.
O crime aconteceu no dia 22 de dezembro de 2007. Segundo o processo, na Avenida Rachel de Queiroz com a Rua Damianópolis, no Bairro Aero Rancho, o acusado Holly Lee e os adolescentes E.S., J. A.E.R. e J.T.S., agindo a mando de José Aparecido, agrediram Luiz Eduardo a socos e pontapés, causando-lhe diversos ferimentos. Momentos depois, os quatro levaram o menino até a residência de José Aparecido, localizada na Rua Crevelândia, no mesmo bairro.
Eles entregaram a vítima para o mandante, que também a agrediu com socos e chutes. Posteriormente, o garoto foi levado a um local conhecido como “mangal” ou “cemitério dos cachorros”, ali sofrendo mais agressões. Luiz Eduardo não resistiu à sessão de espancamento e morreu, sendo enterrado naquela mesma área.
Alguns dias depois, o corpo foi desenterrado, partido em 700 pequenos pedaços com machado, queimado e enterrado de novo. Durante um ano, os pais ficaram sem saber o que havia acontecido com o garoto e a polícia também não tinha pistas.
Somente em março de 2009, policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude encontraram a ossada do menino. Quebrada e carbonizada, ela estava enterrada em terreno baldio. Os adolescentes foram apreendidos e confessaram ter matado Dudu a mando de José Aparecido.