ADRIANA MOLINA
Faltam menos de duas semanas para o Dia dos Pais e o comércio de Campo Grande ainda não se preparou para a data. Mas as estimativas já mostram a confiança do varejo, que mantém as vendas em ascensão neste ano, após o medo que afastou o consumidor das lojas em 2009. Pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade Anhanguera-Uniderp prevê aumento de 9% nas vendas, com potencial de R$ 19 milhões em comercialização. A intenção de compra do consumidor, medida pelos pesquisadores, é de 86%. A estimativa da Associação Comercial de Campo Grande é mais contida: 7% de crescimento.
A expectativa é que as vitrines e ofertas especiais do Dia dos Pais comecem a ser montadas e divulgadas apenas a partir do próximo final de semana. Atualmente poucas lojas fazem propagandas relacionadas ao evento. “Os comerciantes ainda estão aproveitando para vender os produtos ligados ao frio por conta dos dias que tivemos com temperaturas mais baixas e pela possibilidade da chegada de novas frentes frias por esses dias”, explica João Carlos Polidoro, vice-presidente da associação.
As vendas para a data, que é considerada a quarta melhor do ano pela entidade, ficando atrás do Natal, Dia das Mães e Dia das Crianças, devem se intensificar a partir da próxima segunda-feira, dia 2. Em empresas que vendem os presentes mais procurados da época, como roupas, sapatos e perfumes, a previsão é de que o acréscimo nas comercializações possa chegar a até 16% em relação ao Dia dos Pais de 2009.
“Estamos vivendo um melhor momento econômico que no ano passado, apesar dos aumentos nas taxas de juros. Há mais segurança no emprego e melhoria na renda, as pessoas estão mais estabilizadas, o que tem alavancado o consumo”, afirma Polidoro, ao explicar o índice positivo.
Pesquisa
Segundo o coordenador da pesquisa feita pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas, a pedido da Federação do Comércio de MS (Fecomércio), José Francisco dos Reis Neto, o montante é reflexo do acréscimo nas intenções de compra, que saltaram de 71% em 2009 para 86% neste ano. “Porém, tivemos o valor médio do presente reduzido, de R$ 109 para R$ 60, o que não representa descapitalização da população e sim uma mudança de comportamento, com a procura por presentes úteis e que causem menor endividamento”, explica o pesquisador.
Prova disso está na forma de pagamento. Cerca de 66% dos entrevistados disseram que vão pagar o presente do pai, sogro ou marido à vista, contra apenas 29% no cartão de crédito. “À vista eles ainda podem negociar e conseguir descontos de 3%, 5%, o que confirma essa mudança de mentalidade, visando economia e menor endividamento”, pondera Neto.
Presentes
Os presentes mais lembrados, de acordo com a pesquisa, foram as roupas, com 25% das intenções de compra, seguida pelas bebidas (22%), calçados (16%), carteiras (12%) e perfumes (11%). Contrariando o Dia das Mães, próximo ao período da Copa do Mundo, os eletroeletrônicos não estão na lista de preferência de consumo. A indicação é de menos de 1% e o mesmo acontece para os celulares.
A pesquisa ainda mostra que os homens preferem ganhar bermuda (36%), camiseta (36%), jaqueta (14%), calça (7%) e camisa (7%). Por outro lado, os homens não querem ganhar cuecas, pijama, meias e lenço.