Cidades

Cidades

A+ A-

A luta armada e a frente democrática

A luta armada e a frente democrática

Redação

06/05/2010 - 06h41
Continue lendo...

Jamais imaginei que a luta armada da década de 70 pudesse vir a ser, 40 anos depois, matéria de interesse eleitoral. Pois é isso que está acontecendo. A candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff despertou uma sanha tão reacionária, quanto interesseira, sobre o tema, em tudo semelhante ao terrorismo eleitoral que fizeram, no passado, quanto ao “perigo Lula”.
Recentes entrevistas de antigos comandantes militares, como o general Leônidas Pires, ex-comandante do temido DOI-CODI de São Paulo, concedidas à TV, puseram mais lenha na fogueira.

Disse o general que toda guerra gera vítimas, o que é verdadeiro, disse, também, que as ações armadas do Exército começaram somente após o frustrado atentado da antiga Ação Popular contra a vida do Presidente Costa e Silva no aeroporto de Recife. Aí ele falta com a verdade histórica. Quem foi enfrentado inicialmente pelas armas foi o Governo Constitucional de João Goulart e a partir daí se implantou uma Ditadura que, por mais de 20 anos, se impôs pela força das armas e pela repressão aos democratas de todos os matizes.

A resistência à ditadura, que se impunha por uma questão ética e política, provocou uma grande divisão entre as forças de esquerda. A principal matriz de onde brotou a esquerda no Brasil, o Partido Comunista Brasileiro - PCB, de imediato apontou o caminho da frente democrática, indicando que a luta não seria fácil e curta e, portanto, deveria envolver uma ampla articulação da sociedade brasileira. Já no início de 1966 reconhecia o recém criado MDB como um espaço válido de luta, indicando aos seus militantes a filiação no Partido. Nessa época, vários militantes e dirigentes do PCB, contrários à política de resistência democrática excluíram-se ou foram expulsos do partido

Com a violenta repressão que se abateu depois do AI-5, a luta armada surgiu como ato desesperado, de resistência ao regime militar. É dessa época o surgimento do MR8 – Movimento Revolucionário Oito de Outubro e da ALN - Aliança Libertadora Nacional, onde pontificavam lideranças como Marighela, José Dirceu, Franklin Martins, Vladimir Palmeira, e Fernando Gabeira, entre os mais conhecidos atualmente, todos originários do PCB.  Lá na sua militância estudantil, e depois na frente armada, estava a ex-ministra Dilma Rousseff em uma das diversas organizações que se formaram à época.
Foram pessoas corajosas, idealistas, muitas das quais entregaram as suas vidas por essa causa, mas foram derrotados, principalmente, pelos seus erros históricos e políticos, e não apenas pelas balas e pela tortura da repressão. A luta armada não era o meio mais eficaz, era burra, foi uma tática suicida, ajudou ao endurecimento do regime e à ampliação da repressão contra todos os democratas, das diferentes vertentes. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, militares brasileiros eram treinados em técnicas de combate e em tortura na escola da CIA no Panamá, para onde, algum tempo depois, muitos voltaram como experientes professores que superaram os mestres.

Mesmo atuando na frente legal, o PCB foi vítima da estratégia de autorreforma do regime. Havia o receio de que o “Partidão”, com a sua capacidade de articulação política ampla, pudesse transformar o MDB em um partido de massas e de esquerda. Foi nessa época que se abateu a maior repressão sobre os pecebistas. Neste ano, o pacato jornalista Vladimir Herzog e operário Manoel Filho, foram assassinados nas câmaras de tortura. Neste mesmo ano, sete membros do seu Comitê Central, foram assassinados pela ditadura o que, pela primeira vez na sua longa história, obrigou o Partido a retirar sua direção para o exterior.

Ao final, a história fez homenagem à tática vitoriosa da ampla frente democrática na qual militavam os comunistas do PCB, que foram os primeiros a lançar as palavras de ordem pela Anistia, pelos Direitos Humanos, pela Constituinte, pelas liberdades públicas e pelo Estado de Direito Democrático, inclusive se postando contra a extinção do MDB no momento em que o desânimo se abateu sobre os democratas liberais. Comparando as táticas de luta contra a ditadura, em uma tentativa de síntese histórica pessoal, tenho convicção de que o Presidente Jimmy Carter com a sua denúncia de violação dos direitos humanos no Brasil, fez mais pela nossa democracia do que o comandante Fidel Castro, também, que Ulisses Guimarães e Tancredo Neves foram mais úteis à causa da democracia do que o bravo Carlos Marighela e o ainda todo poderoso José Dirceu, hoje plenamente anistiado no seu partido, porque, afinal de contas, alguém tinha que fazer “o que precisava ser feito pela causa”.
Voltando ao terrorismo eleitoral, vale dizer que a sociedade democrática que ajudamos a conquistar funciona assim mesmo. Tem alternância, tem direito de diferenças, e outras coisas incômodas. Quem quiser, derrote esses personagens pelas ideias e pelas propostas, pela democracia, jamais fazendo correntes reacionárias como todos nós recebemos diariamente pela internet, tentando atingi-los pelo seu passado guerrilheiro ou pela sua vida pessoal.  Devemos julgá-los pelas suas posições no presente e não pelos seus erros do passado. Os militares brasileiros, também, devem ser julgados pela sua postura atual claramente constitucional e profissional.

Pessoalmente, preocupa-me mais a falta de uma autocrítica verdadeira desses líderes com relação a tal passado.  Não encontro, na maior parte deles, nenhuma afirmação clara do compromisso com a democracia. Afinal para quem assaltava bancos para arrecadar fundos para uma “boa causa”, que diferença faz comprar “300 deputados picaretas” para um projeto “superior” de poder. Para quem desacreditava na possibilidade de atuar dentro dos sindicatos, todos chamados de “pelegos”, que diferença faz cooptar e anular os movimentos sociais mais importantes do País. Ao que parece continuam prisioneiros da ideia de que “os fins justificam os meios”.

Chorar lágrimas eleitorais de crocodilo no túmulo de Tancredo não vale. Têm que assumir que erraram em não votar nele no colégio eleitoral, quando do outro lado da disputa se encontrava Paulo Maluf, inclusive expulsando seus deputados que assim o fizeram. Precisam explicar onde estavam eles na delicada transição com Sarney e o que fazem junto com Sarney, Collor e Maluf atualmente.

Fausto Matto Grosso, Militante do antigo PCB - [email protected] 02.05.2010

Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

Continue Lendo...

As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

Assine o Correio do Estado.


 

GOL-JUSTIÇA

Cão é levado para estado errado e morre após falha em transporte da Gol

Um cachorro de 4 anos morreu durante uma falha no transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia aérea Gol, nesta segunda-feira (22)

23/04/2024 17h45

Em nota, a Gol informou que houve "uma falha operacional" no transporte do animal e disse lamentar o ocorrido Divulgação Rede Social

Continue Lendo...

Joca, um cão da raça Golden Retriever, deveria ser levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), onde seu tutor o aguardava, mas foi parar em Fortaleza. Após a constatação do erro no destino do animal, ele retornou a Guarulhos, mas chegou morto no aeroporto em São Paulo.

Família acusa a Gol de negligência. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Marcia Martin, mãe de João Fantazzini, tutor do animal, diz que a empresa não chamou nenhum veterinário para avaliar o cão. A família também diz que Joca teria sido deixado dentro do canil, na pista, sob o sol.

"Olha aqui, cachorro do meu filho, saiu para ir para Sinop, um irresponsável enviou ele para Fortaleza, não contente, mandaram de voltar sem nenhuma avaliação de um veterinário, o cachorro está aqui dentro, morto. Eles mataram um Golden de 4 anos", disse Marcia Martin.

Tutor desabafou e disse que cão foi assassinado. "O meu amor foi assassinado, minha melhor escolha, amor da minha vida. Você foi muito novo. Eu me lembro do dia que eu te peguei e a nossa conexão foi momentânea. Meu filho, me perdoa por ter sido egoísta de querer você ao meu lado. Você é o amor da minha vida para sempre. Minha saudade vai ser diária. Saudades de dar a sua maçã toda manhã, levar você para a piscina e de cuidar de você diariamente. Obrigado por tudo meu companheiro", escreveu João em postagem no Instagram.

"FALHA OPERACIONAL", DIZ GOL

Em nota, a Gol informou que houve "uma falha operacional" no transporte do animal e disse lamentar o ocorrido. A empresa também afirmou que o cão recebeu cuidados, mas, "infelizmente, logo após o pouso do voo em Guarulhos, vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal".

Gol também disse que instaurou sindicância interna para apurar o ocorrido. "A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação".

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DA GOL

A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).
Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca. 

A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal. 

A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).