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A gratidão é imprescritível!

A gratidão é imprescritível!

Redação

18/08/2010 - 05h59
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O Correio do Estado, na sua edição de 2 de agosto, trouxe para os seus leitores, uma interessante lição política sob o título – poder sem pudor -, em que o seu autor, de uma forma sucinta, que não ultrapassa a meia dúzia de linhas,   narra o diálogo entre dois políticos brasileiros.
De um lado, Otávio Mangabeira, de outro, o senador João Candido Ferraz.
Na conversa, o primeiro chega à residência do segundo, e vê logo na parede da sua sala de visita, a fotografia emoldurada do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato derrotado à presidência da República,  nas duas últimas  eleições em que concorreu, em 1946 e 1950. Otávio Mangabeira,  pergunta para o senador,  como é que ele ainda guardava na redoma a foto do brigadeiro depois de tanto tempo. Por respeito e gratidão, disse o senador. Otávio Mangabeira, então, replicou, dizendo  ao senador  que em política a – gratidão – tem tempo certo para viver, e emendou dizendo que dura apenas seis meses, findos os quais,  ela prescreve.
Otávio incorreu em erro imperdoável, incompreensível, ingênuo mesmo, para um político de prestigio em todo o território nacional.
A gratidão é imprescritível.
Ela  cabe em qualquer circunstância em que o ser humano resulta envolvido. Não precisa ser evidenciada apenas na área política em que abunda com mais generosidade, embora os seus beneficiados  não consigam entender o caráter engrandecedor da ajuda, da orientação, do conselho, da palavra suave,  que receberam,  para ultrapassar as dificuldades que o destino reserva para cada qual.   
Na vida pessoal ela não é diferente, porque  não pode existir para o ser humano nada mais  desolador, angustiante,  do que receber uma acusação infundada.
É que ela, pela sua gravidade, ultrapassa a pessoa física do ofendido, e alcança, indubitavelmente, todo o grupo familiar.  O desequilíbrio emocional, as discussões, as desavenças, passam a ser uma constante no recesso do lar,  a ponto de levar o cidadão aos atos mais extremos,  que a sua consciência pode ditar.
É o retrato mais amargo da difamação, da injúria, da calúnia, que se pode imputar a alguém, porque, a toda evidencia, é  ele,  o alicerce da inimizade, da discórdia, da mágoa, e sua ação é tão avassaladora,   que nos remete ao entendimento de que  é como se o mundo tivesse desabado sobre a nossa cabeça, e com ela,  tudo o que construímos, todos os sonhos que acalentamos,  as emoções que vivenciamos, ruíssem, esboroassem.
Quando o ofendido tem uma família bem estruturada e possui amigos confidentes com quem pode desabafar, é claro,  ameniza um pouco o sofrimento, anima na ultrapassagem da vicissitude, mas não faz desaparecer o ressentimento instalado no  coração.
É muito difícil explicar isso tudo apenas em palavras. A pessoa precisa passar por esse momento de angústia,  que parece não querer ter fim,  para dar o seu testemunho.
Não que as palavras não representam nada, nem que os especialistas no assunto,  não possuem a autoridade para convencer as pessoas  que se socorrem de seus ofícios para melhor compreender essa apreensão humana.
Não, não é isso que pretendo dizer. Aqui, as expressões para retratar o fato transcendem o aspecto pessoal de cada qual, e evidenciam fortemente que as explicações estão no campo da moral, da ética, ciências que cuidam do nosso relacionamento com Deus.
É essa a nossa sina. Dela ninguém está livre. Precisamos apenas estar atentos e preparados para uma ação digna,  quando o fato acontecer.
A gratidão enobrece os nossos sentimentos, eleva o nosso espírito, torna-nos grandes como seres humanos, e é um dos caminhos para uma rápida  aproximação com Deus.    

Antônio Carlos Siufi Hindo, promotor de Justiça aposentado

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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