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A empresa de sucesso

A empresa de sucesso

Redação

02/07/2010 - 06h27
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Como julgar o sucesso de uma empresa? Pela quantidade de funcionários? Ou pelo tamanho da sua conta bancária? Tradicionalmente o sucesso da empresa tem sido baseado no crescimento do número de funcionários ou na melhora contínua do desempenho financeiro: maior faturamento, lucro e retorno sobre o investimento. Tais medidas pressupõem que para alcançar o sucesso é preciso crescer. Jornais e revistas que publicam sobre os empreendedores de sucesso, em sua grande maioria, seguem essa tradição, propagando a ideia de crescimento como único caminho para o sucesso. Mas, será que é possível que toda empresa cresça continuamente? Será que todo dirigente deseja que sua empresa esteja em contínuo crescimento? Será que não almejar o crescimento da empresa é pecado?

Os altos índices de mortalidade de pequenas empresas têm mostrado que sobreviver durante os anos iniciais de sua existência é uma grande vitória para o dirigente. Mesmo que o empresário almeje crescer nem sempre será possível. Nem todos conseguirão ser o Bill Gates do varejo, da construção civil ou do salão de beleza. O crescimento não depende apenas da qualidade da gestão do empreendimento, mas, das oportunidades que surgem no ambiente empresarial e do desejo do empresário em querer aproveitar essas oportunidades.

Além das condições involuntárias que podem impedir a expansão da empresa, nem todos os empresários têm interesse no crescimento contínuo, eles possuem medidas de sucesso diferentes. Essas medidas podem ser de natureza financeira e não-financeira. As medidas não-financeiras são consideradas afetivas e proporcionam ganhos psicológicos e físicos. Elas são subjetivas e expressam os objetivos pessoais do empresário, são complementares às medidas financeiras.

O proprietário-dirigente pode iniciar uma empresa por diversas razões: perda do emprego, liberdade pessoal, independência por ser chefe, satisfação pessoal, orgulho do trabalho realizado, responsabilidade com a comunidade, oferecimento de emprego a outros, menos rigidez e mais flexibilidade no estilo de vida, melhor balanceamento entre trabalho e atividades familiares e/ou proporcionar escola de qualidade aos filhos. Todas essas razões vão orientar a gestão da empresa e muitas vezes são consideradas irracionais pelos especialistas em negócios que avaliam unicamente pelo critério financeiro.
Pesquisa realizada pelo autor deste artigo e sua equipe, em quatro empresas de pequeno porte na cidade de Três Lagoas no ano de 2009, comprova que o sucesso vai além das medidas financeiras ao descobrir os principais motivos dos dirigentes para abertura de suas empresas: “maior conforto para família, necessidade de trabalhar, vontade de liderar, ser o patrão”; “alternativa para complementar a aposentadoria e sair da rotina”; “empresa familiar, para passar mais tempo junto com a família”; “sonho de infância, visão de uma oportunidade de negócio, alternativa para o desemprego”. Fica claro, que o dirigente busca harmonizar o desempenho financeiro da empresa com seus objetivos pessoais.

Em um estudo realizado no ano de 2004 por Elizabeth Walker e Alan Brown, com 290 proprietários-dirigentes de pequenas empresas australianas, eles descobriram que os dirigentes medem seu sucesso usando ambas as medidas, financeiras e não-financeiras e que, muitas vezes, o estilo de vida flexível foi a medida de sucesso considerada mais relevante. Muitos dirigentes procuram permanecer numa zona de conforto e estão preparados para renunciar a mais negócios e mais ganhos financeiros e também ao estresse que mais trabalho pode trazer, tudo em nome de uma vida melhor, mais equilibrada.
Não é pecado querer expandir o negócio, mas também não é errado pensar de forma diferente. Sucesso tem um conceito relativo e vai depender de cada dirigente. Se o sucesso de uma empresa for medido apenas pelo crescimento contínuo do número de funcionários e da lucratividade, 98% das empresas brasileiras fracassaram e o trabalho de seus dirigentes é vão, não tem nenhum valor social. Universidades, governos, especialistas e instituições de fomento precisam reconhecer ambas as medidas de sucesso, pois a pequena empresa não é uma grande empresa que ainda não cresceu. Ela é de natureza diferente da grande, por isso precisa de outros critérios para medir seu sucesso.

Alexandre Farias Albuquerque, Prof. MSc. da UFMS/Campus de Três Lagoas - E-mail: [email protected]

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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