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A 2 meses das eleições, 51 cidades não têm candidato apto a prefeito

A 2 meses das eleições, 51 cidades não têm candidato apto a prefeito

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A menos de dois meses das eleições, 51 municípios brasileiros não têm nenhum candidato a prefeito apto a assumir o cargo. São cidades em que todos os políticos que disputam a eleição a foram barrados em alguma instância judicial. Muitos recorrem das decisões, mas mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admite que o tempo é curto para que tantas ações sejam avaliadas por juízes em níveis municipal, estadual e federal até a votação. O prazo para que a Justiça Eleitoral julgue todas as ações envolvendo possíveis impugnações de candidatos termina no dia 23 deste mês.

O número de 51 municípios se refere as cidades que até esta sexta-feira, não tinham nenhum candidato aptos ao sistema da Justiça eleitoral. "O prazo existe na lei, mas não necessariamente vai ser cumprido", diz o professor de Direito Eleitoral da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Jaime Barreiros Neto. "De qualquer forma, sendo ou não cumprido, a legislação permite que o candidato a prefeito seja substituído até a véspera da eleição", afirma ele. Na maioria dos casos, os partidos substituem os candidatos impugnados por outros antes da votação. Ainda assim, muitas siglas decidem manter o candidato impugnado na disputa enquanto o recurso é julgado - "é a chamada teoria da conta e risco", segundo o professor. Até que a decisão final seja divulgada, o político pode manter a campanha e ser votado no dia 7 de outubro.

Porém, o candidato pode vencer a eleição e ser impugnado depois do pleito. Ele perderia o diploma e caberia à Justiça eleitoral decidir se realiza novas eleições ou empossa o segundo colocado. Se todos os candidatos de uma cidade forem impugnados, a Justiça marca uma nova eleição - que pode inclusive ter partidos que não concorreram no primeiro processo. Se apenas o 1º colocado for impugnado, geralmente o que determina a decisão judicial é a porcentagem de votos do candidato - se tiver maioria absoluta, há nova eleição; se não, o candidato que ficou em segundo lugar assume a prefeitura.

"Vamos imaginar um candidato com 80% dos votos, ele é impugnado, e o segundo colocado ficou com 10%. Um cara com 10% (dos votos) assumir o mandato não é legítimo. Nesse caso, a Justiça entende que tem que fazer outra eleição", explica Barreiros. "Mas se, por exemplo, o primeiro colocado venceu com 30%, o segundo teve 25%, aí já há um entendimento de que poderia chamar o segundo colocado, e não fazer uma eleição nova", enfatiza.

Foto trocada nas urnas
Os partidos podem evitar que isso aconteça substituindo o candidato que foi impugnado por outro - é o que o professor Jaime Barreiros Neto acredita que ocorrerá na maioria dos municípios nessa situação. A lei permite que os candidatos sejam trocados até o dia 6 de outubro. Porém, as urnas são fechadas um mês antes - ou seja, se um partido substituir seu candidato depois do dia 4 de setembro, a foto que aparecerá nas urnas será a do político que não está mais na disputa. "E aí pode ser que o eleitor vote sem saber em quem está votando (...), e isso é um problema. O eleitor que não está bem informado pode votar em um candidato achando que está votando em outro", avalia o professor da UFBA.

Manter um candidato impugnado na disputa por uma prefeitura prejudica o processo eleitoral, segundo Barreiros. "Quando um candidato está ameaçado, os adversários começam a falar que ele não vai poder concorrer. Então, o eleitor fica naquela dúvida: será que o meu candidato vai poder concorrer ou não?", diz ele. Em cidades onde candidatos enfrentam ações de impugnação, a discussão de campanha deixa de ser política e passa a ser judiciária. "Os candidatos, muitas vezes, ao invés de se preocuparem em realmente apresentar propostas, discutir ideias, fazer política, ficam ocupados em se defender de acusações de seus adversários", avalia o professor. "Então, a disputa, que deveria ficar no âmbito da política, fica para os advogados, para a Justiça, e isso não é bom para a democracia".

Por outro lado, o professor vê no alto número de candidaturas barradas representa um avanço no combate às fraudes. "A Justiça só está participando mais porque também está havendo um processo hoje de maior combate à corrupção, e isso é favorável à democracia", diz Barreiros. Mas se os tribunais buscam impedir candidatos corruptos de chegar ao poder, o eleitor também tem a responsabilidade de pesquisar sobre o passado dos políticos e observar se ele tem a ficha limpa. "Nós não podemos nos submeter àquela velha cultura do 'rouba, mas faz' porque, enquanto o eleitor brasileiro tiver esse pensamento de votar no candidato que é corrupto, ficha suja, porque ele tem melhores propostas, nós vamos continuar com a banalização da corrupção", analisa o professor.
 

Campo Grande

Ademar Jr. vai assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18) no Diogrande; Ademar esteve a frente de pastas estratégicas do governo de Mato Grosso Sul

18/04/2024 17h10

Com perfil técnico atuou em diversas pastas do governo do Estado Divulgação Funtrab

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O prefeita Adriane Lopes nomeou, na tarde desta quinta-feira (18), o médico-veterinário Ademar Silva Junior, para assumir o comando da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Sidragro).

A nomeação foi publicada, nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Ademar assume a vaga de Adelaido Vila, que deixou a pasta para disputar uma cadeira na Câmara Municipal nas eleições deste ano. Vila, durante todo o período em que comandou a pasta, cumulou a o cargo de secretário com o de presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL). 

Próximo à senadora Tereza Cristina (PP), foi convidado para auxiliar a equipe de transição de trabalho quando ela assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

Ademar trabalhou com Tereza Cristina enquanto ela esteve a frente como secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de MS (pasta que deu lugar para a Semadesc).

Experiente, Ademar Silva, atuou como secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e posteriormente assumiu como diretor-presidente da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) no governo de Mato Grosso do Sul.

Além disso atuou como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul); superintendente de Indústria e Comércio e Turismo da Seprotur (hoje Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); presidente do Conselho Curador da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar); presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar AR/MS); vice-presidente de Finanças da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);  presidente da ANATER, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento sustentável do Estado sul-mato-grossense.

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Salários

Governo tenta barrar PEC que turbina salário de juízes em meio a greves

As estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano

18/04/2024 15h00

Proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes. Divulgação

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O governo federal se prepara para tentar barrar o avanço da proposta patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que garante 5% de aumento para juízes, promotores, delegados da Polícia Federal, defensores e advogados públicos.

A PEC (proposta de Emenda à Constituição) do Quinquênio foi aprovada nesta quarta (17) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve entrar na pauta de votações do plenário para as cinco sessões de discussão previstas em regimento.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou nesta quinta (18) que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deve conversar com Pacheco quando voltar de Washington, nos Estados Unidos, onde participa de agendas do G20 e do Fundo Monetário Internacional.

"Não me parece adequado o Congresso sinalizar uma matéria para o topo da carreira do funcionalismo público enquanto não há proposta para os servidores. O governo tem feito um esforço fiscal em diferentes áreas. Vamos dialogar e pedir bom senso e reflexão do Congresso", disse.

Professores e servidores de instituições federais de ensino estão em greve desde segunda (15). Nesta quarta (17), os grevistas marcharam pela Esplanada dos Ministérios e fizeram um aulão em frente à sede do MEC (Ministério da Educação).

O avanço da PEC no Senado acendeu o alerta no governo. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que as estimativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam impacto de R$ 42 bilhões por ano, a depender do número de carreiras e da extensão do penduricalho para aposentados.

A Afipea (Associação dos Funcionários do Ipea) estima que, com a inclusão de advogados, defensores públicos e delegados da PF, o impacto do quinquênio no caixa da União chegará a R$ 9,9 bilhões por ano.

"Não está claro na PEC o que vai acontecer com os aposentados. Até 2003 tinha paridade. Quem está aposentado vai querer requerer 35% de reajuste no ganho de aposentadoria. O volume de categorias que já estão pedindo inclusão. Não sei em que orçamento cabe essa proposta", disse Wagner.

A proposta altera a Constituição para garantir aumento de 5% do salário para as carreiras contempladas a cada cinco anos, até o limite de 35%. A atuação jurídica anterior dos servidores públicos -na advocacia, por exemplo- poderá ser usada na contagem de tempo.
 

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