ARTIGO

Benedito Rodrigues da Costa: "A violência se tornou epidêmica"

Economista

6 NOV 2017 • POR • 02h00

Quando falamos em epidemia, estamos nos referindo a um surto de doença contagiosa que ataca numerosas pessoas ao mesmo tempo. É o que ocorre atualmente em nosso País. Até mesmo os noticiários mais conservadores na divulgação de crimes não conseguem segurar essa onda de violência que se tornou fatos diários não apenas nas grandes cidades, como também em todo o território nacional, de maneira incontrolável e, por que não dizer, inexplicável. Por vezes, nos perguntamos: Não seria uma imensa nuvem negra, carregada de energias negativas, que estaria contaminando as pessoas?

 Os especialistas em segurança pública, com muitos anos de estudos e trabalhos na área, não encontram uma explicação convincente para essa anomalia comportamental, sempre apontando para a falta de recursos econômicos e humanos para melhor aparelhar as nossas polícias, contudo, basta uma reflexão para avaliarmos que esses fatores não seriam suficientes para combater um inimigo invisível. A polícia do estado do Rio de Janeiro tem sido duramente afetada por conta de ataques de bandidos traiçoeiros e desumanos, que matam impiedosamente os homens da lei e que são responsáveis pela segurança da população.

Atualmente, no Brasil, os assassinatos superam até mesmo o número de mortes ocorridas nos países em guerra. A violência é tamanha que nem mesmo dentro de suas casas ou apartamentos a população está segura; pior, nas vias públicas e à luz do dia, as pessoas são assaltadas e violentadas, independentemente da idade. Estudantes são atacados, perdem seus pertences, restando a marca do trauma para o resto da vida; as pessoas se sentem impotentes diante de tal situação, pois o único “conforto” que recebem é a orientação de nunca reagir.

As nossas autoridades deveriam encarar esse nefasto momento como uma convulsão social e tomar atitudes com ações envolvendo toda a sociedade organizada e, sob o comando ou coordenação de todas as forças representativas da segurança nacional, fazer um enfrentamento rigoroso para pôr fim a essa trágica situação que se agrava em nosso País.