Diagnóstico e tratamento

Duas cidades de MS estão entre prioritárias do país para ações contra sífilis

Campo Grande e Dourados receberão verba do Ministério da Saúde

31 OUT 2017 • POR GLAUCEA VACCARI • 17h15

Campo Grande e Dourados estão entre as cidades prioritárias e receberão verba do Ministério da Saúde para ações de diagnóstico, vigilância, tratamento e realização de pesquisas para conter o avanço da sífilis.

Órgão anunciou hoje o repasse de R$ 200 milhões, por meio de emenda parlamentar, para os 100 municípios que concentram 60% dos casos de sífilis no país. 

O Governo Federal, estados e municípios vão intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Não foi informado qual valor de repasse para cada município. 

De acordo com boletim epidemiológico divulgado hoje pelo Ministério da Saúde, em 2016, foram registrados 434 casos de sífilis em gestantes em Mato Grosso do Sul e 167 casos de sífilis congênita, sendo 165 casos diagnosticados em crianças menores de 7 dias e dois casos em crianças entre 7 e 27 dias.

Não há no boletim o número total de casos de sífilis adquirida, que são os casos da doença diagnosticada em homens e mulheres não gestantes da população em geral.

Em Campo Grande, foram 143 casos de sífilis em gestantes no ano passado e 49 casos de sífilis congênita. Já em Dourados, foram diagnosticados 54 casos de sífilis em gestantes e 44 de sífilis congênita.

AÇÕES

A estratégia do Ministério da Saúde, chamada de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que conta ainda com parceria de órgãos internacionais, associações e sociedades médicas.

De acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a ampliação do diagnótico e do tratamento é fundamental para reduzir os índices da doença.

“Garantimos o abastecimento dos municípios com a penicilina e ampliamos também a oferta dos testes. Mas ainda é necessária uma mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também da população”, disse.

O Ministério da Saúde assumiu a compra centralizada da penicilina. Foram destinados R$ 13,5 milhões para a aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina, para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes, além de 450 mil ampolas da penicilina cristalina, para tratar a doença em bebês. A quantidade garantirá o abastecimento da rede pública até 2019.

Para ampliar o diagnóstico, uma das ações do plano é o aumento da testagem, principalmente em gestantes, tendo em vista que a identificação no primeiro trimestre da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da doença da mãe para o bebê.

O plano prevê ainda a implantação de linhas de cuidado para a sífilis, com acompanhamento de crianças expostas a doença e também com intervenção em população chave, e ampliação dos comitês para Investigação da Transmissão Vertical e fortalecimento das Salas de Situação em estados e municípios para o monitoramento da situação epidemiológica.

No eixo de pesquisa e comunicação, está prevista a realização de campanhas educativas durante todo o ano e incentivos para desenvolvimento de estudos e pesquisas voltados para o enfrentamento e monitoramento da doença.

A DOENÇA

A sífilis uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida de uma pessoa infectada para outra durante o sexo desprotegido, através da transfusão de sangue e da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou no parto.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a doença na forma congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer.

O exame está disponível para a população em geral em todas as unidades básicas de saúde (UBS) e de saúde da família (UBSF) e são realizados pelos enfermeiros.

Após o diagnóstico da sífilis, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e é recomendado pelo profissional de saúde.