transporte coletivo

Justiça quer que vítimas e testemunhas denunciem abuso em ônibus

TJMS também fará campanhas para tentar mudar cultura do abuso

27 SET 2017 • POR Izabela Jornada • 18h53

Além da Prefeitura de Campo Grande, mais uma campanha contra o abuso sexual está sendo lançada, só que agora a iniciativa é do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

A partir desta semana, a campanha “Juntos podemos parar o abuso sexual nos transportes” - coordenada pelo TJ-SP, receberá apoio do TJ-MS.

Peças publicitárias serão disponibilizadas nas redes sociais do Poder Judiciário sul-mato-grossense e o objetivo também é de divulgar nos veículos de transporte coletivo da Capital.

A intenção é promover mudança de cultura e promover a importância de as vítimas de abuso sexual nos transportes coletivos ou pessoas que presenciem qualquer tipo de incidente a denunciar os agressores, e, consequentemente, inibir futuras iniciativas, pois a culpa nunca é da vítima: a culpa é de quem abusa, de quem constrange. 

De acordo com a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Butantã (SP) e uma das idealizadoras da campanha, quando há mobilizações dessa natureza, o número de denúncias aumenta e o que se busca é sensibilizar as pessoas que fazem o primeiro atendimento das vítimas, para que não ocorra nenhum pré-julgamento. 

No Estado, casos envolvendo violência sexual em transporte coletivo não são comuns, se existem não são judicializados. Contudo, a juíza Jacqueline Machado, que responde pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar em MS e atende caso de violência de gênero quando chegam à Vara de Medidas Protetivas, ressalta que é preciso acabar com toda forma de violência, seja ela qual for. 

“Essas campanhas são essenciais, já que são inúmeros os assédios cometidos em transporte público diariamente, ainda que nem todos cheguem ao Judiciário”, disse a juíza. 

PREFEITURA

No dia 14 de agosto de 2017, a Prefeitura de Campo Grande também lançou campanha  para alertar sobre abuso sexual dentro dos ônibus do transporte coletivo. Cartazes distribuídos nos veículos tem os dizeres “O transporte é público, meu corpo não. Abuso sexual é crime”.