Cidades

MEMÓRIA

Sítio do petróleo encantado: Monteiro Lobato e o 'ouro negro' em Mato Grosso

O escritor, a busca pelo fóssil e o sonho do "novo Texas" no Pantanal

RAFAEL RIBEIRO

29/11/2018 - 16h30
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ACONTECEU EM 1975...

"Quem sabe poderemos virar um estado como o Texas."

A frase do deputado estadual Paulo Correia (PR), no fim de novembro de 2017, deu o tom em Mato Grosso do Sul quando a estatal Petrobras, com uma oferta de R$ 1,7 milhão, arrematou em leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o direito de explorar pelo menos 11 blocos na Bacia do Paraná, no Estado, na busca pelo material fóssil mais procurado em todo o mundo. 

O investimento mínimo de quase R$ 21 milhões por parte da estatal nas áreas e a chance de encontrar o 'óleo negro' animaram, ao ponto da insólita comparação com o estado mais famoso do Sul dos Estados Unidos, abastecido pela pecuária e o petróleo,

Mas qual a garantia de que a profecia na verdade não possa passar de uma distopia? Daquelas severamente mal escritas? Sente-se e se acomode querido leitor, porque esse escriba foi aos nossos arquivos. E acredito ter encontrado a resposta sobre o surgimento da lenda do 'ouro negro' abundante nesse Estado que me acolhe. E acreditem: a história envolve até mesmo Monteiro Lobato, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

A MANCHETE

"Técnicos confirmam: há petróleo em Mato Grosso", estampava o Correio do Estado em sua principal manchete do dia 26 de novembro de 1975. Era a coroação do sonho da existência do 'ouro negro' em nossas terras. Que começara um ano antes, segundo o texto.

Na reportagem, que vinha inteira logo na primeira página, é explicado que a afimação saíra de técnicos da Petrobrás após mais de um ano de pesquisas na região. Víviamos dois momentos históricos cruciais: a crise do petróleo no mundo (já tratamos disso aqui heim) e a ditadura militar, que iniciava seu processo de desgaste no penúltimo presidnete do período entre 1964-1985, Ernesto Geisel.

A união das duas coisas fez com que os brasileiros, anestesiados com a censura à imprensa e o clima ufanista, embarcassem em promessas que mais pareciam sonhos, de encontro de petróleo, a autossuficiência de gasolina e a melhora da esconomia.

Assim, naquele dia, o texto do Correio deixava claro como funcionava o procedimento: uma nota e mais nada de explicações. "Técnicos da Petrobras confirmaram a existência de petróleo em Mato Grosso e as de viabilidade de exploração comercial são grandes. Eles estão pesquisando extensa área do Pantanal matogrossense (sic) desde o ano passado e só agora libearam alguma informação positivaa respeito dos resultados obtidos", relata.

O trecho pesquisado pela estatal abrangias uma área de aprtoximadamente 250 quilômetros quadrados, nas regiões de Paiaguás e Porto Esperança, ambos em Corumbá.

No texto, o jornal explica um pouco do 'sonho texano' no Estado. E, pasmem, ele começara com um personagem ímpar da história: Monteiro Lobato.

Isso mesmo querido leitores, o controverso escritor, mundialmente conhecido pela série 'Sítio do Pica-Pau Amarelo', foi o pioneiro em apontar a existência de petróleo em solo do então mato-grosso unificado, principalmente na área do Pantanal. O pensamento era simples: a semelhança da formação geofísica do solo pantaneito com o do Chaco boliviano, seu vizinho, onde jorravam jazidas petrolíferas e de gás natural.

Lobato, cujo desejo pela riqueza e ideal ufanista exarcebado o fez empreendedor em várias áreas no início do século passado, foi o pioneiro na exploração de petróleo no País, com a fundação de pelo menos seis empresas do ramo. E a maior delas era a Companhia Mato-grossense de Petróleo, de 1933.

Até os anos 1950, quando a Petrobras estatizou e monopolizou de vez as buscas por petróleo, era a empresa de Lobato quem fazia as buscas na região da fronteira entre Brasil e Bolívia. Mas até que se encontrasse a primeira jaziga de 'ouro negro' no País, já nos 1940, no sertão da Bahia, o escritor sofreu grande perseguição de fazendeiros e políticos, desmoralizando suas pesquisas e o deixando pobre, doente, desgostoso e perseguido pela maioria dos presidentes até sua morte, em 1948, aos 66 anos.

A carta enviada por Lobato ao presidente Getúlio Vargas
em 1940, defendendo o petróleo no Pantanal e que o 
levou à prisão (Reprodução)

Lobato já enfatizava em sua obra prima sobre o 'ouro negro', "O Escândalo do Petróleo", que Mato Grosso poderia produzir cerca de até 500 litros por dia. Em seu relato, conta a história de um fazendeiro que encontrou material oleoso ao perfurar um poço, em 1929.

Já com o espólio da companhia do escritor em mãos, a Petrobras iniciou oficialmente seus trabalhos em 1959, na cidade de Rio Brilhante. Mas os trabalhos foram suspensos menos de um ano depois, sem maiores explicações. Só voltariam a acontecer nessa pesquisa, relatada na coluna.  

REINAÇÕES DE NARIZINHO

O alvoroço da manchete fez com que o Correio voltasse ao assunto no dia seguinte, diretamente da Cidade Branca que, com o otimismo, houvesse quem defendia a mudança para 'Cidade Negra'.


Pudera, até mesmo declarções de São João Bosco, santo católico patrono da missão salesiana, teria previsto o encontro de petróleo, segundo a reportagem. 

Em 30 de agosto de 1883, Dom Bosco disse ter se visto no coração da América do Sul, "em uma imensa planície", onde brilhava um grande lago e um anjo lhe afirmou que aquela região, dentro de três gerações, seria uma nova Canaã, onde correria o leite e mel, "em uma terra de grandes riquezas."

Tal como nosso representante do legislativo no ano passado, em 1975 o então vereador corumbaense Geraldino de Barros e o vice-governador Cássio de Barros eram os porta-vozes daquilo que chamavam 'missão': realizar o sonho de Dom Bosco. Por mais que a declaração gere discórdia e tenha sido usada para a fundação de Brasília (DF).

Passados 43 anos, o sonho do 'ouro negro' em Mato Grosso do Sul é exatamente um deslumbre, como o tido por Dom Bosco. As ésquisas na região do Pantanal foram encerradas nos anos 1990 e nunca mais retomadas com grande afinco. 

O leilão de 2017 feito pela ANP incluiu 17 municípios (Água Clara, Anaurilândia, Angélica, Bataguassu, Batayporã, Brasilândia, Campo Grande, Deodápolis, Ivinhema, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Santa Rita do Pardo, Taquarussu e Três Lagoas) e o ouro mudou de cor. Na verdade mudou até de matéria: a expectativa é pelo encontro de gás natural. Tornando o devaneio ainda mais esfumaçado do que palpável.

Até semana que vem pessoal.

As áreas leiloadas à Petrobras para exploração no ano pasado: expectativa de gás natural (Divulgação)

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jogo de cartas marcadas

TCE exige e Governo de MS volta a suspender licitação da jogatina

Leilão da Lotesul estava prevista para esta segunda-feira (15), mas o Tribunal de Contas viu "persistência de inconsistências" e cobrou explicações

15/12/2025 11h50

Pedido de esclarecimentos ao Governo do Estado foi feito na sexta-feira pelo conselheiro Márcio Monteiro ao Governo do Estado

Pedido de esclarecimentos ao Governo do Estado foi feito na sexta-feira pelo conselheiro Márcio Monteiro ao Governo do Estado

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Após pedido de explicações do Tribunal de Contas do Estado, a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso do Sul suspendeu, pela segunda vez, a licitação que pretende terceirizar por até 30 anos a exploração de loterias em Mato Grosso do Sul. 

Conforme a previsão, as propostas seriam abertas nesta segunda-feira (15). Porém, uma publicação do diário oficial do TCE revela que na última sexta-feira o conselheiro Márcio Monteiro exigiu explicações e mandou que os secretários de Fazenda, Flávio Cesar, e de  Administração, Frederico Felini, fossem intimados por contato telefônico e por e-mail para que suspedessem o certame. 

Após denúncias de que se tratava de um jogo de cartas marcadas, o certame já havia sido suspenso em abril deste ano. Um dos autores das denúncias foi Jamil Name Filho, que está no presídio federal de Mossoró, onde cumpre pena de quase 70 anos por dois assassinatos, extorção e formação de quadrilha. 

Depois da primeira suspensão, a administração estadual fez alterações no edital e reabriu o certame. Mas, segundo o conselheiro Márcio Monteiro, as inconsistência persistem e por isso ele voltou a interferir no caso. 

"Com a republicação do edital, determinei o encaminhamento dos autos à Divisão de Fiscalização de Contratações Públicas para a realização de nova análise do certame. Em atendimento a essa determinação, a referida Divisão, em conjunto com o auditor especialista em tecnologia, apresentou novas manifestações técnicas, nas quais se concluiu pela persistência de inconsistências no instrumento convocatório", diz o despacho do conselheiro publicado nesta segunda-feira (15) .

"A análise especializada afirma que inexiste nos autos estudo técnico-comparativo de soluções disponíveis no mercado, não havendo documento que comprove a avaliação de fornecedores distintos, arquiteturas alternativas ou diferentes níveis de maturidade tecnológica. Da mesma forma, aduz que persiste a exigência de capacidade mínima de 15 milhões de transações por ano e de 40 transações por segundo (TPS)", continua o conselheiro. 

Em abril, quando da primeira suspensão do certame, o mesmo conselheiro afirmou que “os denunciantes alegam que o edital de licitação impugnado contém indícios de direcionamento do certame, em virtude de condições incomuns e injustificadas”. 

Além disso, esclareceu o conselheiro, os autores do pedido de impugnação entendem que “diversos itens do termo de referência que comprometam a competitividade e/ou viabilidade econômica da licitação tanto para os concorrentes quanto para o próprio Estado de Mato Grosso do Sul”. 

Em abril, o pregão chegou a ser aberto e recebeu três propostas. Uma se dispôs a devolver 16,17% do faturamento ao governo estadual, que era o valor mínimo exigido no edital. As outras duas ofereceram devolução maior, de 17,2% e de 21,57% daquilo que faturarem. 

No certame que seria aberto agora, o percentual mínimo de repasses é de 14,33% A disputa pelo controle da jogatina no Estado envolve as famílias Name e Razuk, que historicamente controlaram o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. Além, disso, uma empresa paranaense tenta entrar em Mato Grosso do Sul.

NEGÓCIO BILIONÁRIO

Conforme estimativas, a empresa que vencer a licitação para comandar a Loteria Estadual de Mato Grosso do Sul (Lotesul) poderá ter um faturamento anual de até R$ 1,4 bilhão, segundo estimativa macro feito pelo próprio Governo do Estado.

Apesar de no edital de licitação constar que a estimativa da receita média anual de remuneração da plataforma é de R$ 51,4 milhões, no termo de referência feito pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), organizadora do certame, o valor que a ferramenta pode chegar é muito maior.

“O faturamento anual com a exploração das modalidades lotéricas pode alcançar até 0,85% do PIB [Produto Interno Bruto] estadual. Contudo, tal patamar depende de fatores que vão desde a assertividade do produto até o apetite do mercado consumidor ao longo do tempo”, diz trecho do documento.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB de Mato Grosso do Sul em 2022 foi de R$ 166,8 bilhões. A fatia de 0,85%, portanto, significa uma receita de R$ 1,417 bilhão.

Neste ano, a estimativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) é ainda mais animadora: de que o PIB chegue a R$ 227,8 bilhões. Se isso ocorrer, o ganho chegará perto dos R$ 2 bilhões ao ano.

Em março, o  edital de licitação recebeu dois pedidos de impugnação, um sendo do empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, e outro da empresa Criativa Technology, de Dourados. A Criativa, conforme investigação do Ministério Público, estava a serviço do deputado Neno Razuk (PL).

INTRUSA

Uma das empresas que estaria interessada em comandar a Loteria do Estado de Mato Grosso do Sul (Lotesul), a Pay Brokers – a qual tem sede em Curitiba (PR) e já é responsável pela loteria daquele estado – tem entre as empresas parceiras a Blaze, que chegou a ser investigada por estelionato. A plataforma tem entre os seus jogos o Fortune Tiger (o “jogo do tigrinho”), que levou influenciadores digitais para a prisão em 2023, e o Crash – ambos no estilo de um cassino.

Segundo fontes do Correio do Estado, a empresa do Paraná seria a “favorita” a vencer a disputa e os supostos direcionamento que levaram à suspensão do TCE seriam para favorecê-la. Entre as três propostas aceitas, uma seria dela. 

GREVE

Motoristas avaliarão volta ao trabalho só na terça e Capital deve continuar sem ônibus

Audiência de conciliação entre sindicato, prefeitura e Consórcio acontecerá amanhã (15) e a expectativa é de que o impasse financeiro seja resolvido

15/12/2025 11h40

Ônibus vazio, sem motorista ou passageiros

Ônibus vazio, sem motorista ou passageiros MARCELO VICTOR

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Audiência de conciliação, entre Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano, Consórcio Guaicurus e Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG), ocorrerá às 15h45min de terça-feira (16), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-24ª Região), localizado na rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, 208, Jardim Veraneio, em Campo Grande.

Com isso, Campo Grande deve permanecer sem ônibus nesta terça-feira (16), totalizando dois dias seguidos sem transporte coletivo. Os motoristas reafirmam que só voltarão aos trabalhos caso recebam os salários.

A expectativa é que haja conciliação entre as partes e que o serviço de locomoção pública seja restabelecido o quanto antes.

O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis Oliveira, afirmou que está em negociações com a prefeitura e sindicato para resolver o impasse financeiro.

“Sem recurso [dinheiro], eu não tenho como resolver. Eu estou em contato direto com a prefeitura e sindicato. Essa noite todo mundo passou em claro praticamente aí tentando fazer a negociação. O desembargador que deu essa liminar, mandando manter 70%, marcou uma audiência de conciliação. Nós vamos, os trabalhadores do Sindicato vão e a prefeitura acredito que vá também”, disse.

A greve ocorre por falta de pagamento: os motoristas do Consórcio Guaicurus estão sem salário há 10 dias. Com isso, reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

O Consórcio Guaicurus, prestador do serviço de transporte coletivo urbano em Campo Grande (MS), afirmou que está sem dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos).

De acordo com o Consórcio, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) deve R$ 39 milhões à empresa desde 2022 e que os salários dos motoristas só serão pagos caso o poder público repasse o valor.

“O atraso e o pagamento parcial não decorrem de má gestão, mas sim da inadimplência reiterada do Município de Campo Grande/MS no repasse do subsídio financeiro contratualmente instituído no quarto termo aditivo previsto. O valor devido pelo Poder Concedente, apenas no período compreendido desde 2022, quando foi designada a tarifa técnica no quarto termo aditivo do contrato de concessão, já soma um subsídio superior a R$ 39 milhões ainda não repassados ao Consórcio. A dificuldade financeira é uma consequência direta da quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão pelo Poder Concedente. O pagamento da complementação do salário de novembro, do adiantamento de dezembro de 2025 (vencível em 20/12/2025) e da segunda parcela do 13º salário está condicionado à regularização desses repasses públicos”, explicou o Consórcio Guaicurus por meio de nota enviada à imprensa.

O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis Oliveira, detalhou o montante de R$ 39 milhões devido pela prefeitura.

“A tarifa técnica é a que a prefeitura tem que pagar a diferença de uma para a outra, é uma maneira da prefeitura decidir ‘olha, eu quero que a população só pague tanto, o resto eu pago’. O quarto termo aditivo coloca que a prefeitura tem que todo mês, via as agências, aferir esse valor e informar a prefeitura para que ela pague esse valor. As agências nunca fizeram esse cálculo, porque na hora que ela conclui o cálculo, a prefeitura passa a dever, então elas nunca fizeram. Nós estamos desde 2022 com uma tarifa pública aqui, uma técnica aqui e sem receber essa diferença. Só nos últimos 12 meses, essa diferença já dá R$ 8,5 milhões. Se eu levar desde o começo de 2022, esse valor chega em R$ 39 milhões”, explicou o diretor-presidente.

“Além disso, eu estou com hoje R$ 4.874.000,00 em aberto do transporte dos alunos. Hoje, de 3 milhões e 200 mil passageiros, mais ou menos, que andam por meio dos ônibus, 1 milhão é gratuidade. Um milhão andando de graça e eu recebo só um pedacinho disso. A maioria desses 1 milhão que anda por mês eu não estou recebendo e isso está quebrando a economia do Consórcio. Então, agora, chegou num ponto que nós não conseguimos recursos para pagar, nós estamos devendo fornecedor, estamos devendo banco, E não conseguimos os recursos para pagar 100% da folha, pagamos 50% da folha", complementou.

 O Correio do Estado entrou em contato com a PMCG pessoalmente e via e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO

Campo Grande amanheceu sem ônibus nesta segunda-feira (15). Esta é a segunda vez no ano em que o transporte coletivo para na Capital.

Os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva". Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. 

O transporte coletivo está em greve por tempo indeterminado e deixou usuários “na mão” em pleno início de semana. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

As pessoas que dependem do transporte coletivo tiveram que recorrer a caronas, transporte por aplicativo, táxi ou bicicleta para chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (15). A greve ocorre por falta de pagamento.

DECISÃO JUDICIAL

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil.

A decisão foi desrespeitada, pois 100% dos motoristas estão em casa e declararam greve nesta segunda-feira (15).

Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, intimou o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano para que cumpra com urgência a decisão judicial em questão.

Audiência de conciliação, entre TRT e sindicato, será realizada nesta terça-feira (16), às 15h45min, na sede no tribunal.

Veja a decisão judicial na íntegra:

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