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MEMÓRIA

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O que parecia impossível aconteceu. E o Papa veio a Campo Grande...

Com supercobertura, Correio relatou visita de líder religioso à Capital

RAFAEL RIBEIRO

18/10/2018 - 13h00
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ACONTECEU EM 1991...

Os sul-mato-grossenses ainda festejavam o 14º aniversário da divisão do Estado quando, no dia 14 de outubro de 1991, o Correio do Estado quebrou recorde de circulação anunciando o presente que todos esperavam em sua manchete: "Confirmada a vinda do Papa".

Pois é nobre leitor, o 'Memória' desta semana volta ao tempo 27 anos para relembrar a segunda visita oficial de um Chefe de Estado à nossa Capital, ele mesmo, o Papa João Paulo II, líder da Igreja Católica e do Vaticano.

O papado do polonês Karol Józef Wojtyła começou em 16 de outubro de 1978. Foi o terceiro maior pontificado documentado da história, só terminando em sua morte, em 2 de abril de 2005.

De caráter progressista, João Paulo II eternizou o lema "o Papa é pop." Foi um dos líderes católicos que mais viajou, visitando oficialmente 129 países em mais de 1,7 milhão de quilômetros percorridos. Na bagagem, levou soluções para conflitos, ajudou no término de ditaduras e pacificou a relação da Igreja Católica com outras religiões.

No Brasil, João Paulo II esteve oficialmenmte em três oportunidades. A primeira, em 1980, marcou a primeira visita de um papa ao Brasil, com o pontífice percorrendo 13 cidades em 12 dias. Na última, em 1997, ficou por quatro dias no Rio de Janeiro (RJ) em um encontro de jovens católicos. 

Mas é a segunda visita, em 1991, que marcou os campo-grandenses, afinal a capital de Mato Grosso do Sul foi uma das dez visitadas pelo líder católico.

A BENÇÃO JOÃO DE DEUS

A princípio, João Paulo II apenas viria ao Brasil para beatificar Irmã Dulce, em cerimônia marcada para Salvador (BA). Mas em agosto daquele ano, lideranças do Vaticano atenderam pedido do então presidente Fernando Collor de Mello para que o Papa circulasse pelo País. 

Abriu-se as 'candidaturas' para quem quisesse receber o pontífice. E o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul se prontificou a ser uma das 'sedes'. Em 25 de setembro, na primeira visita ao terreno no bairro Santo Amaro, região norte, que hoje todo campo-grandense conhece como 'Praça do Papa', o grupo de diplomatas do Itamaraty se assustou com as condições da obra e colocou em cheque a vinda do Papa.

"O secretário do Itamaraty, Fernando Jablonski, recuperou-se na quinta-feira do susto que levou no dia 25 de setembro, quando vistoriou pela primeira vez o local onde o Papa vai rezar a missa. Percorrendo o local pela segunda vez, afirmou: "Agora posso dizer que o Papa virá a Campo Grande", diz o texto que alegrou os corações campo-grandenses.

João Paulo II já estava no Brasil quando o Correio foi às bancas. Na reportagem, números impressionantes: missa para 300 mil pessoas, acompanhada por 700 jornalistas credenciados de todo o mundo. Nunca uma cobertura em Mato Grosso do Sul mobilizou tanta gente.

Não foi só. Campo Grande se transformu para receber o pontífice. A região do Santo Amaro ganhou outdoors até em quintas, moradores vendiam de tudo, de água, refrigerante e cerveja (por que não para combater o calor) até salgados, vagas de estacionamento em garagens, uso de banheiro e outros. Cenário tradicional de grandes eventos. Faltava o ingrediente principal.


Nem todo mundo ficou feliz com a vinda do papa, como reportagem na capa do Correio mostrou...

E ELE CHEGA

João Paulo II chegou a Campo Grande às 19h28 de 16 de outubro, vindo do Nordeste. Ainda na Base Aérea, o Pontífice quebrou protocolos, como ter a mão da então primeira-dama municipal, cumprimentou funcionários do local e demonstrou ampla simpatia no trajeto até o bairro Santo Amaro, distribuindo acenos a populares que já se acotovelavam para vê-lo.


A estadia do Papa em Campo Grande durou exatos 23 horas, conforme o Correio revela em suas páginas. No dia 17, o pontífice visitou pela manha o Hospital São Julião, onde benzeu doentes e cumprimentou presentes.

Simpático, João Paulo II não se abateu com o calor que ultrapassava 30ºC. Na saida do hospital, na troca de carros em uma travessa, onde enfim en]mbarcaria no mundialmente conhecido 'papamóvel' para ir até a praça onde celebraria a missa, não se intimidou pelo aviso de segurança e foi cumprimentar as cercas de 300 pessoas que disputavam cada centímetro da estreiuta via para vê-lo.

A missa, com cerca de 100 mil presentes, número bem menor que oe stimado inicialmente, entrou para a história como o maior evento religioso já ocorrido em Mato Grosso do Sul. Os católicos saíram felizes poor verem seu líder espiritual em sua terra, os ambulantes reclamaram do prejuízo e da ação dos fiscais da prefeitura. E o Correio quebrou recordes de circulação com uma cobertura histórica, com mais de dez páginas, que você pode conferir abaixo. 


 

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Leia outras edições anteriores da seção Memória do Correio.

Escolas estaduais

Cultura ou Censura? deputada questiona recolhimento e destino do premiado livro 'O avesso da pele'

O livro foi selecionado pelo PNLD em 2021, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro; a obra também é consagrada pelo Prêmio Literário Jabuti

18/03/2024 17h00

O requerimento apresentado questiona a justificado técnico-científica para o recolhimento da obra adquirida com recursos públicos. Reprodução

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Em uma tentativa de esclarecer o recente recolhimento da obra literária "O Avesso da Pele", vencedora do Prêmio Jabuti de 2021, nas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. A Deputada Estadual Gleice Jane (PT), solicita informações ao governador do estado, Eduardo Riedel, e ao secretário de estado de educação, Hélio Queiroz Daher, sobre os motivos e embasamento técnico e científico que levaram à retirada do livro das escolas.

Em requerimento apresentado à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gleice Jane ressalta a importância da obra para abordar questões sociais, como o racismo estrutural, e questiona a justificativa por trás do recolhimento, citando os procedimentos de seleção e avaliação estabelecidos pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

“Os procedimentos de escolha e avaliação das obras literárias destinadas ao ambiente escolar, estabelecidos pela Resolução n. 15, de 26 de junho de 2018, do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - CD/FNDE, bem como pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), asseguram que tais materiais passam por um rigoroso processo de seleção, visando à adequação pedagógica e à relevância para o público-alvo”, justifica o requerimento.

A deputada acrescenta que até o momento o governo do estado não se manifestou e que em debate na Assembléia Legislativa não foram identificados estudos técnicos e científicos que tenham embasado e justificado a prática da gestão estadual.

“Na educação, assim como em qualquer outro segmento de atendimento à população, tem estudos, tem ciência, tem profissionais que se dedicaram uma vida em torno desses trabalhos e que precisam ser respeitados. O livro em questão, passou por comissões, por análises técnicas e tem dinheiro público envolvido nisso e para se contrapor a essa política é preciso que se tenha um estudo, um embasamento técnico e científico que justifique a tomada de decisão do governo. É isso que estamos buscando compreender junto ao governo do estado”, esclarece a deputada.

Cabe destacar que no requerimento apresentado, a Deputada menciona uma reportagem anterior do Correio do Estado e levanta algumas questões pertinentes:

  • Composição da Comissão de Análise - Foi constituída uma comissão de profissionais qualificados para analisar a obra e quais critérios utilizados?
  • Investigação sobre a Motivação das Escolas - Houve investigação para compreender por que as escolas escolheram esse livro e quais as medidas tomadas?
  • Natureza da Decisão de Recolhimento - O recolhimento é definitivo? E, se for, qual será o destino do material didático adquirido com recursos públicos?
  • Uso do Sistema de Classificação Indicativa - Foi utilizado o sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça na análise da obra, considerando as regulamentações legais pertinentes?

Nossa equipe de reportagem também questionou o governo do estado, mas até o fechamento desta matéria não recebeu retorno sobre as questões apresentadas.

MEC diz que escolas possuem autonomia

Em resposta às preocupações levantadas, o Ministério da Educação (MEC) pontuou ao Correio do Estado o respeito à autonomia das redes e escolas, destacando que a escolha das obras pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático PNLD é voluntária e democrática, com a participação de professores, mestres e doutores. 

“A aquisição das obras se dá por meio de um chamamento público, de forma isonômica e transparente. Essas obras são avaliadas por professores, mestres e doutores, que tenham se inscrito no banco de avaliadores do MEC. Os livros aprovados passam a compor um catálogo no qual as escolas podem escolher, de forma democrática, os materiais que mais se adequam à sua realidade pedagógica, tendo como diretriz o respeito ao pluralismo de concepções pedagógicas”, afirma o MEC.

Por fim, destaca que o PNLD é uma relevante política do Ministério da Educação, com mais de 85 anos de existência e adesão de mais de 95% das redes de ensino do Brasil. 

Ministério da Cultura critica censura ao livro

A ministra da Cultura (MinC), Margareth Menezes repudiou os ataques à obra. “Meu total repúdio a qualquer tipo de censura em relação à nossa literatura. O que estiver no escopo do Ministério da Cultura, o que for possível fazer para apoiar, dentro da legalidade, para combater esse tipo de ação, nós faremos.”

A ministra acrescentou que as escolhas dos livros pelo programa federal do MEC seguem diretrizes claras. “Não são feitas de maneira deliberada. Existem conselhos. O que é colocado ali não é de graça, ainda mais em relação às escolas. Nós estamos procurando ter todo o cuidado. E o ministro Camilo [Santana, do MEC], o Ministério da Educação também têm essa sensibilidade.”

Por sua vez, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, criticou a tentativa de censura e os ataques ao livro O Avesso da Pele, do autor brasileiro Jeferson Tenório.

“Em minha opinião, trata-se de uma demonstração de ignorância, de preconceito, mas também de covardia por parte dessas pessoas”, diz em vídeo, no dia 4 de março, o ministro-chefe, Paulo Pimenta.

O debate sobre o recolhimento de "O Avesso da Pele" continua, suscitando discussões sobre liberdade de expressão, educação e diversidade cultural.

Sobre a obra

O livro ‘O avesso da pele’ entrou no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) do Ministério da Educação (MEC) em 2022, no governo do então presidente Jair Bolsonaro.

A obra já foi traduzida para 16 idiomas e ganhou o Prêmio Jabuti, principal prêmio literário brasileiro, na categoria Romance Literário, em 2021.

O livro trata das relações raciais, sobre violência e negritude e identidade na história fictícia de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado em uma desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos.

O caso de recolhimento e censura à obra ganhou repercussão depois que a diretora de uma escola gaúcha chamou de "lamentável" o envio de 200 exemplares da obra para a Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira.

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Cidades

Primeiro pagamento do Pé-de-Meia será feito a partir de 26 de março

Incentivo-Matrícula será pago conforme mês de nascimento do estudante

18/03/2024 15h00

André Borges/Agência Brasília

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O pagamento do Incentivo-Matrícula do Programa Pé-de-Meia do Ministério da Educação (MEC) será pago a partir de 26 de março até 3 de abril aos estudantes matriculados em alguma das três séries do ensino médio público.

O depósito da parcela única de R$ 200 do primeiro incentivo financeiro-educacional do programa será feito conforme o mês de nascimento dos alunos.

·         26 de março: estudantes nascidos em janeiro e fevereiro;

·         27 de março: estudantes nascidos em março e abril;

·         28 de março: estudantes nascidos em maio e junho;

·         1º de abril: estudantes nascidos em julho e agosto;

·         2 de abril: estudantes nascidos em setembro e outubro;

·         3 de abril: estudantes nascidos em novembro e dezembro.

Depósito

O Incentivo-Matrícula será creditado em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal em nome dos alunos.

No caso de o estudante do ensino médio público contemplado ser menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize o estudante a movimentar a conta, para sacar o dinheiro ou usar o aplicativo Caixa Tem. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem. Se o aluno tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para utilização do valor recebido.

O incentivo é pago apenas uma vez ao ano, ainda que o estudante realize transferência de matrícula entre escolas ou redes de ensino no mesmo ano letivo.

Porém, aquele aluno que abandonou a escola e voltou a estudar ou que reprovou aquela série terá direito ao Incentivo-Matrícula da respectiva série apenas mais uma vez, durante o período de permanência no ensino médio, esclarece o MEC.

Envio de informações

Para fazer o depósito deste primeiro incentivo, o MEC se baseará em informações enviadas pelas redes de ensino dos municípios, estados e do Distrito Federal entre 29 de fevereiro e 8 de março deste ano, via Sistema Gestão Presente (SGP), conforme previsto na Lei 14.818/2024.

O não compartilhamento das informações sobre os estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino poderá impactar o pagamento dos incentivos relativos ao período em que as informações não foram compartilhadas.

Para quem não for contemplado neste primeiro período, o MEC informa que se ocorrerem correções e atualizações das informações referentes à matrícula, por parte das redes públicas de ensino médio, entre 9 de março e 14 de junho, o pagamento do Incentivo-Matrícula poderá ser feito até 1º de julho.

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Por meio do incentivo à permanência escolar, o programa quer democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social. Foto Arte/Arte/Ministério da Educação

Pé-de-Meia visa promover a permanência e conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Arte/Ministério da Educação

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional do governo federal, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio público.

O objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

O Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento, além dos depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído, que só poderão ser retirados da poupança após a conclusão do ano letivo. Se consideradas as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e, ainda, o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série, os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno.

Os estudantes com dúvidas sobre o Pé-de-Meia podem acessar uma seção de Perguntas Frequentes sobre o programa no portal do MEC. Outros canais são o Fale Conosco do MEC (telefone 0800 616161) e o portal de atendimento, por meio da opção 7 e seleção do assunto Programa Pé-de-Meia.

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