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Morenão: palco de todos
os corações de Campo Grande

Nas tardes de 26 de agosto, o aniversário da cidade era festejado com gala no estádio

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Se a inauguração do Estádio Pedro Pedrossian, popularmente chamado de Morenão, em 1972, trouxe ao futebol de Campo Grande o profissionalismo e o salto de patamar para a primeira linha do esporte – primeiro mato-grossense e depois brasileiro –, os moradores da Capital certamente não se esquecem das tardes do dia 26 de agosto em que o aniversário da cidade era festejado com gala: o maior clássico do Estado, Operário x Comercial, o Comerário.

A década marcou o ápice da disputa de um título particular entre os dois, que viveram talvez o maior período de suas histórias, alternando os troféus do Estadual, seja ele ainda unificado com o norte ou depois dividido, e as boas participações no Campeonato Brasileiro, com o orgulho de levantar o título municipal, levando glória e honra ao monumento de concreto localizado no Universitário, bairro da Região Bandeira, que, além do estádio, acabou batizado pela presença da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, vizinha e mantedora do Morenão.

Mas nem sempre a glória do Comerário, realizado com portões abertos no maior estádio universitário da América do Sul, guiou a Taça Campo Grande. Nas páginas do Correio do Estado, nas décadas de 1950 e 1960, antes de o Morenão nem sequer ser pensado, o título de futebol da Capital era disputado com um selecionado campo-grandense amador (em que, inevitavelmente, Operário e Comercial sediam a maioria dos atletas, ainda apaixonados, que aproveitavam as folgas de fim de semana de seus empregos para defenderem os clubes do coração).

No antigo Estádio Belmar Fidalgo, no Centro, hoje demolido para dar espaço a uma praça e prédios residenciais, o tempo foi passando e provando a ambição do futebol local. Nos anos 1950, amistosos contra os superestimados times profissionais do interior de São Paulo, principalmente da região oeste. Passaram por Campo Grande e venceram o troféu da cidade clubes como a já extinta Prudentina, o Araçatuba, o Assisense e o Vocem, de Votorantim.

Com o devido respeito às cidades e aos clubes, alguns deles já falidos ou licenciados de atividades, era preciso mais para a Capital. E a partir de 1963, o aniversário da cidade passou a ter o tratamento que a data exigia. A seleção campo-grandense encarou poderosos como Santos (sem Pelé), Botafogo, Cruzeiro e Fluminense, todos campeões brasileiros naquela década.

Veio o Morenão e, com os títulos estaduais dos agora profissionalizados clubes da cidade, o sonho se tornou realidade em 1973, com o Comerário sendo oficialmente o clássico do aniversário. O público, quase sempre, era espetacular, acima das 40 mil pessoas. 

DISPUTA CONSOLIDADA NO CALENDÁRIO

A Taça Campo Grande foi uma disputa consolidada no calendário até os anos 1980, quando o Operário, depois da glória de chegar à semifinal do Brasileiro de 1977, passou a privilegiar o cenário nacional em detrimento da disputa municipal. Brigas entre a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e a prefeitura por conta de verbas e datas também acabaram minguando a disputa, até ela ser oficialmente extinta em 1988, em cenário de domínio dos clubes do interior no Estadual e a dupla campo-grandense já fora do principal cenário futebolístico brasileiro.

Nos anos 1990, sem a dupla Comerário em alta e com o Morenão já limitado a baixos públicos, a Capital viu veteranos fazerem a festa de aniversário em seu principal estádio. “Era uma forma de agradecermos o povo e de certa maneira manter o Morenão vivo nos festejos da cidade. Ele é o símbolo máximo de Campo Grande. Todos os caminhos levavam a ele”, disse o ex-ponta Copeu, que jogou nos dois clubes

 

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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