ACONTECEU EM 1976...
No final da década de 1970, o crescimento da cidade de Campo Grande já justificava a destinação de um local apropriado para a instalação de indústrias.
E em 1977, às vésperas da divisão do Estado, o Correio do Estado mostrava o drama vivido pelos moradores da saída para Aquidauana da BR-262, na região oeste da futura capital, com o grande número de indústrias que se alojaram na região.
"Excesso de poluição é tortura para 2 mil famílias", diz a manchete da edição do dia 24 de junho, onde é mostrado que graças à ação conjunta entre moradores e Câmara de vereadores, viria a ser desenvolvido o distrito de Indubrasil, setor industrial de Campo Grande.
A rivalidade existente entre o norte e o sul do então Mato Grosso unificado teve papel fundamental para a criação do Núcleo Industrial do Indubrasil.
“Nesse período havia uma disputa muito forte entre Campo Grande e Cuiabá. Como o Garcia Neto, governador de Mato Grosso na época, criou um distrito industrial em Várzea Grande. A ‘resposta’ do então prefeito de Campo Grande, Levy Dias, foi a criação do Núcleo Industrial do Indubrasil”, lembrou o economista Eduardo Marcos da Silva, ao Correio em 2017, quando da comemoração dos 40 anos do distrito.
Em 1977, foi implantado então pela Prefeitura de Campo Grande, o Núcleo Industrial do Indubrasil: uma área de 200 hectares localizada na região oeste da Capital, nas margens da rodovia BR-262, que conta com 80 lotes (de 5 mil a 10 mil metros quadrados), nos quais se instalaram empreendimentos industriais que revelam alguns dos caminhos do desenvolvimento econômico do município e do Estado.
Em 1982, a área foi repassada e passou a ser administrada pelo Governo do Estado.
Eduardo Silva, que foi presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul (Codems) - na época, vinculado à Secretaria de Estado de Turismo, Indústria e Comércio (atual Semagro) – conta que a primeira empresa que se instalou no local foi a Fertisul - Adubos Ipiranga, indústria de adubos nitrogenados. Atualmente o local abriga um curtume. A existência de ramal ferroviário no Núcleo atraiu outras empresas do setor, como a Adubos Guano, que se instalou em 1977 e ainda mantém suas atividades e a Indústria de Adubos Paulista (hoje desativada).
*SOBRE O AUTOR: Rafael Ribeiro é jornalista desde 2004, graduado pela Faculdade Cásper Líbero (SP). Paulistano, mora em Campo Grande desde 2016 e também é graduado em História pela Universidade de São Paulo, com mestrado em Estudos Brasileiros pela Fundação Escola Paulista de Sociologia e Política de São Paulo.
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