A eliminação do ASA na Copa do Brasil fez o vestiário pegar fogo. Quarta-feira (7), após a derrota para o Corumbaense por 1 a 0, o técnico Luiz Paulo foi pra cima do gerente de futebol, Elias Mansur, e acertou socos no dirigente. Foi grande a confusão em Corumbá.
A agressão foi revelada na última sexta pelo próprio treinador, em entrevista ao Globo Esporte por telefone. Sem clima, ele deixou o clube quando voltou a Alagoas.
"Eu o agredi. Eu tirei ele (Mansur) do vestiário, não queria ele comigo, não. Eu não tô aqui pra ficar passando a mão ou deixando de falar. Eu agredi. Agredi o gerente de futebol, que não me respeitou durante esses 60 dias. Eu o agredi com socos. Desferi alguns socos, ele saiu do vestiário e acabou", narrou Luiz Paulo, que já foi auxiliar-técnico do Duque de Caxias (RJ).
O treinador disse que o santo dele não bateu com o de Mansur desde quando chegou no clube, em dezembro. Segundo Luiz Paulo, o gerente quis prejudicar o trabalho dele.
"A confusão começou com a minha chegada em Arapiraca. Não fui aceito por ele, porque ele tinha indicado 17 treinadores. E eu não estava nessa relação, até porque não nos conhecíamos. E, dali pra cá, eu fiquei preocupado. Falei: 'Pô, um cara que tem 17 treinadores, qualquer erro meu, qualquer derrota na pré-temporada, sou sujeito a uma queda". Ganhamos do CSE de uma maneira brilhante dos atletas, numa determinação, empenho, superação e ele não veio me cumprimentar. E eu acho que isso é normal até no futebol amador (um gerente falar com um treinador após uma vitória). E lá em Corumbá ele tentou chegar perto de mim, e, aí, infelizmente eu tive uma atitude não digna de um treinador", desabafou Luiz, de 42 anos.
Revoltado, o carioca Luiz Paulo continuou com o desabafo. Ele disse que a confusão foi o resultado de muitas humilhações que passou.
"Meu nome não entrou no BID, fiquei fora da primeira partida. Ele falou que eu não teria dois jogos à frente do ASA, que treinador sem expressão só tem uma chance. São coisas que fui levando. E nós somos homens, sujeitos homens", disse o treinador.
Gerente do ASA desde o ano passado, o gaúcho Elias Mansur evitou criar polêmica sobre o caso. Não quis nem confirmar se foi mesmo agredido pelo técnico. "Não vou comentar esse assunto. Vamos pensar daqui pra frente", disse o gerente, por telefone.
Luiz Paulo é o segundo técnico que sai de um clube alagoano após uma agressão. No dia 7 de setembro do ano passado, Ney da Matta trocou soco com o meio-campista Rosinei no CT do Mutange e irritou o elenco. O caso terminou com a demissão do treinador e de toda a comissão técnica.