O 188° Comerário da história, disputado na tarde deste sábado (10), no Estádio Morenão, coroou um nome que já vem escrevendo seus parágrafos na trajetória dos últimos anos do maior clássico do futebol de Mato Grosso do Sul: Rodrigo Grahl.
O veterano atacante, depois de ficar mais de uma semana afastado do time por problemas musculares, justificou a confiança da diretoria e marcou três gols na goleada do Operário sobre o Comercial por 4 a 1.
Um feito e tanto pra quem prometeu encerrar a carreira no ano passado. E que repete a maior goleada já registrada do clássico, os mesmos 4 a 1 do lado alvinegro, em 1980.
Era a experiência que Mário Tilico, técnico colorado, lamentou não ter em seu plantel durante a semana. Pudera, depois de buscar o empate e até se mostrar melhor no jogo, foi devidamente atropelado pelo furacão catarinense, cada vez mais idolatrado pelos gols marcados no clássico.
Com a goleada sobre o rival, o Operário se isola na liderança do Grupo A do Estadual, com sete pontos. O Comercial, ainda com jogos a menos, continua na lanterna, com um empate e agora duas derrotas somados em três jogos.
O JOGO
O técnico operariano Celso Rodrigues seguiu o que esboçou e fez duas alterações no time alvinegro que venceu o Cuiabá por 1 a 0 na última quarta-feira (7), pela Copa Verde: entraram Grahl, capitão e peça indispensável do treinador, e o rápido ponta Igor Vilela, ídolo da torcida.
Foi o suficiente para animar os alvinegros presentes no Morenão, maioria absoluta entre as cerca de mil e duzentas pessoas que foram ver o clássico, segundo a Polícia Militar, número bem abaixo da expectativa sonhada pelas diretorias.
Mais do que agradar os torcedores, Grahl e Igor deram ao Galo o poderio ofensivo que faltou diante do rival cuiabano. O técnico colorado, Mário Tilico, até tentou repetir a intensidade da marcação exibida pelo adversário do Operário na quarta, mas faltou qualidade e organização em campo. Até para entrar no jogo, pois os atletas comercialinos só subiram ao gramado quando o Hino Nacional começou a ser tocado.
Assim, foi fácil para o alvinegro impor seu jogo. Logo aos dez minutos, Jefferson Reis recebeu passe cumprido pelo alto pelo lado esquerdo do campo, matou a bola no peito, ajeitou e chutou de curva para marcar o gol.
O gol poderia significar o desempenho para um resultado mais elástico aos alvinegros, mas surtiu efeito foi no Comercial. A equipe acertou seu jogo, passou a aparecer mais no ataque, mas pecou na conclusão das jogadas. O nervosismo ficou evidente com os constantes bate bocas entre os jogadores e o próprio Tilico.
"É preciso ter tranquilidade. Buscar a calma e errar menos", disse o comandante colorado ao deixar o campo no intervalo.
A conversa rendeu e Tilico mexeu no seu time. Na volta do intervalo, o Operário até se lançou ao ataque. Mas deu o espaço que o Comercial queria. Aos 11, Jô, centroavante recém-contratado a pedido do treinador e que entrou no intervalo, subiu mais que a marcação para desviar de cabeça cruzamento que veio pelo lado direito de Eduardo França, outro que saiu do banco, empatando o placar.
Tudo caminhava para um domínio vermelho na partida. Mas novamente a tendência foi contrariada no clássico. O Operário parecia mais determinado em marcar. Parecia. É nos momentos de oportunismo que o craque brilha. E aos 26, quando um grupo de torcedores já ensaiavam cantos para pedir sua saída, Rodrigo Grahl recebeu passe pelo alto, saiu atrás da zaga livre de marcação apenas para completar às redes.
Era pouco. Aos 38, Vanderlei, outro nome da reserva constantemente pedido pelos torcedores, fez uma jogada de placa pelo lado direito, passou por três defensores vermelhos e deu de base seja para Grahl, livre de marcação de novo e com o goleiro batido, definir a vitória.
E se há quem critique, era hora do veterano marcar de vez seu nome no clássico e marcar pela terceira vez, já nos acréscimos, quando recebeu passe enfiado e pela terceira vez no jogo sair livre sem a marcação, definir o placar cara a cara com o goleiro rival e mostrar o motivo pelo qual é ídolo da maioria dos alvinegros.
Animado com a bela vitória, o Operário voltará a jogar pelo Estadual no domingo (18), novamente contra o maior rival, em jogo marcado para as 11h (de MS).
Antes, contudo, o Galo viaja para Cuiabá, onde faz o duelo de volta contra o rival da Série C, às 20h30 (de MS) da quinta-feira (15), pela primeira fase da Copa Verde.
O Comercial, antes do clássico, tenta colocar sua tabela no Estadual em dia. Na quarta-feira (14) enfrenta o Costa Rica, às 20h45 (de MS).
O Estadual Sul-Mato-Grossense continua com um jogo neste sábado: Águia Negra e Corumbaense se enfrentam às 19h, em Rio Brilhante.
No domingo, Novo e União ABC, no Morenão, e o clássico de Dourados, Sete diante do Operário, completam a rodada. Ambos os jogos são às 16h.