Esportes

PRESIDENTE DA CBF

A+ A-

Del Nero quer punição de pelo menos dez anos para envolvidos em brigas

Del Nero quer punição de pelo menos dez anos para envolvidos em brigas

Sérgio Rangel, Folhapress

10/07/2017 - 15h42
Continue lendo...

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, defende punições mais severas aos torcedores que participarem de brigas. Ele diz ser possível o afastamento dos envolvidos em incidentes por pelo menos dez anos dos estádios. O cartola disse que precisa do "apoio da polícia" e de "outros setores do Ministério Público e da magistratura" para colocar isso em prática.

No sábado (8), um torcedor do Vasco morreu e outros dois foram baleados após um quebra-quebra em São Januário, que se espalhou para os arredores do estádio.

Segundo Del Nero, "podemos com facilidade identificar os 200 a 300 vândalos cada torcida e em medida provisória até o julgamento final afastá-los dos estádios por pelo menos dez anos".

Advogados acreditam que o Estatuto do Torcedor dá brechas para aumentar a pena aos brigões.
Atualmente, o torcedor poderá ser punido por até três anos fora dos estádios

Para penalizar os torcedores envolvidos em atos violentos, o dirigente disse que vai negociar com autoridades mudanças na legislação.

No sábado, torcedores do Vasco tentaram pular o alambrado e lançaram rojões nos jogadores adversários. Policiais foram obrigados a lançar bombas de efeito moral para conter a confusão.

Del Nero defendeu também a adoção de "monitores" nas organizadas.

"Outra tese é que os clubes criem a torcida uniformizada, ligada ao clube, e que tenha monitores antes e durante os jogos. Nesse caso, o monitor tem o controle das pessoas e pode afastá-los caso não sejam sociáveis", disse o presidente da CBF à reportagem , por aplicativo de mensagens.

O dirigente já fez essa proposta quando era presidente da Federação Paulista de Futebol em 2013. Até agora, a tese não saiu do papel.

Nesta segunda (10), o STJD deve interditar o estádio do Vasco por causa das brigas após o clássico.
O Ministério Público do Rio vai também pedir ao judiciário a interdição de São Januário.

O dirigente não quis comentar se a onda de violência foi estimulada pelos dirigentes vascaínos.

ELEIÇÃO

À frente da CBF desde 2015, Del Nero articula nos bastidores a sua reeleição para abril. Acusado pelo FBI de receber propina na venda de direitos de torneios no Brasil e no exterior, o paulista vai tentar ser eleito para mais quatro anos no poder antes da disputa da Copa.

Pelo estatuto da entidade, o pleito pode ser realizado até um ano antes do final do atual mandato, que se encerra em abril de 2019. O cartola avalia que um insucesso da seleção no Mundial poderia complicar a sua reeleição.

As federações são maioria no colégio eleitoral. Além disso, para ser habilitada, uma candidatura precisa do apoio de oito federações e cinco clubes. Del Nero é o único que, hoje, conseguiria apoio das federações para homologar sua candidatura. A CBF repassa cerca de R$ 70 mil mensais para cada uma delas.

Apesar das denúncias, Del Nero manteve praticamente intacto o seu poder no futebol brasileiro. Com a ajuda da bancada da bola, desarticulou a CPI do Futebol, criada no Senado após a prisão de José Maria Marin, em 2015, com acusações semelhantes às do presidente da CBF.

Em dezembro, o relatório final da comissão assinado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) não pediu o indiciamento de cartolas.

Em março, Del Nero ampliou o colégio eleitoral para incluir times da Série B, mas manteve seus aliados, os presidentes de federações, como maioria. Pela nova regra, o voto de cada federação tem peso três, os times da Série A peso dois e os clubes da segunda divisão peso um. No final, as federações ficam com 81 votos contra 60 dos clubes.

Em 2014, Del Nero foi eleito quase que por unanimidade. Ele teve 44 dos 47 votos possíveis. Todos os clubes da Série A votaram nele, exceto o Figueirense, aconselhado pela própria CBF a não participar do pleito por causa de uma disputa judicial.

Apesar de articular sua reeleição, Del Nero só vai assumir publicamente sua candidatura após o julgamento de Marin nos Estados Unidos, marcado para novembro.

Após a prisão do ex-presidente da CBF, Del Nero preferiu ficar no Brasil, que não tem acordo de extradição com os EUA. Desde então, ele nunca mais representou o futebol nacional no exterior.

Esportes

Acusação apresenta recurso e diz temer por fuga de Daniel Alves da Espanha

Brasileiro foi solto após pagar R$ 5,4 milhões à Justiça Espanhola

26/03/2024 19h00

Arquivo

Continue Lendo...

A advogada da vítima de Daniel Alves, Ester García López, apresentou na segunda-feira (25) o recurso referente à soltura do brasileiro, concretizada após ele pagar R$ 5,4 milhões (1 milhão de euros).

O Ministério Público da Espanha também entrou com um pedido de anulação da liberdade provisória.

O principal ponto da acusação, no recurso, é a probabilidade de Daniel Alves fugir para o Brasil. 

O documento alerta que o risco de fuga continua iminente, uma vez que o brasileiro não tem vínculos suficientes com a Espanha e tem capacidade econômica para deixar o país a qualquer momento.

Daniel Alves tem um imóvel em Barcelona, mas, de acordo com a acusação, não comprova qualquer vínculo com a cidade. O brasileiro já disse que só viaja a Espanha para passar férias.

A apelação releva a importância da presença de Joana Sanz, esposa do brasileiro, que vive na Espanha; pontua que toda a família do jogador vive no Brasil, o que possibilitaria que ele fugisse para seu país de origem, abandonando o processo.

No recurso, a acusação relembra sequenciais decisões do Tribunal de manter a prisão preventiva de Daniel Alves -as duas últimas aconteceram três meses antes do julgamento, em 23 de novembro de 2023 e em 5 de dezembro de 2023.

Em ambas as datas, o Tribunal negou a liberdade provisória ao brasileiro, alegando que a proximidade à data do julgamento aumentaria as chances de fuga.

CONTRADIÇÃO

A apelação ressalta o que diz a lei espanhola sobre prisão preventiva: o tempo máximo em que um réu pode ficar preso preventivamente é dois anos, prazo que pode ser renovado se a pena do crime for superior a três anos.

Daniel Alves cumpriu 1 ano e dois meses de prisão, tendo ainda mais dez meses antes que seja julgada a necessidade de renovar a prisão preventiva.

O recurso afirma que todo o caso foi cauteloso para preservar a vítima e evitar, ao máximo, revitimizá-la, uma vez que o fato de ser uma história midiática por si só já o faz constantemente.

A soltura de Daniel Alves antes da decisão em segunda instância, havendo uma condenação em primeira instância, diz a acusação, revitimiza a mulher estuprada pelo brasileiro.

O documento aponta, ainda, que a decisão de liberdade mediante pagamento de fiança passa uma mensagem preocupante à sociedade: como se a condenação por um crime de estupro pudesse ser revogada com o pagamento de fiança.

Daniel Alves foi solto na manhã de terça-feira (25) e deixou a penitenciária de Brians 2 ao lado da advogada Inés Guardiola. Ele foi condenado em primeira instância a quatro anos e seis meses de prisão por estupro.

Campeonato Sul-Mato-Grossense

TJD multa médico do Costa Rica em R$ 15 mil após caso de injúria racial

O CREC também foi punido e perde dois mandos de campo

26/03/2024 17h26

Foto/ Reprodução

Continue Lendo...

O Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD/MS) puniu o Costa Rica com a perda de dois mandos de campo e o médico do clube, Marcus André dos Santos, acusado de racismo pelo árbitro Rosalino Sanca, a pagar R$15 mil. Ambas as decisões cabem recurso.

O caso, que ganhou forte repercussão, ocorreu na partida da primeira fase do Campeonato Sul-Mato-Grossense, no dia 3 de março, entre Costa Rica e Operário, no estádio Laertão.

Sanca atuava como quarto árbitro, quando em um momento de confusão, o médico do clube teria dito: "Esse neguinho gosta de confusão". 

O momento em que o árbitro Rosalino Sanca foi xingado foi filmado. Nas imagens, Sanca é visto pedindo a um funcionário que estava sentado na cadeira para sair da tenda destinada à arbitragem. A pessoa se levantou irritada e se retirou do local, citando as palavras: 'Por isso que ninguém gosta de você aqui'. Na sequência, o médico disparou ofensas ao árbitro.

De acordo com o documento analisado pelo TJD, sobre o episódio, o clube foi condenado no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que prevê multa de R$ 15 mil e punição de cinco jogos. 

Segundo o TJD, o Costa Rica tem até três dias para apresentar o recurso contra a decisão. Como o clube foi eliminado do Estadual, a punição deve ser cumprida em 2025. 

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).