Política

ELEIÇÕES 2018

Vice de Bolsonaro critica 13º salário e gera crise na campanha

Vice de Bolsonaro critica 13º salário e gera crise na campanha

FOLHAPRESS

27/09/2018 - 15h19
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Candidato a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB)  disse que o 13º salário é uma "jabuticaba brasileira", uma "mochila nas costas dos empresários" e "uma visão social com o chapéu dos outros".  

"Jabuticabas brasileiras. Décimo terceiro salário. Se a gente arrecada 12, como pagamos 13? É complicado. É o único lugar em que a pessoa entra em férias e ganha mais. Coisas nossas, legislação que está aí. É sempre a visão dita social com o chapéu dos outros, não com o chapéu do governo", disse Mourão em palestra no Clube dos Diretores Logistas de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, na quarta-feira (26).

"[Vamos fazer] a implementação séria da reforma trabalhista. Sabemos perfeitamente o custo que tem o trabalhador, essa questão de imposto sindical em cima da atividade produtiva. É o maior custo que existe. E temos algumas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário", completou o militar.

A manifestação de Mourão soma-se a outras de ampla repercussão que proferiu nas últimas semanas. Ele afirmou que casas com apenas mães e avós são "fábricas de desajustados" e chamou países latino-americanos e africanos com os quais o Brasil teve relações comerciais de "mulambada".

Depois desses episódios, o general foi repreendido por Bolsonaro e, por decisão da cúpula da campanha, ouviu que não deveria mais participar de eventos públicos com frequência.

De sexta-feira (28) até quinta-feira (4), Mourão tem apenas compromissos fechados em sua agenda, sem acesso da imprensa ou do público. A coligação também o proibiu de participar de todos os debates de candidatos a vice até o primeiro turno, marcado para 7 de outubro.

POLÊMICA

A nova polêmica disparada pelo candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB), gerou uma nova crise na campanha do líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência. O entorno do candidato quer silenciar o militar da reserva.

Ato contínuo, Bolsonaro fez publicar em sua conta no Twitter uma reprimenda a quem critica o direito trabalhista, que seriam pessoas que desconhecem a Constituição. Em suma, desautorizando o vice.

Mourão só ficou sabendo da confusão na estrada, voltando a Porto Alegre. A um amigo, disse que não é contra o 13º, e que sua fala havia sido tirada de contexto. Afirmou que apenas pintava o quadro geral dos elementos de custo-Brasil com os quais o empresariado tem de lidar, sem dizer que é a favor de acabar com o benefício.

A reação da campanha de Bolsonaro foi rápida, em contraposição a crises recentes. Na semana passada, o próprio general havia falado que lares "com mãe e avó" eram "fábricas de desajustados". Foi enquadrado para moderar suas declarações, sem efeito pelo visto.

O guru econômico da campanha, Paulo Guedes, sugeriu um imposto nos moldes da CMPF para unificar tributação e teve de dizer que não era bem assim, com o próprio Bolsonaro saindo então em sua defesa.
Para o amigo que conversou com Mourão, houve precipitação por parte do comando da campanha, que não chegou a falar com o general antes de desautorizá-lo.

O grupo de generais da reserva que trabalha no programa de governo de Bolsonaro ficou contrariado com a velocidade da reação, mas quer evitar um choque direto e disse entender a necessidade de tentar conter a inevitável viralização da fala. Há a expectativa de que Bolsonaro e ele conversem sobre o caso.

Nas campanhas adversárias, a nova polêmica soou como música. Se a recriação da CPMF, aventada e depois negada, foi parar nas peças de propaganda do PSDB, estrategistas já estudavam como incluir a "extinção do 13º" no próximo programa nacional, no sábado (29).

Mourão, um militar que ainda na ativa se notabilizou por declarações polêmicas, está no centro das atenções desde que Bolsonaro foi esfaqueado durante ato de campanha em Juiz de Fora, no dia 6. Ele cogitou substituir o candidato em debates, atraindo a ira da família de Bolsonaro, e sua visibilidade e frases incompatíveis com o marketing eleitoral o levaram a ser questionados pelo grupo partidário da campanha.

Política

Cármen Lúcia vota pela confirmação da cassação de Zambelli e conclui placar da Primeira Turma

Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento

12/12/2025 19h00

Crédito: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também votou para que a Primeira Turma da Corte confirme a decisão que decretou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) - condenada a um total de 15 anos de prisão em duas ações penais. Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento chancelando também a anulação da decisão da Câmara dos Deputados que tentou salvar Zambelli.

Assim como o relator, Alexandre de Moraes, e os colegas Flávio Dino e Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia apontou inconstitucionalidade na votação da Câmara que tentou poupar o mandato da bolsonarista.

A ministra destacou a impossibilidade de Zambelli exercer seu cargo como deputada vez que foi condenada a prisão em regime fechado, lembrando que, por essa razão, é estabelecida a perda automática do mandato como decorrente da sentença condenatória.

"A condenação a pena que deva ser cumprida em regime fechado, como se dá na espécie vertente, relativamente a Carla Zambelli Salgado de Oliveira, impede que ela sequer se apresente, sendo fática e juridicamente impossível ela representar quem quer que seja. A manutenção do mandato deixaria o representado - o povo que elege - sem representação, pela impossibilidade de comparecimento para o exercício do cargo pelo que tinha sido eleito", destacou a ministra.

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Política

De olho em 2026, Botelho e Tebet articulam uso de terras da União para destravar obras em MS

Encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar a habitação popular e a reforma agrária no estado

12/12/2025 16h00

Divulgação

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O superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul (SPU/MS), Tiago Botelho (PT), reuniu-se na quarta-feira (11), em Brasília, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar duas frentes sensíveis no estado: habitação popular e reforma agrária.

O encontro em Brasília carrega forte componente político. Segundo Botelho, a expectativa é preparar um pacote de entregas robusto para uma visita do presidente Lula a Mato Grosso do Sul, prevista para o primeiro trimestre de 2026. 

A agenda serviria como contraponto político em um estado majoritariamente ligado ao agronegócio conservador, apostando em obras estruturantes para disputar a narrativa local.

A articulação busca dar celeridade ao programa "Imóvel da Gente", transformando terrenos ociosos da União em canteiros de obras para o Minha Casa, Minha Vida. Botelho apresentou a Tebet um mapeamento de áreas em municípios estratégicos, visando ampliar o estoque de moradias antes do início das vedações eleitorais do próximo ano.

"Precisamos avançar, pois o déficit habitacional é muito grande", argumentou Botelho, citando números da gestão Lula 3. O superintendente também tocou em um ponto nevrálgico para a política do Centro-Oeste: a reforma agrária. A estratégia é utilizar áreas da União já identificadas, dependendo apenas de estudos de viabilidade do Incra, para evitar conflitos fundiários e acelerar assentamentos.

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