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STF pede investigação sobre vídeo com críticas à presidente do TSE

STF pede investigação sobre vídeo com críticas à presidente do TSE

FOLHAPRESS

23/10/2018 - 22h00
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Os ministros da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), por unanimidade, pediram providências à Procuradoria-Geral da República para investigar os responsáveis por um vídeo que circula na internet com críticas a ministros da corte e, em especial, à presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber.

O vídeo foi supostamente gravado por um coronel do Exército. No início da sessão da Segunda Turma, na tarde desta terça (23), o decano do STF, ministro Celso de Mello, classificou o vídeo de abjeto e disse que ele é um ataque à honra de sua colega Rosa.

"O discurso imundo, repugnante do agente que ofendeu a honra da ministra Rosa Weber, uma mulher digna, magistrada de honorabilidade inatacável, que exerce, como sempre exerceu, a função judicial com talento e isenção, exteriorizou-se mediante linguagem insultuosa, desqualificada por palavras grosseiras", disse Celso.

"Esse ofensor da honra alheia me faz lembrar aqueles personagens patéticos, que, privados da capacidade de pensar com inteligência, optam por manifestar ódio visceral e demonstrar intolerância radical contra os que consideram seus inimigos, expressando na anomalia dessa conduta a incapacidade de conviver em harmonia e com respeito pela alteridade", acrescentou.

"Os injustos e criminosos ataques representam um ultraje inaceitável a esta Suprema Corte, à ordem democrática e ao Poder Judiciário do Brasil", concluiu Celso.

Em seguida, o ministro Gilmar Mendes defendeu a confiabilidade das urnas, que têm gerado críticas ao TSE -principalmente por partidários do candidato Jair Bolsonaro (PSL)-, e pediu apuração e punição para os autores do vídeo mencionado pelo decano.

"Veja, com a votação expressiva agora em nomes poucos conhecidos, o que dizer desse sistema, que esses nomes foram inventados ou o povo de fato os escolheu? Por que tumultuar um processo que é razão de orgulho no mundo afora?", disse Gilmar, que presidiu o TSE até o início deste ano.

"É preciso encerrar de vez essa questão. O resultado expressivo da votação, a apuração ocorrida já duas horas após, traduz com clareza a excelente funcionalidade do modelo. Por que, então, querer gerar suspeitas? Porque o que se quer é criar um ambiente de terror, de suspeita, se os resultados não atenderem a dadas expectativas. Isto precisa ser, de uma vez por todas, encerrado, porque é um crime de lesa-pátria, de lesa democracia", afirmou.

Edson Fachin, que integra a Segunda Turma e também é membro do TSE, se solidarizou com Rosa. "A agressão a um juiz é a rigor uma agressão a toda a magistratura", disse.

Presente à sessão, o advogado Alberto Toron pediu a palavra para falar em nome da advocacia. "Eu não poderia, como advogado e membro da OAB, omitir-me. Também eu conheço a seriedade da eminente ministra Rosa Weber", afirmou.

"O que se está fazendo com a deslegitimação do Judiciário é um ataque à democracia. A frase que ouvimos sobre um cabo e um soldado é de uma gravidade, uma atrocidade, não apenas ao Poder Judiciário, mas à própria democracia", disse Toron sobre um outro vídeo, gravado em julho, em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável, fala na hipótese de fechar o Supremo.

"Agora [com o vídeo contra Rosa] vem o achincalhe pessoal, porque não basta o ataque à instituição. Nós advogados, mais do que nossa solidariedade, queremos erguer nossas vozes para, junto com Vossas Excelências, dizer que esses ataques são intoleráveis, inaceitáveis e saberemos responder à altura."

No início do mês, a Polícia Federal abriu investigação sobre ameaças a Rosa Weber que circularam nas redes sociais. A segurança da ministra chegou a ser reforçada.

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

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STF-DECISÃO

STF permite uso de vestimentas religiosas em foto de documentos oficiais

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país

17/04/2024 19h00

Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta Lula Marques / Agência Brasil

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O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta quarta-feira (17) o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a identificação individual.

Os demais ministros seguiram o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, que também é o presidente da corte. Para ele, proibir o uso dessas vestes "é uma medida exagerada e, consequentemente, desnecessária".

Barroso disse que o veto a essa possibilidade "compromete a liberdade religiosa, sem que esse comprometimento impacte de maneira muito relevante a segurança pública".

A segurança foi o argumento para que o uso dessas roupas tenha sido impedido por autoridades brasileiras.

"Embora possa haver exceções, religiosos não fazem parte de um grupo especialmente perigoso da sociedade", disse Barroso.


O processo é de repercussão geral, e sua decisão incidirá em processos similares sobre o tema em todo o país.

Após o voto do presidente do Supremo, os ministros discutiram sobre a necessidade de ampliar ou não a tese para definir até que ponto pode haver a cobertura do rosto, ou se a norma pode se aplicar para outras situações não religiosas.

Acabaram fixando a tese de que "é constitucional o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a adequada identificação individual, com rosto visível".


Votaram com o presidente os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

A ação que serve como referência trata de uma freira de Cascavel (PR) que queria renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) usando hábito (veste religiosa) na foto do documento.

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país.


Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta.

A representante da União Nacional das Entidades Islâmicas, Quesia Barreto dos Santos, disse que o uso de hábito, do véu islâmico ou de outras vestes similares são prática religiosa, e que sua retirada em público equivaleria a exigir que uma mulher não muçulmana retirasse sua camisa para foto de identificação.

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos disse que, entre os direitos de liberdade religiosa e de segurança pública, a corte devia procurar uma solução que preservasse os dois núcleos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o uso de véu não impede a identificação e se manifestou contra a exigência de retirada da vestimenta.

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