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Bolsonaro defende autonomia política do BC e fim da reeleição

Ele falou sobre redução do número de parlamentares no Congresso

Agência Brasil

20/10/2018 - 17h19
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O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, defendeu hoje (20) a autonomia política do Banco Central (BC) e a manutenção de um tripé macroeconômico no país. Ele concedeu uma rápida entrevista à imprensa no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro, onde gravou programa eleitoral da campanha no segundo turno.

Perguntado se tem intenção de manter no cargo o presidente do BC, Ilan Goldfajn, caso seja eleito, o candidato afirmou que a decisão cabe ao economista Paulo Guedes. “Nem tudo tem que ser mudado do governo Temer. O que está dando certo não tem que ser mudado, mas tem muita coisa errada também”, disse Bolsonaro sem citar exemplos de medidas malsucedidas adotadas pela gestão atual.

Reeleição

Na entrevista, o presidenciável também defendeu o fim da reeleição e a redução do número de parlamentares no Congresso Nacional. “Fala-se muito em reforma política, mas o presidente não tem autoridade para tal. Cada parlamentar vota de acordo com seu interesse. Da minha parte, vou conversar com o Parlamento com vistas a uma reforma. Acabar com o instituto da reeleição e reduzir de 15% a 20% a quantidade de parlamentares”, disse.

Indústria

Para o candidato do PSL, o país passa por um processo de desindustrialização e é preciso voltar a estimular o setor. “Não podemos continuar exportando minério de ferro e importando uma canoa de aço de volta. Temos que agregar valor, fomos desindustrializados nos últimos anos, e tem que se buscar uma maneira de incentivar e estimular para que a indústria seja próspera no Brasil.”

Bolsonaro também foi perguntado sobre nomes que vão compor o seu ministério, no caso de ele ser eleito. Disse que pretende desmembrar o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ele confirmou a intenção de indicar o tenente-coronel da reserva Marcos Pontes para o comando do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Política externa

Ao falar sobre o Mercosul, o candidato afirmou que não se pode “jogar para o alto” o acordo. “O que não pode é continuarmos usando acordos como esse em função de interesses ideológicos como o PT fez”, criticou. Ele defendeu a assinatura de acordos bilaterais pelo Brasil. “Vamos partir para o bilateralismo onde for possível. Conversei com o [ Mauricio] Macri [presidente da Argentina], ontem com o do Paraguai, encontrei senadores do Chile. Vamos buscar fazer acordos com ao países da América do Sul sem o viés ideológico.”

Sobre comparações feitas entre ele e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro respondeu: “Trata-se de querer um Brasil grande assim como ele quer uma América grande.”

O candidato fez elogios ao presidente norte-americano. “Ele diminuiu a carga tributária do setor produtivo, foi criticado, mas isso gerou emprego e atraiu novas empresas de fora. A Inglaterra fez isso há 20 anos. Admiro muito ele [Trump] por isso aí, ou vão querer que eu admire [Nicolás] Maduro [presidente venezuelano] ou o governo cubano?”

Jair Bolsonaro comentou ainda a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, que desapareceu no dia 2 de outubro após ir ao consultado de seu país em Istambul, na Turquia, para buscar documentos. Segundo a Procuradoria-Geral da Arábia Saudita, Khashoggi morreu em uma briga dentro do consultado. A versão contrasta com a dos veículos de imprensa turcos e americanos, que indicam uma execução de Khashoggi por agentes sauditas próximos do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. “Se comprovado, foi assassinato. Não tenho palavras para repudiar uma ação como essa”, disse Bolsonaro.

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

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O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

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O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

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