Ao contrário do que o presidente do PDT, deputado federal reeleito, Dagoberto Nogueira disse na semana passada, o vice-presidente da sigla, Antonio Carlos Biffi declarou que o partido "não está rachado". A informação foi feita durante reunião que ocorreu nesta segunda-feira (15), no escritório de Dagoberto.
Biffi declarou que a visita feita pelo filho do candidato ao Governo do Estado Juiz Odilon de Oliveira, o vereador de Campo Grande Odilon de Oliveira Junior, ao ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (MDB) em que o vereador foi até o Centro de Triagem, visitar o ex-governador, foi apenas para “alinhavar o que já estava costurado”.
De acordo com Biffi, as tratativas entre PDT e MDB já estavam acontecendo antes do resultado do primeiro turno. “Quem conduziu aliança com MDB foi o João Leite Schimidit (presidente de honra do partido), antes e também depois do primeiro turno. O acordo era de que quem passasse para o segundo turno apoiava o outro”, disse o vice-presidente do partido. Biffi se referia a possível ida do candidato ao Governo do Estado, presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (MDB) para o segundo turno, de acordo com ele, se Mochi ganhasse, estava acertado que o PDT apoiaria o candidato do MDB.
A aliança dos dois partidos, de acordo com Biffi, foi alinhavada, propositalmente, anteriormente. “Você pode até ganhar eleição sozinho, mas você não governa sozinho, MDB é o fiel da balança assim como foi em 2014, Delcídio (do Amaral) perdeu porque não conseguiu apoio do MDB”, justificou Biffi.
Sobre a saída de Shimidt da coordenação de campanha do juiz, Biffi disse que “isso é algo interno, briga interna entre eles” e que Odilon é projeto do PDT. “Shimidt continua no partido, ele é o presidente de honra da sigla”, garantiu.
A reunião entre integrantes do PDT ocorreu no escritório do deputado federal reeleito Dagoberto Nogueira (PDT), mas o juiz Odilon e nem seu filho, Odilon Junior, estavam presentes. Biffi disse que a pauta da reunião era para “discutir participação do PDT na campanha do juiz. Devemos fazer plenária ainda essa semana e definir campanha do interior”, concluiu.
ENTENDA
A reportagem do Correio do Estado teve acesso a ata em que continha registros de visitas que Puccinelli recebeu na semana passada. Odilon de Oliveira Júnior visitou, no Centro de Triagem de Campo Grande, no começo da semana passada, o ex-governador André Puccinelli e principal articulador político do MDB em Mato Grosso do Sul. Logo após a visita, no dia 10, as agremiações anunciaram a união para o segundo turno, contra a reeleição de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Além de Odilon Junior, o advogado Luiz Pedro Gomes Guimarães, denunciado na Operação Coffee Break, que investiga a suposta compra de voto dos vereadores de Campo Grande para cassar o então prefeito Alcides Bernal (PP), em 2014, também visitou o ex-governador.
O vereador de Campo Grande e filho do juiz federal, foi a unidade logo após o resultado das eleições em Mato Grosso do Sul, que deixou o candidato do MDB, Junior Mochi, de fora da corrida do segundo turno. Mochi só entrou na disputa após a desistência de Puccinelli, por estar preso, e da senadora Simone Tebet, que justificou os apelos feitos pela família para deixar a eleição.
RACHADO
O PDT em Mato Grosso do Sul está em crise por conta dos mandos e desmandos do juiz aposentado. Ele que no início da campanha tirou o então presidente da sigla João Leite Schmidt do cargo para que coordenasse sua campanha, demitiu o mesmo após o resultado de segundo turno.
Com a saída de Schmidt da cadeira da presidência, o deputado federal Dagoberto Nogueira assumiu o posto, mas o clima não está bom entre candidato e dirigente. Odilon foi contra a recomendação nacional de apoio o candidato a presidência do Brasil, Fernando Haddad (PT), e do estadual de ficar neutro, e declarou apoio ao nome do PSL, Jair Bolsonaro. Além de não convidar Dagoberto para o ato de aliança entre PDT e MDB, apenas Odilon pai e filho foram no diretório emedebista.
O clima no PDT é de tensão, de desunião e de troca de acusações. A cúpula alega ser vítima de conspiração do time político do juiz Odilon de Oliveira. Para a cúpula, o candidato a governador, se eleito, poderá trabalhar para tomar o controle absoluto do partido em Mato Grosso do Sul. Mas ele pode esbarrar no presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, que não abre mão de prestigiar deputado federal Dagoberto Nogueira no comando partidário. Na tarde de hoje Luppi vai se reunir em Brasília para decidir quais providências tomar com os candidatos que declararam apoio a Jair Bolsonaro.