Um grupo de advogados e juristas fez um pedido de audiência à ministra Rosa Webber, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para discutir providências em relação à denúncia publicada pela Folha de S.Paulo de que empresas estão pagando impulsionamento de fake news pelas redes sociais para atingir o presidenciável petista Fernando Haddad e, por consequência, beneficiando o adversário Jair Bolsonaro (PSL).
O documento começa com a questão: "Para que existe a lei da ficha limpa se a propaganda suja contamina a eleição?" São 24 signatários, entre eles advogados com clientes réus e condenados na Lava Jato. Entre os que assinaram o pedido estão o ex-ministro Sepúlveda Pertence, que atuou em processo do ex-presidente Lula, e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
A peça cita a reportagem da Folha de S.Paulo que aponta que empresários pagaram por serviços de disparos em massa de mensagens contra a o PT pelo aplicativo Whatsapp, com custo de até R$ 12 milhões de reais.
Em seguida, os advogados listam diversas notícias falsas sobre Haddad que circularam em grupos de aplicativos de mensagens. Há imagens acusando o petista de ser "pai do kit gay" e apontando que Haddad livrará Lula da cadeia, caso eleito.
O advogado Fernando Augusto Fernandes, um dos signatários do documento, diz que questão é urgente. "A democracia não pode sucumbir sobre mecanismos modernos que lembram técnicas arcaicas do livro 1984, de George Orwell, sobre pena das inscrições brasileiras legitimarem uma burla a instalação de um regime de manipulação ilegal", diz.
Na quinta-feira (18) um grupo de advogados e juristas se reuniram com Haddad em para entregar um manifesto com mais de 1.500 assinaturas em que declaram apoio ao candidato petista e evocam o risco de Bolsonaro a continuidade do regime democrático.
Artistas também gravaram vídeos cobrando uma providência da ministra Rosa Webber sobre as fake news. Entre eles estão o músico Caetano Veloso e a atriz Sonia Braga.