Economia

CRISE FISCAL

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Sem ajuda federal, salário de servidores poderá atrasar

Projeto aprovado no início do mês ainda não foi sancionado; demora já preocupa gestores públicos

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Sem uma decisão sobre a ajuda federal para a recomposição de perdas, Estado e municípios contabilizam a queda na arrecadação com impostos e ainda não podem garantir o pagamento dos funcionários públicos. Após o projeto ser aprovado por deputados e senadores, a sanção do socorro financeiro aos entes federados depende do presidente Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira (14), o próprio presidente mencionou a falta de recursos para pagar servidores. Jair Bolsonaro afirmou que vai faltar dinheiro para pagar funcionários públicos. “E tem servidor que quer ter a possibilidade de ter aumento neste ano e ano que vem. Não tem cabimento, não tem dinheiro”, disse.

O temor dos gestores públicos de Mato Grosso do Sul é de que o projeto de lei, já aprovado pelo Congresso, seja sancionado no limite do prazo de 15 dias, que se esgotaria no dia 27. Como o veto à cláusula que permite aumento de algumas categorias de servidores é quase certo, para que vire lei, o veto teria de ser analisado em sessão conjunta com deputados e senadores, o que pode levar a discussão para a última semana de maio, e fazer com que não haja tempo para receber e liberar os pagamentos dos servidores antes do quinto dia útil de junho.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, a gestão estadual conta com a ajuda financeira federal para arcar com as despesas de maio e pode atrasar os próximos vencimentos do funcionalismo público. O governo do Estado estima queda de R$ 250 milhões neste mês com a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O imposto corresponde a 70% da receita estadual. No projeto atual, a gestão estadual ficará com R$ 700 milhões dos recursos federais.

A Prefeitura de Campo Grande também tem pressa para a chegada do dinheiro e prevê queda de R$ 150 milhões na arrecadação com impostos em 2020. Caso o texto seja sancionado, a Capital receberá R$ 148 milhões em recursos.

De acordo com o secretário de Planejamento e Finanças do município, Pedro Pedrossian Neto, as receitas do cofre municipal estão se esgotando. “O nosso fôlego é de mais um mês, depois teremos problemas para manter os pagamentos em dia. A liberação desses recursos tem de acontecer logo, porque nosso caixa está se esgotando. Acredito que a gente não vai atrasar o pagamento dos servidores neste mês, mas não tem como garantir. E no próximo mês o problema ficará pior”, considerou Pedrossian Neto.

OUTRAS CIDADES

Se a prefeitura da Capital ainda tem a possibilidade de manter o pagamento dos funcionários por mais um mês, as prefeituras do interior não vislumbram o mesmo cenário.

As gestões dos demais municípios do Estado apontam como vital a recomposição das perdas na arrecadação para a sobrevivência das cidades.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomassul) e prefeito de Bataguassu, Pedro Caravina, os recursos são essenciais para que os municípios sobrevivam. Conforme o texto aprovado, serão R$ 460 milhões divididos entre os municípios. “Acredito que se esse recurso não chegar, muitos municípios, acredito que a maioria das prefeituras, terão grande dificuldade para arcar com a folha de pagamento do mês de maio”, disse.

O representante dos municípios afirmou que a maioria das cidades já registra queda de 35% nas receitas. Caravina disse que todos esperam que a sanção presidencial ocorra o mais rapidamente possível. “Há dúvidas se o presidente [vai] vetar algum trecho ou se o projeto precisará voltar ao congresso”, concluiu o presidente da Assomasul.

Flexibilização de isolamento também é moeda de troca

Ganhou força, na semana passada, uma outra moeda na negociação: a flexibilização das medidas de isolamento, como quer o governo federal. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e alguns do Nordeste têm medidas mais rígidas de isolamento social. Além desta condição estabelecida para a liberação da ajuda está o veto do aumento aos servidores públicos.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai discutir com governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta semana, o veto ao trecho do projeto de auxílio a estados e municípios que trata de congelar o reajuste de servidores públicos até 2021. A proibição de reajustes para os servidores nos próximos 18 meses é a contrapartida exigida pelo governo federal para a transferência de R$ 60 bilhões aos entes federados.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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