Economia

SALÁRIOS AMEAÇADOS

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Queda na arrecadação deixa pagamento de servidores incerto

Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande negociam empréstimo de R$ 1,270 bilhão

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As administrações públicas de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande já manifestaram a redução na arrecadação, devido à queda da atividade econômica, causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).  Para pagar as contas e garantir os salários dos funcionários públicos, Estado e município aguardam ajuda da União e negociam empréstimos que somados chegam a R$ 1,270 bilhão.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB), disse em entrevista à rede local de televisão que a estimativa é que o Estado deixe de arrecadar R$ 1,4 bilhão em impostos em 2020. A situação na Capital do Estado não é diferente. Durante agenda pública nesta quinta-feira (9) o prefeito Marcos Trad (PSD) afirmou que a receita com impostos já tem queda de 70%.

Para tentar amortizar o rombo bilionário, o governador negocia empréstimo de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) com bancos internacionais. E para Campo Grande o valor negociado pelo prefeito é de R$ 270 milhões.  

Para isso, os gestores aguardam a aprovação da medida de socorro aos Estados, o Plano Mansueto, em pauta desde o ano passado na Câmara dos Deputados.

Durante a entrevista, Azambuja disse que o Estado depende 90% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para sobreviver. “Estamos analisando a prorrogação do ICMS para o microempreendedor e para as pequenas empresas. O governo federal garantiu o fundo de participação dos estados, tem estado que depende 70% do fundo, MS não. O Estado sobrevive de ICMS, 90% da nossa receita é com esse imposto”, frisou o governador.

O prefeito da Capital afirmou que se liberarem o empréstimo de 8% da receita líquida corrente do exercício anterior já ajudaria muito o município.  

“O exercício anterior deu em torno de R$ 3,4 bilhões e 8% seria em torno de R$ 270 milhões, a nossa folha gira em torno de R$ 110 milhões. Não é isso que o município precisa, isso é o que o Plano Mansueto nos dá direito, caso fosse aprovado. Se aprovar esses 8% já me dá um fôlego de quatro meses para frente, que é o tempo que eles falam que pode impactar”, considerou Trad.  

SALÁRIOS

Para pagamento da folha salarial do mês de abril, governo e prefeitura dependem do empréstimo que pode ou não ser liberado. O gestor do município explicou que caso a ajuda não venha precisará cortar salários dos contratados.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, a gestão do ente federado depende exclusivamente do empréstimo para pagar os salários dos mais de 81 mil servidores estaduais. Os servidores públicos estaduais ativos e inativos, como aposentados e pensionistas custam mais de R$ 469 milhões mensais.

O município tem atualmente cerca de 24 mil funcionários que custam R$ 110 milhões. O prefeito disse que a solução para pagar os salários é o Plano Mansueto, que caso fosse aprovado daria a opção para a prefeitura emprestar capital, caso não consigam o empréstimo, precisará reduzir os salários.  

“Tem município do interior que está mandando todos os convocados da educação embora. Só nossos convocados, impactam cerca de R$ 7 milhões na folha por mês. Eu não vou fazer igual e mandar embora, mas dependendo do que Brasília decidir, eu vou ter que sentar com eles e ver uma redução na hora aula”, contextualizou o prefeito. (Colaboraram DAIANY ALBUQUERQUE e EDUARDO MIRANDA)

Votação de socorro fica para segunda-feira

A votação da proposta de socorro aos estados foi adiada para segunda-feira (13). O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, admitiu ter diminuído o limite de empréstimo aos Estados.

A proposta emergencial permite que governadores façam novos empréstimos em até 8% da Receita Corrente Líquida. Isso significa ampliar as dívidas em até R$ 65 bilhões nas contas da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.  

Os Estados fecharam 2019 com estoque da dívida em R$ 565 bilhões, de acordo com informações do Estadão.

Ainda conforme informações do Estadão Conteúdo, Maia admitiu reduzir esse porcentual para 5% ou 6%, desde que a garantia de arrecadação do ICMS com compensação seja ampliada de três para quatro ou cinco meses.

O impacto orçamentário do projeto é de R$ 50 bilhões: R$ 35 bilhões da compensação no ICMS por três meses, R$ 9 bilhões da suspensão das dívidas dos Estados com Caixa e BNDES e mais R$ 5 bilhões de compensação com ISS. Fora isso, declarou, há previsão de R$ 50 bilhões para concessão de empréstimos.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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