Com novas empresas interessadas em reabrir o antigo frigorífico do JBS em Cassilândia, a prefeitura do município conseguiu na Justiça a desapropriação do prédio onde a empresa atuava. A unidade gerava pelo menos 700 empregos diretos e foi fechada há pouco mais de um mês. De acordo com o procurador jurídico da Prefeitura Donizete Cadete, a decisão, publicada na terça-feira, foi tomada pela administração municipal após tentativas de diálogo com a direção da JBS para reabrir a unidade e não ser atendida.
“Ficava aquele ‘jogo de empurra’ e então decidimos não esperar e tomar uma atitude extrema, pedindo a retomada do prédio para que outro frigorífico possa ser instalado lá” afirma. Cadete alega ainda que existem grupos interessados no frigorífico.
O JBS afirmou que o processo judicial em questão não foi ajuizado contra a companhia. A planta de Cassilândia operava por intermédio de um contrato de arrendamento que já se encontra finalizado. O encerramento das operações da JBS nessa unidade se deu em decorrência da determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O próximo passo é abrir um processo de licitação com permissão de uso para a escolha de outras empresas interessadas em instalar uma unidade no prédio.
Segundo o procurador a ideia é oferecer outra fonte de trabalho para os ex-funcionários, já que a unidade era o segundo maior empregador da cidade, atrás apenas da própria prefeitura: “A população se sente derrotada ao ver esse local fechado”, finaliza.
De acordo com a prefeitura, desde que o frigorífico paralisou atividades, os pecuaristas precisavam levar o gado para abater em Campo Grande, ou outras unidades, prejudicando a atividade na região.
NORMALIDADE
Segundo o governador do Estado, Reinaldo Azambuja,as demais unidades do JBS no Estado operam normalmente. “Eles aderiram ao Refis (renegociação de débitos). Parcelaram e pagaram à vista as primeiras parcelas”, alegou Azambuja.
O governador reiterou que o grupo vem cumprindo rigorosamente com o Estado os débitos que tinham.
Com relação a Cassilândia, o governador destacou que a planta era arrendada e a unidade foi proibida pelo Cade de manter as atividades. “Hoje as atividades nas outras plantas acontecem normalmente. A Seara em Dourados está dobrando de tamanho de 3 mil para 6 mil suínos abatidos por dia. Esperamos que continuem as atividades econômicas para continuar gerando emprego em MS”, concluiu.
* Colaborou Gabriela Couto