Economia

PONTO ESTRATÉGICO

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Porto de Ladário pode ser reativado após 20 anos

Concessão para a retomada deve ser aprovada pela SPU

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O porto do município de Ladário, localizado a  427 km de Campo Grande, está desativado há mais de 20 anos e agora vislumbra a possibilidade de voltar a funcionar. O local, que está em ponto estratégico de Mato Grosso do Sul, tem o único terminal multimodal do Centro-Oeste, com acesso ferroviário, rodoviário e pela hidrovia do Rio Paraguai.

De acordo com o economista-chefe da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Normann Kalmus, a concessão para a retomada do porto de Ladário deve ser aprovada nesta semana pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU). “Nós estivemos com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a senadora Soraya Thronicke e com a Secretaria de Portos. O projeto foi apresentado e eles disseram: ‘Pode tocar que é isso que nós precisamos’. Vai ser rápido, a operação começará muito rapidamente. Tem muita gente interessada em fazer isso andar muito rápido”.

O emissário da ACICG na Argentina, Guerrieri Rubén Dario, calcula que o porto do município sul-mato-grossense poderá exportar entre 16 milhões e 17 milhões de toneladas por ano. “Ladário será o motor do Estado. Hoje de tudo que você tira de MS é preciso pagar impostos em todo o caminho até a mercadoria chegar ao Porto de Santos ou Paranaguá. E você exportando numa cidade daqui, essa arrecadação fica no Estado. O transporte rodoviário daqui até Paranaguá custa US$ 68 a tonelada, somado a carga, tributos e outros impostos. Em Ladário, o custo ficaria em aproximadamente US$ 52 por tonelada”.  

O economista da associação explica que o Estado ganha com a arrecadação internalizada, pois aumenta o recebimento dos impostos recolhidos no momento da internação da carga. “Nós estamos falando de uma redução de 30% nos custos de logística, sem contar aquilo que o caminhão perde no caminho. O fato de os empresários tanto daqui quanto os da Argentina estarem em contato demonstra a viabilidade dessa operação. Do ponto de vista da economia estadual, é importantíssimo para você sair desse binômio soja/carne, saímos disso e mudamos a matriz econômica de MS. É um desenvolvimento, o Estado poderá importar fertilizantes, carros e essas questões são muito sérias. Esse é um processo que só começou”. 

O prefeito de Ladário, Iranil  de Lima Soares, disse que o porto está há 20 anos parado. “Ele já foi um dos principais portos. Com essa parceria com a ACICG, empresários argentinos e outros grupos que têm interesse em Ladário, nossa intenção é que o porto traga benefícios para a população de todo o Estado, porque teremos recursos que ficarão em MS. Acredito que esse será um projeto muito importante para o município e para o nosso estado. Estamos imbuídos em concretizar esse projeto. Tem tudo para dar certo. O porto de Ladário é diferenciado, temos a ferrovia que entra no porto, a hidrovia, a rodovia e estamos ao lado da Bolívia, que produz muita soja, e o nosso porto é melhor que o de lá. Nossa visão é de que Ladário será o entreposto para importação e exportação”.

Segundo o emissário, Campo Grande tem o mesmo problema que a Bolívia, o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro, sem acesso ao mar. “Com o porto de Ladário poderemos exportar cereais, carne, couro e tudo que Mato Grosso do Sul produz. O rio é o caminho mais barato e com a melhor logística para chegar ao mar. O produto sul-mato-grossense tem de sair daqui e ir ao Porto de Santos ou Paranaguá. A gente vai trocar isso por Ladário e devolver a identidade portuária que a cidade perdeu. O Estado tem essa grande produção de milho e soja e toda essa produção viaja ao Porto de Paranaguá. Hoje o produtor precisa de uma empresa que venha aqui compre o cereal e leve para exportar. Com o novo modal, o fazendeiro poderá vender pessoalmente para outros países. Será um porto público e vai ser o regulador de mercado. Porque as tarifas hidroviárias do porto público são mais baratas. A finalidade é criar um porto competitivo, moderno e ágil”, disse Guerrieri Dario.

Meta 2025

Haddad confirma meta fiscal de déficit zero para 2025 e salário mínimo de R$ 1.502

Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025

15/04/2024 16h00

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arquivo

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou no período da tarde desta segunda-feira, 15, que o governo definiu a meta fiscal do próximo ano como déficit primário zero, assim como o alvo deste ano, conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

A confirmação foi dada em entrevista à GloboNews. Haddad pediu desculpas por antecipar os números antes da divulgação pelo Ministério do Planejamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ainda no período da tarde desta segunda-feira, mas argumentou que os números já haviam sido "vazados" à imprensa.

Haddad confirmou também que a projeção para o salário mínimo no próximo ano é de R$ 1.502.

Haddad foi questionado se, com a decisão de revisar a meta de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria desistido de fazer superávits neste mandato. O ministro rebateu, contudo, que ainda haverá 2026 para buscar esse alvo.

DATA COMEMORATIVA

Dia das Mães tem mais adeptos, mas gasto menor previsto para 2024

Pouco criativo, grande parte do sul-mato-grossense deve presentear pela "escolha da mãe", com foco em roupas e perfumaria

15/04/2024 12h37

Há uma preferência de 77% do público considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) e o Sebrae MS mostram que para o próximo 12 de maio, - quando é celebrado o Dia das Mães - o campo-grandense pretende gastar menos com as matriarcas neste ano, enquanto o número de adeptos às celebrações registra alta. 

Ou seja, ainda que os percentuais de quem deve comemorar e aqueles que vão às compras para o Dia das Mães tenham crescido neste ano (4,17 e 6,51%, respectivamente), a movimentação total tem previsão de queda estimada em 7%. 

Dos R$ 478,82 milhões previstos a serem movimentados no total, as comemorações representam maior parte desse volume (R$ 254,93 mi), enquanto os gastos com presentes devem movimentar quase 224 milhões de reais em 2024. 

Além da Capital, essa pesquisa da Fecomércio teve coleta nos municípios de Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá-Ladário e Três Lagoas, realizada na primeira semana de abril com 1994 pessoas, revelando algumas características do perfil de gastos do sul-mato-grossense para com as matriarcas. 

Economista do Instituto, Regina Dedé de Oliveira esclarece que, entre os motivos dessa retração, aparece principalmente a previsão dos gastos médios com presentes e comemorações menores, considerando o valor real.

Gastando em média R$ 211,79 com presentes e R$ 219,22 nas celebrações, há uma preferência de 77% considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra, que sinaliza uma tendência para o setor do comércio. 

“O comerciante precisa ficar atento à tendência de pagamento à vista, mediante descontos e também levar em conta em suas estratégias que o bom atendimento, condições de parcelamento e variedade são itens importantes para a decisão de compra”, explica Regina Dedé. 

Criatividade em falta? 

Apesar do aumento entre quem já demonstrou que deve valorizar sua matriarca nesse 12 de maio, alguns pontos indicam quase um "cumprimento de protocolo" por parte dos consumidores, com a maioria se resumindo a presentear pela "escolha da mãe" (39,97%), em uma loja física (87,26%) do centro (65,10%), tendo "roupas" como o principal alvo de compras (29%). 

Fechando o "Top 5" produtos na mira de compra para o Dia das Mães, aparecem os seguintes itens: 

  • Perfumes e cosméticos - 26%
  • Calçados - 18%
  • Bolsas e acessórios - 12%
  • Flores - 10% 

Com o comércio dos bairros figurando como o segundo mais visado por quem pretende comprar para o Dia das Mães (15,72%), sendo que a aquisição virtual de produtos inclusive de lojas físicas (6,76%) aparece logo após a presencial, a preferência por compras online aparece até mesmo na frente das escolhas pelos shoppings. 

Reprodução/IPF-Fecomércio

Parte dessa "falta de criatividade" ainda fica sinalizada no indicador de que pouco mais de um porcento dos entrevistados demonstrou apreço para além do dinheiro gasto e indicou que pretende fazer o presenta a ser dado nesse dia das Mães. 

Considerada como uma das principais datas que impulsionam o comércio, até mesmo o movimento dos supermercados deve sentir a vontade do sul-mato-grossense em celebrar as mães, já que 80,85% das comemorações são descritas como "um dia reunido em família, comprando ingredientes para uma refeição". 

Analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel comenta a chance dos comerciantes em "prospectar novos clientes", justamente pelo apelo emocional que vem junto do Dia das Mães.

"É uma oportunidade das pessoas expressarem o seu o reconhecimento pelas suas mães... e isso foi refletido nos resultados da pesquisa de intenção de consumo. Então, essa data acaba sendo uma grande oportunidade para o empresário fortalecer os seus laços com seus clientes e adquirir novos clientes também", complementa o profissional em nota. 

Enquanto quase onze porcento não possui o hábito e 7,65% está sem dinheiro, há quem destaca que "acha uma data inventada pelo comércio" (5,91%), mas a maioria esmagadora entre quem não deve presentar nessa data (71,13%) já passou pelo falecimento da própria mãe. 

 

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