O Plano Safra 2019/2020 será anunciado amanhã (18), em Brasília (DF) e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, antecipou que a prioridade será atender os pequenos e médios produtores rurais.
Como o recurso liberado para crédito rural não foi atualizado este ano, o objetivo do ministério é distribuir os recursos de forma a atender um número maior de produtores, mas sem discriminar os grandes do setor.
“Vamos privilegiar, ou focar mais, no número maior de produtores para pegar os recursos do Plano Safra. Não é que vamos discriminar os maiores, para eles teremos outras opções, para que também tenham recursos mais baratos e mais compatíveis com a nossa atividade agropecuária. Mas vamos fazer com que os pequenos e os médios tenham mais acesso ao crédito, o que eles nem sempre tiveram”, argumenta a ministra.
O anúncio foi feito em evento da Associação Comercial de São Paulo, realizado nesta segunda-feira (17), ocasião em que a ministra do Mapa ministrou uma palestra sobre a importância do agronegócio para o Brasil.
Tereza Cristina também confirmou o aumento do valor destinado ao seguro rural para R$ 1 bilhão, como já tinha sido anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, e fez um apelo para que os bancos reduzam os spreads nos empréstimos ao setor rural, após o aumento das coberturas de seguro e a redução dos riscos embutidos nos financiamentos.
A ministra disse que o Tesouro Nacional vai disponibilizar R$ 10 bilhões para a subvenção ao crédito rural e destacou ainda, a pauta de sua viagem à Europa na próxima semana, para participar de reunião de ministros em Bruxelas sobre o acordo comercial União Europeia-Mercosul, que está em fase final de discussão.
“Há alguns temas caros para a agricultura brasileira que ainda não conseguimos fechar por completo, e é isso que estará em discussão em Bruxelas”, disse. Ela também se queixou do que chamou de campanha difamatória na Europa contra a agropecuária brasileira. “Já estamos trabalhando para mostrar a qualidade do produto brasileiro, para os brasileiros e para aqueles que importam os nossos produtos, que são mais de 162 países”, disse.
Na palestra, a ministra destacou o problema do tabelamento do frete rodoviário, que ainda persiste. Ela disse esperar que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), “tenham bom senso” ao decidir sobre a matéria e derrubem o tabelamento.
“Não tem cabimento, numa economia de mercado, termos um tabelamento”, criticou Tereza Cristina, que lamentou também o contingenciamento de recursos para a área de defesa agropecuária e sanidade animal, diante dos riscos para a produção brasileira e para a exportações.
*Com informações da Ascom Mapa