A economia de Mato Grosso do Sul apresentou Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 91,87 bilhões em 2016, valor 2,7% inferior ao do ano anterior, de acordo com os dados do Sistema de Contas Regionais 2016, divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado refletiu a redução da produção da agropecuária, setor de grande relevância para a economia do Estado, aliada à perda de fôlego no setor industrial, principalmente em indústrias de transformação e construção, que gerou também impacto no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.
Apesar do resultado, o estudo aponta que Mato Grosso do Sul foi o nono Estado que mais cresceu em volume do PIB entre os anos de 2002 e 2016, período da série histórica do levantamento, com acumulado de 65,7%. A média de crescimento ao ano foi de 3,7% e a participação do Estado no PIB nacional foi de 1,1% (2002) para 1,5%. Com isso, o Estado passou do 16º para o 15º PIB estadual no país.
Ainda conforme o estudo, apenas um Estado (Roraima, com variação de 0,2%) teve resultado positivo no PIB em 2016. O Distrito Federal registrou estabilidade (0,0%) e os outros 25 estados tiveram quedas no PIB, sendo que em 10 deles a variação ficou acima da média nacional (-3,3%). Estes 12 estados representaram 68,3% do PIB brasileiro em 2016. As maiores quedas foram de Amazonas (-6,8%), Mato Grosso e Piauí, ambos com -6,3%.
Setores
De acordo com as Contas Regionais 2016, na agropecuária sul mato-grossense, a variação em volume de -8,3% vinculou-se sobretudo à atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, com decréscimo de -14,9%. Nesta atividade, as principais perdas de produção ocorreram nas culturas de milho, arroz, feijão e mandioca, pois várias regiões produtoras passaram por um período de estiagem com geadas fortes, fatores que afetaram a produtividade de algumas lavouras no sul do estado.
Na pecuária, inclusive apoio à pecuária, com queda em volume de 0,4%, a maior retração ocorreu na criação de suínos, apontou o IBGE, enquanto a criação de bovinos, que ocupa mais de 90% da atividade, manteve-se estável.
Em se tratando da indústria estadual, a variação em volume do segmento foi de 0,2%, redução menor que o setor primário, já que a queda de indústrias de transformação foi parcialmente compensada por eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e por construção, que cresceram 5,3% e 0,9%, respectivamente.
Indústrias de transformação, cuja participação no valor adicionado bruto foi de 11,6% em 2016 (10,5% em 2015), apresentou variação em volume de -1,8%, influenciada pelas quedas de produção de fabricação de álcool, fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de alimentos. “Entretanto, a indústria de celulose, segmento de maior destaque na indústria sul-mato-grossense, teve desempenho positivo em volume”, destaca o levantamento.
O setor de serviços apresentou redução (em volume) de -1,5% em Mato Grosso do Sul em 2016, influenciado sobretudo por comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-6,8%), em decorrência da redução do consumo no contexto de recessão, como verificado no cenário nacional.
Também houve queda nas atividades transporte, armazenagem e correio (-8,7%), informação e comunicação (-6,7%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-4,9%). No sentido contrário, verificou-se crescimento em volume em atividades Imobiliárias (1,3%) e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (1,8%).
PIB per capita
Quando considerado o PIB per capita (produto interno bruto dividido pela quantidade de habitantes do estado), Mato Grosso do Sul apresentou o oitavo maior indicador dentre as unidades da federação (R$ 34,247,79). A pesquisa destaca que o Estado está acima da média nacional desde 2013.
Por unidade da federação, o maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 79.099,77), cerca de 2,6 vezes maior que o nacional, de R$ 30.411,30. Os outros maiores PIB per capita são, na ordem, São Paulo (R$ 45.542,32), Rio de Janeiro (R$ 38.481,96) e Mato Grosso (R$ 37.462,74), que assumiu a quarta posição de Santa Catarina (R$ 37.140,47), agora quinto. Na sequência estão Rio Grande do Sul (R$ 36.206,54) e Paraná (R$ 35.726,38).