Economia

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PIB de Mato Grosso do Sul tem queda de 2,7% e fecha em R$ 91,87 bilhões

O resultado refletiu a redução da produção da agropecuária

Daniella Arruda

16/11/2018 - 10h18
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A economia de Mato Grosso do Sul apresentou Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 91,87 bilhões em 2016, valor 2,7% inferior ao do ano anterior, de acordo com os dados do Sistema de Contas Regionais 2016, divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O resultado refletiu a redução da produção da agropecuária, setor de grande relevância para a economia do Estado, aliada à perda de fôlego no setor industrial, principalmente em indústrias de transformação e construção, que gerou também impacto no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. 

Apesar do resultado, o estudo aponta que Mato Grosso do Sul foi o nono Estado que mais cresceu em volume do PIB entre os anos de 2002 e 2016, período da série histórica do levantamento, com acumulado de 65,7%. A média de crescimento ao ano foi de 3,7% e a participação do Estado no PIB nacional foi de 1,1% (2002) para 1,5%. Com isso, o Estado passou do 16º para o 15º PIB estadual no país. 

Ainda conforme o estudo, apenas um Estado (Roraima, com variação de 0,2%) teve resultado positivo no PIB em 2016. O Distrito Federal registrou estabilidade (0,0%) e os outros 25 estados tiveram quedas no PIB, sendo que em 10 deles a variação ficou acima da média nacional (-3,3%). Estes 12 estados representaram 68,3% do PIB brasileiro em 2016. As maiores quedas foram de Amazonas (-6,8%), Mato Grosso e Piauí, ambos com -6,3%.

Setores

De acordo com as Contas Regionais 2016, na agropecuária sul mato-grossense, a variação em volume de -8,3% vinculou-se sobretudo à atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, com decréscimo de -14,9%. Nesta atividade, as principais perdas de produção ocorreram nas culturas de milho, arroz, feijão e mandioca, pois várias regiões produtoras passaram por um período de estiagem com geadas fortes, fatores que afetaram a produtividade de algumas lavouras no sul do estado.

Na pecuária, inclusive apoio à pecuária, com queda em volume de 0,4%, a maior retração ocorreu na criação de suínos, apontou o IBGE, enquanto a criação de bovinos, que ocupa mais de 90% da atividade, manteve-se estável. 

Em se tratando da indústria estadual, a variação em volume do segmento foi de 0,2%, redução menor que o setor primário, já que a queda de indústrias de transformação foi parcialmente compensada por eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e por construção, que cresceram 5,3% e 0,9%, respectivamente.

Indústrias de transformação, cuja participação no valor adicionado bruto foi de 11,6% em 2016 (10,5% em 2015), apresentou variação em volume de -1,8%, influenciada pelas quedas de produção de fabricação de álcool, fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de alimentos. “Entretanto, a indústria de celulose, segmento de maior destaque na indústria sul-mato-grossense, teve desempenho positivo em volume”, destaca o levantamento.

O setor de serviços apresentou redução (em volume) de -1,5% em Mato Grosso do Sul em 2016, influenciado sobretudo por  comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-6,8%), em decorrência da redução do consumo no contexto de recessão, como verificado no cenário nacional.

Também houve queda nas atividades transporte, armazenagem e correio (-8,7%), informação e comunicação (-6,7%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-4,9%). No sentido contrário, verificou-se crescimento em volume em atividades Imobiliárias (1,3%) e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares (1,8%). 
 

PIB per capita

Quando considerado o PIB per capita (produto interno bruto dividido pela quantidade de habitantes do estado), Mato Grosso do Sul apresentou o oitavo maior indicador dentre as unidades da federação (R$ 34,247,79). A pesquisa destaca que o Estado está acima da média nacional desde 2013.

Por unidade da federação, o maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 79.099,77), cerca de 2,6 vezes maior que o nacional, de R$ 30.411,30. Os outros maiores PIB per capita são, na ordem, São Paulo (R$ 45.542,32), Rio de Janeiro (R$ 38.481,96) e Mato Grosso (R$ 37.462,74), que assumiu a quarta posição de Santa Catarina (R$ 37.140,47), agora quinto. Na sequência estão Rio Grande do Sul (R$ 36.206,54) e Paraná (R$ 35.726,38).
 

Economia

Exportação de industrializados de MS atinge US$ 1,361 bilhão no primeiro trimestre de 2024

Crescimento foi de 14% frente ao mesmo período do ano passado

17/04/2024 13h29

Valdenir Resende/Arquivo Correio do Estado

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No primeiro trimestre de 2024, a exportação de industrializados de Mato Grosso do Sul atingiu US$ 1,361 bilhão, o maior valor de exportação já alcançado pela indústria estadual no período de janeiro a março.

O crescimento foi de 14% se comparado com o mesmo período do ano passado, quando o valor ficou em  US$ 1,194 bilhão

No mês de março, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 434,7 milhões, indicando recuo de 13% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o valor ficou em US$ 501 milhões. Os dados são do levantamento do Radar Industrial Fiems, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul.

“Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 54% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul. Já no acumulado do ano, a participação está em 62%”, destacou o economista-chefe da Fiems, Ezequiel Resende.

Ainda de acordo com o economista, os segmentos industriais que apresentaram maior participação nas receitas de exportação foram “Celulose e papel”, “Complexo frigorífico” e “Óleos vegetais e demais produtos de sua extração”, respondendo por 74% das exportações no período entre janeiro e março.

No grupo “Celulose e papel”, a receita com exportações de industrializados alcançou no acumulado de janeiro a março o valor de US$ 439 milhões. Os principais produtos exportados foram pastas químicas de madeiras e os principais compradores foram China, Itália, Holanda, Estados Unidos e Turquia.

Com relação ao grupo “Complexo frigorífico”, o valor com exportações no acumulado do ano foi de US$ 354 milhões. Os principais produtos comercializados foram carnes desossadas congeladas de bovino, carnes desossadas refrigeradas de bovino e pedaços e miudezas congelados de frango. Os principais importadores foram China, Estados Unidos, Chile, Emirados Árabes e Hong Kong.

Já quanto ao grupo “Óleos vegetais e demais produtos de sua extração”, a receita com exportações foi US$ 218,6 milhões entre os meses de janeiro e março. Os principais produtos exportados foram bagaços e resíduos da extração do óleo de soja, farinhas e pellets da extração do óleo de soja, óleo de soja bruto, óleo de soja refinado e óleo de milho bruto. Os principais países compradores foram Holanda, Indonésia, Polônia, Índia e Alemanha.

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PROJETO

Importação de gás natural da Argentina por Corumbá teria impacto positivo para MS

Governo federal estuda formas de aumentar a oferta do combustível no País e de realizar a operação utilizando o Gasbol

17/04/2024 08h30

Governo federal estuda importar o combustível da Argentina Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Com o objetivo de aumentar a oferta de gás natural (GN) no Brasil, o governo federal estuda importar o combustível da Argentina.

Entre as opções estudadas, há a possibilidade de trazer o gás por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) entrando por Corumbá (MS). A entrada do combustível por Mato Grosso do Sul pode ser positiva para o Estado. 

Em fase de estudo, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia importar gás natural da reserva de Vaca Muerta, na Argentina.

Ação tem como objetivo garantir o abastecimento das indústrias brasileiras uma vez que existe uma forte preocupação em termos de oferta, após a Bolívia, principal fornecedor, apresentar uma produção decrescente.

Por meio de nota ao Correio do Estado, a Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGás), destaca que embora ainda em estágio de estudos de viabilidade técnica e econômica, a proposta de importação de gás natural pode ter vários impactos positivos para o Estado, tendo em vista a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) sobre o gás na entrada.

“Vai gerar um aumento nas receitas, possibilitando mais investimentos em infraestrutura e serviços públicos”, avalia a MS Gás, destacando que com o aumento da oferta possivelmente haverá melhores preços, atraindo novos investimentos para Mato Grosso do Sul e automaticamente expandindo as operações, promovendo o crescimento econômico e geração de empregos e renda para a população.

O mestre em Economia Lucas Mikael explica que quando há importação através do gasoduto, o Estado onde ocorre a entrada do produto tem direito a recolhimento sobre essa operação.

“Essa arrecadação adicional de ICMS pode impactar positivamente as finanças públicas do estado, possibilitando investimentos em infraestrutura, saúde, educação e outros setores”, reforça.

O diretor-presidente da MSGás, Rui Pires dos Santos pontua que ao diversificar as fontes de importação de gás natural, o País pode reduzir a dependência de um único fornecedor, o que aumenta a segurança.

“Quero reforçar ainda que o aumento do uso de gás natural vai ajudar no cumprimento de metas ambientais, reduzindo emissões de gases de efeito estufa”, frisa

Apesar de todos os benefícios apontados, o diretor da instituição enfatiza que é preciso reforçar que esta possibilidade está em fase de discussão e depende de série de medidas para ser concretizado, tendo em vista altos valores de investimentos em logística na Argentina e Bolívia.

“Além é claro, de antever que tal projeto requer planejamento cuidadoso e colaboração entre governos do Brasil, Bolívia, Argentina e entidades privadas para garantir que os benefícios sejam garantidos e maximizados”, finaliza Pires.

TRAJETO

Enfrentando uma carência no fornecimento de gás natural, atualmente os bolivianos enviam ao Brasil 15 milhões de metros cúbicos (m3) por dia, quando deveriam entregar 20 milhões m³/dia. A capacidade do Gasbol é de 30 milhões de m³/dia.

As duas possibilidades em estudo para trazer o gás argentino  ao Brasil dependem da conclusão da segunda parte do Gasoduto Néstor Kirchner, que liga a região de Vaca Muerta, a partir da província de Buenos Aires, até Uruguaiana (RS).

Concluída a segunda etapa do duto argentino, o gás poderia chegar ao Brasil por dois caminhos. O primeiro seria usando uma parte ociosa do Gasbol, inclusive pagando um pedágio aos bolivianos pela passagem. O gás viria ao Brasil por meio de uma conexão entre os gasodutos Norte e Néstor Kirchner.

A segunda possibilidade seria via Rio Grande do Sul. O gás entraria no estado, mas para isso seria necessário construir um gasoduto de Uruguaiana até Porto Alegre.

A obra foi considerada prioritária no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo governador Eduardo Leite. 

Maior empresa privada de energia da Argentina e maior produtora privada do gás de Vaca Muerta, a Pan American Energy (PAE) vê como importante os investimentos na ampliação da malha de gasodutos do país vizinho.

Conforme Alejandro Catalano, diretor-geral da PAE no Brasil, o gás de Vaca Muerta, segunda maior reserva de gás não convencional do mundo, tem ainda um grande potencial de crescimento.

Catalano lembra ainda outro investimento importante que será feito este ano: a inversão do Gasoduto Norte na Argentina. Isso permitirá direcionar o gás para a Bolívia, cuja molécula, então, poderá ser integrada ao Gasbol.

No ano passado, quando o país era presidido por Alberto Fernández, a previsão era que as obras fossem concluídas até o fim de 2024 ou início de 2025.

Mas o novo presidente argentino, Javier Milei, ainda não sinalizou se há interesse na obra ou em manter o prazo estimado.

No caso da ligação entre Uruguaiana e Porto Alegre sair do papel, uma questão importante além do investimento orçada entre US$ 1 bilhão e US$ 1,2 bilhão é que seria preciso ajustar o Gasbol. 

Hoje, o gasoduto é uma “via de mão única”, que segue de  Mato Grosso do Sul em direção ao Rio Grande do Sul. Esse fluxo também teria que subir, passando a levar o gás da Região Sul para cima, para atender Minas Gerais, por exemplo, tornando-se uma espécie de "pista dupla".
 

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