Economia

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Obras do Reviva Campo Grande podem afetar abertura de vagas

Incertezas em relação à economia também afetam projeções do comércio

Daniella Arruda

24/09/2018 - 04h00
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Apesar de haver estimativa de crescimento na contratação de temporários para Mato Grosso do Sul neste fim de ano, as incertezas em relação à economia e a demora no andamento das obras de revitalização do Programa Reviva Campo Grande na região central devem afetar a abertura de vagas no comércio da Capital sul-mato-grossense no último quadrimestre de 2018. 

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Federação do Comércio de Bens, Comércio e Serviços de MS (IPF-Fecomércio), enquanto para as contratações de temporários para o Estado a projeção é de 15% de aumento, sinalizando um cenário dentro dos patamares de crescimento de anos anteriores, o índice para o mercado campo-grandense deve sofrer variação, puxado principalmente pelo cenário do comércio do centro.

“Os empresários devem demorar um pouco mais para definir as contratações. (As decisões) vão depender da movimentação de vendas do Dia das Crianças”, ponderou a economista do IPF, Daniela Dias. 

Ainda conforme análise do IPF, a expectativa positiva reflete a manutenção do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) na chamada zona positiva (acima de 100 pontos) — neste segundo semestre, o indicador ficou, respectivamente em 110,7 em julho e 107,4 em agosto. Outro fator que poderá pesar neste ano será a jornada de trabalho intermitente, principalmente nos setores de alimentação e supermercados.

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, que representa 40 mil trabalhadores do setor, também vê com preocupação a possibilidade de redução de performance na geração de vagas do segmento na Capital durante a temporada deste ano. “O mercado já está retraído. A nossa expectativa é que haja contratações temporárias e que o comércio tenha um fim do ano pujante, mas com essa reforma da 14 de Julho, pode haver impacto na abertura de vagas, principalmente na região central. É na 14 de Julho, por exemplo, que estão instaladas grandes lojas âncoras, todo esse quadrilátero em torno dela está passando por obras e é a região central que ‘puxa’ em torno de 50% das contratações de temporários”, avalia Nelson Benitez, diretor do SEC-Campo Grande.  

O movimento de vendas do Dia das Crianças, aponta, “vai ser o primeiro teste” para o comerciante campo-grandense fazer o próprio planejamento em relação à abertura de postos de trabalho para o fim do ano na Capital.

De janeiro a julho deste ano, conforme o Ministério do Trabalho, Campo Grande acumula saldo positivo na geração de empregos, com 2.161 postos de trabalho criados no município, porém o setor do comércio teve desempenho negativo, com 586 postos de trabalho encerrados. Já o setor de serviços fechou o período com saldo positivo de 1.487 vagas.

MERCADO
De acordo com dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) e da Caixa Econômica Federal, neste ano Mato Grosso do Sul deve registrar crescimento de 10% nos postos de trabalho temporário em relação a 2017, saindo de 536 para 590 novas vagas. 

A estimativa acompanha projeção nacional divulgada pela instituição. A entidade estima que 434.429 postos de trabalho temporário sejam ofertados entre setembro e dezembro de 2018, ante 394.935 empregos originados no mesmo período de 2017. O Natal é a principal data para o comércio, seguida do Dia das Mães e Páscoa. O pico de contratações no comércio, de acordo com a Asserttem, acontece em novembro. No País, a projeção de alta é influenciada, principalmente, pelas contratações na indústria e a modernização da Lei 6019/74, em vigor desde abril de 2017, que trouxe atualizações importantes como a ampliação do prazo do contrato temporário, de 90 para até 180 dias, podendo ser prorrogado por mais até 90 dias se a necessidade perdurar.

A presidente da Asserttem, Michelle Karine, explica que em momentos de incerteza econômica a contratação temporária representa uma alternativa mais viável às empresas, que precisam ter condições de atender à demanda aquecida.

“Fica difícil para as empresas investirem em despesas fixas, diante de receitas flutuantes. O trabalho temporário é o mais viável para atender a demanda de flexibilidade e de rápida mobilização de mão de obra. E esse tipo de admissão é a única modalidade com prazo flexível na legislação trabalhista brasileira, atendendo as necessidades transitórias com maior eficiência”, afirma a presidente da associação.

Meta 2025

Haddad confirma meta fiscal de déficit zero para 2025 e salário mínimo de R$ 1.502

Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025

15/04/2024 16h00

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arquivo

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou no período da tarde desta segunda-feira, 15, que o governo definiu a meta fiscal do próximo ano como déficit primário zero, assim como o alvo deste ano, conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

A confirmação foi dada em entrevista à GloboNews. Haddad pediu desculpas por antecipar os números antes da divulgação pelo Ministério do Planejamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ainda no período da tarde desta segunda-feira, mas argumentou que os números já haviam sido "vazados" à imprensa.

Haddad confirmou também que a projeção para o salário mínimo no próximo ano é de R$ 1.502.

Haddad foi questionado se, com a decisão de revisar a meta de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria desistido de fazer superávits neste mandato. O ministro rebateu, contudo, que ainda haverá 2026 para buscar esse alvo.

DATA COMEMORATIVA

Dia das Mães tem mais adeptos, mas gasto menor previsto para 2024

Pouco criativo, grande parte do sul-mato-grossense deve presentear pela "escolha da mãe", com foco em roupas e perfumaria

15/04/2024 12h37

Há uma preferência de 77% do público considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) e o Sebrae MS mostram que para o próximo 12 de maio, - quando é celebrado o Dia das Mães - o campo-grandense pretende gastar menos com as matriarcas neste ano, enquanto o número de adeptos às celebrações registra alta. 

Ou seja, ainda que os percentuais de quem deve comemorar e aqueles que vão às compras para o Dia das Mães tenham crescido neste ano (4,17 e 6,51%, respectivamente), a movimentação total tem previsão de queda estimada em 7%. 

Dos R$ 478,82 milhões previstos a serem movimentados no total, as comemorações representam maior parte desse volume (R$ 254,93 mi), enquanto os gastos com presentes devem movimentar quase 224 milhões de reais em 2024. 

Além da Capital, essa pesquisa da Fecomércio teve coleta nos municípios de Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá-Ladário e Três Lagoas, realizada na primeira semana de abril com 1994 pessoas, revelando algumas características do perfil de gastos do sul-mato-grossense para com as matriarcas. 

Economista do Instituto, Regina Dedé de Oliveira esclarece que, entre os motivos dessa retração, aparece principalmente a previsão dos gastos médios com presentes e comemorações menores, considerando o valor real.

Gastando em média R$ 211,79 com presentes e R$ 219,22 nas celebrações, há uma preferência de 77% considerando o desconto à vista como principal atrativo na hora da compra, que sinaliza uma tendência para o setor do comércio. 

“O comerciante precisa ficar atento à tendência de pagamento à vista, mediante descontos e também levar em conta em suas estratégias que o bom atendimento, condições de parcelamento e variedade são itens importantes para a decisão de compra”, explica Regina Dedé. 

Criatividade em falta? 

Apesar do aumento entre quem já demonstrou que deve valorizar sua matriarca nesse 12 de maio, alguns pontos indicam quase um "cumprimento de protocolo" por parte dos consumidores, com a maioria se resumindo a presentear pela "escolha da mãe" (39,97%), em uma loja física (87,26%) do centro (65,10%), tendo "roupas" como o principal alvo de compras (29%). 

Fechando o "Top 5" produtos na mira de compra para o Dia das Mães, aparecem os seguintes itens: 

  • Perfumes e cosméticos - 26%
  • Calçados - 18%
  • Bolsas e acessórios - 12%
  • Flores - 10% 

Com o comércio dos bairros figurando como o segundo mais visado por quem pretende comprar para o Dia das Mães (15,72%), sendo que a aquisição virtual de produtos inclusive de lojas físicas (6,76%) aparece logo após a presencial, a preferência por compras online aparece até mesmo na frente das escolhas pelos shoppings. 

Reprodução/IPF-Fecomércio

Parte dessa "falta de criatividade" ainda fica sinalizada no indicador de que pouco mais de um porcento dos entrevistados demonstrou apreço para além do dinheiro gasto e indicou que pretende fazer o presenta a ser dado nesse dia das Mães. 

Considerada como uma das principais datas que impulsionam o comércio, até mesmo o movimento dos supermercados deve sentir a vontade do sul-mato-grossense em celebrar as mães, já que 80,85% das comemorações são descritas como "um dia reunido em família, comprando ingredientes para uma refeição". 

Analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel comenta a chance dos comerciantes em "prospectar novos clientes", justamente pelo apelo emocional que vem junto do Dia das Mães.

"É uma oportunidade das pessoas expressarem o seu o reconhecimento pelas suas mães... e isso foi refletido nos resultados da pesquisa de intenção de consumo. Então, essa data acaba sendo uma grande oportunidade para o empresário fortalecer os seus laços com seus clientes e adquirir novos clientes também", complementa o profissional em nota. 

Enquanto quase onze porcento não possui o hábito e 7,65% está sem dinheiro, há quem destaca que "acha uma data inventada pelo comércio" (5,91%), mas a maioria esmagadora entre quem não deve presentar nessa data (71,13%) já passou pelo falecimento da própria mãe. 

 

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