Economia

elogios

A+ A-

JBS foi um dos negócios mais bem bolados do BNDES, diz chefe do banco

JBS foi um dos negócios mais bem bolados do BNDES, diz chefe do banco

FOLHAPRESS

14/07/2017 - 20h00
Continue lendo...

O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta sexta (14) que o apoio à JBS "foi um dos negócios mais bem bolados e bem sucedidos" do BNDESPar, o braço de participações da instituição, que detém 21,3% das ações da companhia.

A declaração foi dada durante a divulgação do Livro Verde do BNDES, documento elaborado para defender as operações do banco nos últimos anos e, segundo o executivo, fazer uma "grande prestação de contas, diante de dúvidas suscitadas a partir do momento político".

O banco é o maior acionista minoritário do frigorífico e, com apoio da Caixa Econômica Federal, pediu recentemente a convocação de uma assembleia de acionistas para discutir a gestão da empresa após a crise provocada pela delação de seus controladores Joesley e Wesley Batista.

Rabello de Castro disse que o objetivo é "discutir os rumos dessa gestão" e evitou defender o afastamento da família Batista do comando. Ele admitiu, no entanto, que o tema pode ser debatido na assembleia. Um outro foco de atuação do banco será "facilitar acordo com credores" para a dívida de curto prazo, disse ele.

"Estamos conscientes de que a empresa passa por momento delicado e quem mais sofre com com isso é o mercado de carnes, já que a falta de liquidez da empresa reduz sua capacidade de comprar", comentou o presidente do BNDES.

O apoio ao frigorífico foi alvo da Operação Bullish, da Polícia Federal, em maio, que obteve mandados de condução coercitiva de 37 pessoas ligadas à JBS e ao BNDES.

SEM FAVORECIMENTO

No Livro Verde, o banco sustenta que não houve favorecimento ao grupo dos irmãos Batista e que as operações com a JBS são lucrativas para o banco.

De acordo com o documento, a JBS recebeu 26% dos recursos do banco destinados a apoiar o setor de carnes entre 2005 e 2016. A Bertin, adquirida pela empresa dos Batista, recebeu outros 12%, mas antes da aquisição.
Já a BRF ficou com 16% e a Marfrig, com 14%, e outras empresas, com 32%. Ao todo, foram desembolsados R$ 31,2 bilhões para o setor.

"É pura fantasia dizer que aqui tem um sujeito que é amigo do rei e pediu preferência para determinada empresa", afirmou Rabello de Castro.

O BNDES defende que, até o fim de 2016, o apoio à BNDES tinha um resultado positivo de R$ 3,560 bilhões: o banco injetou R$ 8,110 bilhões na empresa, já recebeu R$ 1 bilhão em dividendos e outros R$ 4,040 bilhões com a venda de ações.

No fim de 2016, o valor da fatia na empresa valia R$ 6,631 bilhões. O valor, porém, foi reduzido com a queda no preço das ações após a delação. Rabello de Castro diz, porém, que o banco não terá prejuízo com isso porque não pretende vender os papeis agora.

CUBA

Entre as operações questionadas pelo mercado, o relatório dá destaque também ao financiamento de bens e serviços para exportações, produto que foi remodelado após a entrada da ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques em maio de 2016.

Alguns contratos assinados por empresas investigadas pela Operação Lava Jato chegaram a ser suspensos. O banco diz que, em 20 anos de atuação, apenas um projeto de financiamento à exportação registrou atrasos nos pagamentos: o contrato do Aeroporto de Nacala, em Moçambique.

"Os financiamentos às exportações de serviços de engenharia realizados pelo banco entre 2007 e 2015 movimentaram uma rede de 4.044 fornecedores no Brasil", defende o documento, calculando que o número de empregados nessas empresas subiu de 402 mil em 2007 para 788 mil em 2014.

O texto destaca projetos em Angola e em Cuba. Na ilha caribenha, diz, os empréstimos garantiram a exportadores brasileiros "acesso a um mercado restrito e com dificuldades de obtenção de crédito".

PSI

No Livro Verde, o BNDES faz uma crítica ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado pelo governo Lula após a crise internacional de 2008 e responsável pelos aportes de R$ 440,8 bilhões do Tesouro no banco entre 2008 e 2014.

"Diante dos resultados macroeconômicos na presente década, e considerando o elevado montante dos recursos envolvidos (...) é forçoso hoje reconhecer que parte do programa não atingiu, em sua plenitude, o objetivo de manter a trajetória da Formação Bruta de Capital Fixo (FCBF) em patamares elevados no Brasil.

Para Rabello de Castro, os dados mostram que o programa deveria ter sido encerrado em 2011, já que não produzia mais efeitos de arraste de outros investimentos. Em 2009, por exemplo, cada real desembolsado no PSI gerava R$ 1,18 em investimento. Em 2010, esse número caiu para R$ 0,58.

Ainda assim, Rabello de Castro argumenta que o aporte líquido do Tesouro no banco foi menor, considerando que o banco retorna ao Tesouro impostos e dividendos. Entre 2006 e 2016, diz o documento, o banco recebeu, em valores atualizados, R$ 1,025 trilhão e devolveu R$ 866,220 billhões.

TLP

Rabello de Castro disse que a polêmica envolvendo declarações suas a respeito da TLP foi um mal entendido e que não defende mudanças na taxa criada pelo governo para substituir a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).

"Não foi crítica alguma, a gente [no Brasil] está muito ansioso", reclamou, dizendo que apenas tentava explicar "uma coisa óbvia" no cálculo da nova taxa: que, por refletir o custo de captação do Tesouro no mês anterior, pode ter variações mais bruscas dependendo do momento político e econômico.

As declarações levaram ao pedido de demissão de dois diretores do banco, Vinícius Carrasco e Claudio Coutinho -este será substituído pelo ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas.

"O BNDES é executor de política econômica. Não temos que ficar pensando exageradamente, a não ser que sejamos chamados a pensar", disse.

Economia

Não houve invasão externa em sistema do Tesouro, diz Haddad

Segundo ele, alguém com acesso à ferramenta tentou desviar recursos

22/04/2024 19h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Continue Lendo...

Não houve ataque externo na invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Tesouro Nacional, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do Portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.

“Não foi um hacker que quebrou a segurança [do Siafi], não foi isso. Foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e está rastreando para chegar aos responsáveis”, declarou o ministro antes de sair para reunião no Palácio do Planalto. “O sistema está preservado. Foi uma questão de autenticação. É alguém que tinha acesso.”

O ministro disse não saber sobre valores supostamente desviados e disse ter recebido a informação assim que a imprensa começou a divulgar o caso. “Não tenho informação sobre valores. Isso estava sendo mantido em sigilo inclusive dos ministros. Estava entre o Tesouro [Nacional] e acho que a Polícia Federal. Eu soube no mesmo momento em que vocês”, disse, reiterando que não houve ataque externo de hackers ao sistema.

Divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, a invasão do Siafi ocorreu neste mês. Os criminosos supostamente conseguiram emitir ordens bancárias e desviar dinheiro público usando o login de terceiros no Portal Gov.br.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. No fim desta tarde, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter entrado na investigação e estar acompanhando o caso “em colaboração com as autoridades competentes”.

Tesouro

Em nota emitida no início desta noite, o Tesouro Nacional confirmou a afirmação de Haddad de que o Siafi não foi invadido, mas que ocorreu uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Segundo o órgão, as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema.

O órgão acrescentou que está tomando todas as medidas necessárias em resposta ao caso, incluindo ações adicionais para reforçar a segurança do sistema. “O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, concluiu o comunicado.

Economia

Frigorífico de MS é um dos escolhidos para exportar carne de frango para Malásia

Somente em 2023, o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões; com as novas habilitações a quantidade pode dobrar

22/04/2024 18h15

Novas habilitações de frigoríficos brasileiros para exportação de carne de frango halal à Malásia Divulgação Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

Continue Lendo...

Mato Grosso do Sul está entre outros três estados que tiveram plantas habilitadas para exportação de carne de frango halal para Malásia. A confirmação foi feita pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) e pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico (JAKIM) do país asiático.

Em outubro e novembro de 2023, uma missão de auditoria foi realizada por funcionários da Malásia. A confirmação ocorreu na tarde desta segunda-feira (22) e além do Estado, foram escolhidas as novas habilitações no Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O frango halal segue os preceitos islâmicos tanto na criação quanto no abate. A Malásia é um país que segue normas rigorosas em específico para os produtos halal que devem seguir todos os critérios, de acordo com a lei islâmica. 

“Esse avanço é estratégico para o setor agropecuário brasileiro e demonstra a capacidade do país de atender a mercados altamente exigentes, mantendo-se fiel aos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar. A expansão das exportações para a Malásia também deve impulsionar a economia local, gerando mais empregos e oportunidades no setor”, ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano anterior o Brasil exportou para a Malásia mais de 13,6 mil toneladas de frango halal, o que corresponde a cerca de US$ 20 milhões.

Com a habilitação das novas plantas, a expectativa é que o volume de carne de frango halal exportada para o país asiático dobre, o que transformaria o país em um dos principais fornecedores de carne de frango deste no mercado internacional. 

Para a efetividade da habilitação das novas plantas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) trabalharam em conjunto.

Assine o Correio do Estado

 

 

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).