A fronteira da Bolívia com a cidade sul-mato-grossense de Corumbá está fechada pelo 19º dia. Apenas pedestres podem circular pela faixa fronteiriça.A greve geral no País vizinho ainda não tem data para terminar. O comando da Polícia Boliviana também anunciou apoio à mobilização.
Conforme informações do jornal Diário Corumbaense, ainda não há determinação para o fim da mobilização que envolve praticamente todas as cidades bolivianas. O protesto realizado por lideranças políticas contrárias ao presidente Evo Morales, exige a renúncia do chefe de Estado boliviano, reeleito nas eleições presidenciais de 20 de outubro para o quarto mandato.
Entre as cidades que fazem fronteira com Corumbá, os municípios de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez permanecem com a fronteira bloqueada neste domingo (10). Apenas a circulação de pedestres e casos de extrema urgência, como a passagem de ambulâncias, são permitidos.
Neste sábado (9) o comando da Polícia Boliviana, em algumas cidades, também anunciou apoio à mobilização. Mas, em algumas regiões, manifestantes contrários e favoráveis ao atual governo, entraram em conflito.
Já na região de fronteira, conforme a imprensa local do lado boliviano, moradores das cidades fronteiriças se deslocaram até a unidade policial em Puerto Suárez, para saber o posicionamento do órgão. Um policial que recebeu a imprensa, afirmou que o comando da região também estava “junto ao povo”, informou o Diário Corumbaense.
Em Santa Cruz de La Sierra, na manhã deste sábado, policiais de diferentes unidades chegaram de caravana ao Comando Departamental para reforçar o motim da instituição Verde-Oliva que começou na noite de sexta-feira (8). Enquanto isso, a população fora do prédio exigia a saída do comandante Igor Echegaray.
PROTESTOS
Segundo a imprensa boliviana, nas últimas horas, houve ataques a residências, incluindo de familiares de Morales, e prédios públicos. No Twitter, Morales denunciou que “fascistas” incendiaram a casa dos governadores de Chuquisaca y Oruro, e também de sua irmã, Esther Morales, em Oruro. Emissoras de rádio e TV estatais, como a Bolívia TV, foram alvo de protestos.
PRESIDENTE
Conforme informações da Agência Brasil, o presidente Evo Morales anunciou, neste domingo, a realização de um novo pleito nacional, em data ainda a ser definida. “Decidi convocar novas eleições nacionais que, mediante o voto, permita ao povo boliviano eleger democraticamente a suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos [ao processo político]”, disse Morales ao anunciar sua decisão.
O presidente Boliviano também anunciou que irá substituir os atuais membros do Tribunal Superior Eleitoral. “Nas próximas horas, a Assembleia Legislativa Plurinacional, de acordo com todas as forças políticas, estabelecerá os procedimentos para isto”.