Em 2018, Mato Grosso do Sul produziu 25.850 toneladas de pescado, a partir da técnica de piscicultura em tanque rede e escavado, elevando a condição do Estado para 9º produtor nacional de peixes, conforme levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR).
Os dados apontam ainda, um total de 1.200 produtores trabalhando na atividade em uma área de 3.200 hectares de lâminas de água. Contudo, apesar do alto potencial para atividade, em razão do clima, extensão territorial e diversidade de espécies nativas, o maior gargalo enfrentado pelos piscicultores ainda é a falta de mercado agroindustrial que absorva a produção.
Quando se avalia os dados de produção da tilápia, o desenvolvimento regional é ainda maior: avanço de 236,27% entre os anos de 2016 e 2018, segundo informado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Economia. Este desempenho fez com que, no ano passado, o Estado se se tornasse o maior exportador brasileiro desse produto, representando 95,26% total dessas exportações do país.
DIVERSIFICAÇÃO
Em Campo Grande, empresa que atua há 30 anos na produção de iscas e alevinos, também entrou para o ramo frigorífico, com oferta de 19 cortes congelados de peixes, com embalagens personalizadas e fracionadas.
O frigorífico começou a produzir em dezembro do ano passado e trabalha com peixes nativos (pacu, pintado e dourado), além da tilápia, uma das espécies mais apreciadas na atualidade.
Em três meses de funcionamento, o frigorífico soma uma produção mensal de 30 toneladas, no entanto, a proposta de oferecer um produto para cadeia de food service tem despertado o interesse de bares e restaurantes de Campo Grande.
A empresa familiar é administrada por Luiz Acorci Filho, 30 anos e sua irmã, Flávia, além dos pais que iniciaram as atividades empresariais investindo no mercado de iscas. "A história da nossa empresa foi sempre estudar o mercado e identificar os nichos existentes. Então começamos com iscas para pescadores, em seguida alevinos e depois de ouvirmos questionamentos dos nossos clientes que atuam na engorda do pescado, resolvemos investir na etapa de abate do pescado", resume.
No entanto, a ideia de abater peixes não surgiu de um dia para outro e os irmãos se preparam para assumir a gestão da empresa, hoje, denominada grupo Acorci.
"Estudei no exterior para me especializar no setor de gestão e divido as responsabilidades com minha irmã. O projeto do frigorífico veio atender uma lacuna que existe no Estado, a exemplo de como era a produção de frango antigamente, com três ou quatro cortes. O pescado também funcionava com alternativas de costela, filé e posta, mas, nosso projeto foi pautado na análise do mercado e atendimento de demandas que está permitindo uma produção mensal de 10 toneladas de cortes", detalha o empresário.