Mato Grosso do Sul não deve ser prejudicado com a venda da fábrica de celulose da Eldorado Brasil à Paper Excellence (PE). A avaliação é do governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), explicando que os incentivos concedidos à empresa foram feitos para fábrica já existente, agora, nas mãos do grupo holandês.
"A nova fábrica só teria os incentivos se viesse a acontecer a edificação, geração de emprego e aquilo que é firmado no termo de acordo, entã,o não tem prejuízo nenhum ao Estado", disse.
Azambuja ainda reforçou que incentivos futuros, passíveis de serem concedidos após o término de projeto de expansão da fábrica estarão sujeitos à nova convalidação assinada e sancionada pelo presidente da República, Michel Temer (PMDB).
"Aqueles que compraram possam retomar essa possibilidade de ampliar a fábrica, criar as oportunidades de novos empregos e nós estamos discutindo agora sobre uma nova ótica, agora temos uma convalidação dos incentivos", comentou.
Conforme o governador, há 1.199 termos de acordos com as empresas do setor produtivo de Mato Grosso do Sul. "Agora é o momento para isso, porque a gente vai remeter ao Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária], vamos dar um regramento, a Assembleia vai votar uma legislação específica para isso, sem nenhum tipo de prejuízo ao Mato Grosso do Sul", finalizou.
EXPANSÃO
A companhia foi comprada pela empresa Paper Excellence (PE) da Holanda e pertence aos mesmos donos da gigante indonésia Asia Pulp and Paper (APP). Em um primeiro momento, a aquisição foi de 34% da companhia e a projeção é de que todo o processo de conclusão seja realizado em 12 meses. Sendo assim, a possibilidade de retomada do projeto de expansão no curto prazo está praticamente descartada.
Anunciada em 2015, a construção da segunda linha de produção chegou a ser iniciada pela companhia, mas as obras pararam após a conclusão da terraplanagem e a construção do novo pátio de madeira por falta de investidores. A expectativa é de que a venda da fábrica a grupo estrangeiro pudesse agilizar o processo de expansão, mas possibilidade já foi adiada.
Em entrevista concedida ao Valor Econômico, o presidente-adjunto da PE, Pedro Chang, informou que a prioridade da Paper Excellence é a integração com a Eldorado.
“Integrar nossa operação e, depois, melhorá-la. Queremos ver a eficiência, a produtividade. Também queremos fazer a integração com a equipe da Paper Excellence. Quando aparecer a oportunidade, sempre vamos querer maximizar o valor para os ‘stakeholders’ (público estratégico) na expansão da companhia, na melhoria da capacidade”, declarou.
Orçada em R$ 10 bilhões, a construção da segunda linha aumentaria a produção de celulose da fábrica para quatro milhões de toneladas de ao ano, um incremento de 2,5 milhões ao ano.