Economia

NA CONTRAMÃO

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Em MS, mercado de trabalho resiste à crise do coronavírus

Dados do Caged apontam saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada em 2020

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Mato Grosso do Sul fechou os quatro primeiros meses do ano com saldo positivo na geração de empregos. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de janeiro a abril o resultado foi de 734 empregos com carteira assinada, com 73.661 contratações e 72.927 desligamentos. Entre os fatores que levaram ao número positivo estão a boa atuação da agropecuária, estratégias como redução de jornada e salários ou suspensão de contratos e ainda o comportamento dos empresários.  

No Brasil, o cenário foi diferente, foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões, resultado negativo de 763.232. Assim como no País, a maioria dos estados registrou mais demissões. Entre os que contrataram mais que demitiram, Mato Grosso do Sul só ficou atrás do Acre, que finalizou os quatro primeiros meses com criação de 1.403 empregos.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, acredita que os números são resultado bom desempenho de alguns setores. “Podemos dizer que apesar do cenário bastante caótico, o Estado deteve um saldo positivo de empregos. Se formos fazer uma análise por segmento perceberemos que o principal destaque coube a agropecuária, que segurou essa questão voltada ao saldo de empregos”, disse Daniela. Os dados apontam que a agropecuária sustentou 10.032 empregos no País, com 275.464 admissões e 265.432 desligamentos.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, o agronegócio é responsável por amenizar os impactos da Covid-19 na economia estadual e deve ser protagonista na retomada do pós-pandemia. De janeiro a abril, o Estado registrou superávit de US$ 979,297 milhões na balança comercial, aumento de 2,5%. Desempenho impulsionado pela produção agropecuária.  

Daniela reforça que além do setor rural, o comportamento dos empresários ajudou a reter o saldo de empregos. “A maior parte dos empresários optou por não demitir. Adotando outras possibilidades, como os 25% que suspenderam os contratos de trabalho.  Houve ainda a redução salarial e de jornada. Entre as opções com certeza uma redução salarial é muito melhor neste momento, até pensando em retomada. O comportamento do empresário do comércio de bens e serviços ajudou nesse processo. Apesar das demissões terem acontecido, elas provavelmente seriam em maiores proporções se não fosse esse quesito comportamental”, considerou.

Entre os municípios do Estado, 58 finalizaram o quadrimestre com mais vagas. Naviraí liderou com 576 vagas, seguido de Rio Brilhante (484), Sonora (467), Aparecida do Taboado (386), entre outras. Já as maiores cidades de MS registraram os piores resultados na criação de vagas, Campo Grande lidera com saldo negativo de 3.150 demissões, Três Lagoas (-586), Corumbá (-135) e Dourados (-44).

MENSAL

Apesar do saldo positivo no quadrimestre, o Estado registrou resultado negativo de 6.992 demissões em abril, com 9.497 contratações e 16.489 desligamentos. Entre as atividades, os setores que mais sofreram com a pandemia foram de Comércio (-2.644), Alojamento e Alimentação (-1.078) e Indústria de Transformação (-960). O único setor com novas contratações em abril foi a Agropecuária  com 250 novos empregos.

“Existia uma perspectiva significativa de novas contratações para os meses de abril e maio, que não se consolidou por conta da Covid-19. Para reduzir esse impacto, um dos focos do governo está na manutenção da atividade econômica de setores ligados ao agronegócio e às indústrias que lidam com o mercado externo, atacadistas, supermercados e serviços essenciais, que têm preservado o emprego”, disse o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

A economista aponta que as demissões referentes ao coronavírus se deram a partir de março. “Pode ser que nos próximos meses tenhamos um cenário diferente.  As demissões começaram em março com  intensificação em abril e maio. Em comparação a outros estados estamos numa situação melhor, mesmo olhando os dados negativos do mês. Até por conta dos números do coronavírus no Estado”, contextualizou Daniela.  

Novo Caged  foi divulgado nesta quarta-feira (27), a última publicação era referente a 2019. Segundo o Ministério, a demora para  a divulgação se deu por mudança de metodologia.

PRESERVADOS

Dados do Ministério da Esconomia apontam que até o fim de abril, o Estado registrou 21.069 contratos enquadrados na suspensão ou redução de jornada e salários. A medida visa a preservação de empregos com o pagamento de uma espécie de seguro-desemprego durante o período. 

EMPREGOS-CAGED

Brasil cria 306 mil vagas formais de emprego em fevereiro, com impulso de serviços

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país

27/03/2024 20h00

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões Crédito: Freepik

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O Brasil gerou 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número supera com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.


Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no segundo mês deste ano, foram registradas 2,249 milhões de contratações e 1,943 milhão de demissões.

Com a mudança de metodologia, analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020.

Os cinco setores de atividades econômicas tiveram saldo positivo em fevereiro, com maior impulso do setor de serviços –193.127 empregos formais. Também houve geração líquida de 54.448 postos na indústria, 35.053 vagas na construção, 19.724 no comércio e 3.759 na agropecuária.

Às vésperas da nova divulgação, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já repercutiam o vigor do mercado de trabalho brasileiro. Desde o início do ano, já foram criados 474.614 empregos formais no Brasil.

Em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã desta quarta, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o número de criação de empregos em fevereiro seria "bastante expressivo". "A economia brasileira inicia um ciclo longo de crescimento econômico e nós precisamos preparar a nossa juventude para ocupar esses postos de trabalho", disse.

Já o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou, um dia antes, em entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto que os dados do Caged seriam "extraordinários".

Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no acumulado dos dois primeiros meses de 2024. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado do ano, com a criação de 268.908 vagas formais. Na sequência, aparecem indústria (120.004 postos), construção (81.774) e agropecuária (25.751). No comércio, houve saldo negativo de 21.824 empregos formais.

A força do mercado de trabalho vem soando como alerta para o Banco Central e para as perspectivas sobre o ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic) à frente.

Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na terça-feira (26), o colegiado registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.

"Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra", disse.
Para o Copom, a evolução do indicador que mede a diferença entre o crescimento potencial da economia e o efetivo (hiato do produto) e do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta (3%).

No mês passado, o salário médio de admissão caiu para R$ R$ 2.082,79, uma redução real (descontada a inflação) de R$ 50,42 em relação a janeiro –variação em torno de -2,36%.

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MERCADO-FINANCEIRO

Bolsa registra alta com impulso de Vale; dólar fecha estável

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos

27/03/2024 19h00

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1% Crédito: Freepik

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Após quatro sessões com desempenho negativo, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quarta-feira (27), impulsionada por altas da Vale e da Petrobras. O dia também foi positivo para os índices americanos, que auxiliaram o mercado local.

"O índice [Ibovespa] chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia, conforme o mercado analisa e consolida entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2023", diz Felipe Pohren de Castro, sócio da Matriz Capital.

As maiores altas do dia foram de Renner, Raízen e Grupo Casas Bahia, que subiram 5,42%, 5,23% e 4,67%, respectivamente. A Vale, companhia de maior peso do Ibovespa, avançou mais de 1%.

Com isso, o Ibovespa avançou 0,65%, terminando o dia aos 127.690 pontos.


No câmbio, o dólar fechou praticamente estável, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que devem ser divulgados no fim da semana. A moeda americana teve oscilação negativa de 0,06%, terminando a sessão cotada a R$ 4,979.

Em um dia de agenda relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas. Na cotação mínima do dia, às 9h01, a moeda à vista marcou R$ 4,9719 (-0,24%) e, na máxima, às 10h16, atingiu R$ 4,9949 (+0,22%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que os investidores continuam à espera de notícias que possam, de fato, servir de motivo para alterar posições na moeda norte-americana. Segundo ele, estão todos "esperando cair um raio".


Para Lais Costa, analista da Empiricus Research, não surgiram realmente notícias relevantes que mudassem o cenário para o câmbio.

"O fluxo não está ocorrendo por conta de mudanças estruturais de cenário -é mais por ajuste de posições. Teria que surgir algo realmente relevante para termos o dólar andando por aqui", comentou.

Como a quinta-feira é o último dia útil de março, a próxima sessão será a da disputa pela Ptax do fim de mês -e de trimestre. Normalmente, a volatilidade tende a aumentar em sessões assim, mas profissionais do mercado reforçaram que, sem notícias de impacto, a disputa entre comprados e vendidos pode não ser tão intensa.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Nos encerramentos de trimestres, a importância da Ptax é ainda maior.

Como pano de fundo para a disputa nesta quinta-feira, serão divulgados uma série de indicadores no Brasil: a taxa de desemprego do IBGE em fevereiro e as projeções de PIB e balanço de pagamentos do Banco Central no Relatório de Inflação, entre outros. Destaque ainda para a entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o Relatório de Inflação.

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