Economia

EMERGENCIAL

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Quase 30% da população de Campo Grande recebeu auxílio do Governo Federal

Entre as cidades do Estado, a maior porcentagem de pessoas beneficiadas está em Japorã e a menor em Itaporã

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A população de Campo Grande é estimada em 906,096 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no mês passado. 

Do total, 29,8% recebeu o auxílio emergencial do governo federal, ou seja, 270,4 mil pessoas, das quais 37,1 mil são beneficiárias inscritas no programa Bolsa Família, 64 mil do Cadastro Único (CadÚnico) e 169,4 mil que se cadastraram voluntariamente pelo aplicativo Caixa Tem. 

Cada trabalhador inscrito no programa recebe parcelas de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães chefes de família).  

Até o fim de agosto, de acordo com os dados do Ministério da Cidadania, foram pagos R$ 828 milhões aos moradores de Campo Grande, sendo R$ 160,1 milhões do Bolsa Família; para os beneficiários do CadÚnico, o montante chega a R$ 205,6 milhões.

E para quem fez o cadastro no aplicativo Caixa Tem, os recursos chegam a R$ 462,3 milhões disponibilizados.

Segundo a economista Daniela Dias, o benefício foi importante para a maioria das famílias, mas alerta que é preciso usar com cautela. 

“Esses recursos precisam ser gastos de forma consciente, renegociando o que for possível. E de qualquer forma vem para a economia: seja para as instituições bancárias, com o pagamento de contas, ou na forma de consumo, para alimentação e despesas prioritárias”, destacou.

MUNICÍPIOS

Entre os municípios de Mato Grosso do Sul, a média de beneficiários ficou próxima de 30%. 

Considerando o total de habitantes estimados pelo IBGE, a cidade que mais demandou benefícios foi Japorã, onde 34,6% da população recebeu o auxílio de R$ 600. A cidade tem 9.243 habitantes, dos quais 3,2 mil tiveram acesso ao benefício.

Foram 1,9 mil inscritos no Bolsa Família, 506 no CadÚnico e 787 que se candidataram voluntariamente para acessar o auxílio. No total, os moradores de Japorã receberam até agora R$ 10,3 milhões.

Já a cidade com o menor porcentual de auxílio emergencial, considerando o total de habitantes, foi Itaporã, onde 19,4% tiveram acesso ao benefício. 

Entre os 25.162 habitantes, 4,9 mil acessaram o recurso. São 364 pessoas com acesso ao Bolsa Família, 772 do Cadastro Único e outros 3,7 mil cadastrados por conta própria. A Caixa já pagou R$ 14,2 milhões em auxílio no município.  

Nas maiores cidades do Estado, a tendência foi a mesma da Capital. Em Dourados, segunda maior cidade de MS, dos 225,495 mil moradores, 70,5 mil pessoas (31%) foram beneficiadas com R$ 216,7 milhões, conforme dados do Ministério da Cidadania.

Três Lagoas tem aproximadamente 123,281 mil moradores, de acordo com o IBGE. Destes, 37,1 mil pessoas (30%) receberam a ajuda federal, um total de R$ 116,6 milhões injetados na economia municipal.

Dos 112,058 mil moradores de Corumbá, 34,6 mil (ou 30,8% do total) tiveram acesso às parcelas do benefício, gerando montante de R$ 112,4 milhões em recursos.  

Já na cidade vizinha, Ladário, 23% da população teve acesso ao benefício. Entre os 23.689 habitantes, 5,6 mil acessaram o recurso. A Caixa já pagou R$ 18,4 milhões na cidade.  

RENDIMENTOS

Entre as cidades com as maiores rendas per capita no Estado, Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste registraram 27% da população com acesso ao benefício. Em Chapadão do Sul, dos 25.865 habitantes, 7,2 mil acessaram o recurso, ou seja, 27,8% do total. Conforme dados do Ministério da Cidadania, foram R$ 22,4 mil disponibilizados. 

Já em São Gabriel do Oeste, 7,5 mil (27,5%) dos 27.221 habitantes receberam os recursos. Na cidade foram injetados R$ 23,4 milhões com o benefício emergencial.  Na outra ponta, dos municípios com as menores rendas per capita, estão Paranhos e Anastácio. 

Em Paranhos, dos 14.404 habitantes, 4,3 mil receberam o auxílio emergencial, 29,8% do total de moradores. Os recursos chegam a R$ 14,7 milhões.  

Anastácio também está entre as cidades com as menores rendas per capita de MS. No município, 8,3 mil dos 25.237 moradores receberam os recursos. São 32,8% da população da cidade que acessaram R$ 26,7 milhões.

ESTADO

O benefício foi criado para ajudar trabalhadores informais, desempregados, microempreendedores individuais (MEIs), beneficiários do Bolsa Família e pessoas inscritas no CadÚnico para reduzir os efeitos da crise econômica causada pela pandemia. 

Em Mato Grosso do Sul, 30% dos habitantes receberam a ajuda governamental.

Segundo estimativa do IBGE, Mato Grosso do Sul tem 2,8 milhões de habitantes, dos quais 844,4 mil (30%) receberam o auxílio emergencial. 

No total foram pagos R$ 2,65 bilhões aos sul-mato-grossenses.  

O benefício ajudou a manter a movimentação econômica no Estado e colaborou para amenizar os impactos negativos, conforme a economista. 

“De uma forma geral, todo recurso neste momento tende a ampliar as expectativas, principalmente quando a gente considera o atual cenário. Esses recursos foram muito necessários, ajudaram a amenizar os impactos. Foi em totalidade? Não, mas entre nada e pouco, esse pouco pode significar muito para diversas famílias. No Estado, foi a principal fonte de renda de 10% da população. Sem dúvida foi uma ajuda vinda num momento que precisava”, considerou Daniela Dias.

META FISCAL

Governo Lula revê trajetória das contas e adia ajuste fiscal para próximo presidente

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

15/04/2024 18h00

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028. Gabriela Biló/Folhapress

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O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai propor uma revisão na trajetória das contas públicas que, na prática, adia o ajuste fiscal para o próximo presidente da República.

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

Os números sinalizam uma flexibilização em relação à promessa feita no ano passado, na apresentação do novo arcabouço fiscal, de entregar um superávit de 0,5% do PIB no ano que vem e alcançar um resultado positivo de 1% do PIB já em 2026, último ano de mandato de Lula.

A opção do Executivo pela meta zero no ano que vem também indica ainda a possibilidade de novo déficit, já que há uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos. Para este ano, o governo já prevê um resultado negativo de R$ 9,3 bilhões.

Além da piora do cenário, o Executivo também reduziu a velocidade do ajuste fiscal. Se antes o esforço adicional era de 0,5 ponto percentual ao ano, a melhora do resultado agora será de 0,25 ponto ao ano em 2026 e 2027.

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028, já no primeiro biênio do mandato do próximo presidente da República.

A piora no alvo da política fiscal deve ter consequências negativas sobre a trajetória da dívida pública. Segundo estimativas da própria área econômica, é preciso um superávit de 1% do PIB para estabilizar a dívida -patamar que, agora, só deve ser alcançado no próximo governo.

A intenção do governo de perseguir uma meta menos ambiciosa foi revelada pela Folha de S.Paulo. O número constará no PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, a ser apresentado nesta segunda-feira (15) ao Congresso.

Na tarde desta segunda, a poucas horas da divulgação oficial, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) confirmou à Globonews a meta zero em 2025, em uma inusual entrevista exclusiva concedida pelo chefe da pasta antes de uma coletiva à imprensa convocada para tratar justamente do PLDO.

Nem Haddad nem a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) participarão da coletiva para justificar a piora no cenário fiscal, tarefa que caberá a secretários das duas pastas.

"Nós não costumamos antecipar os dados da LDO antes da entrevista oficial, mas vazaram esses dois dados [meta de 2025 e salário mínimo], e aí a imprensa toda está dando. Até me desculpo por estar falando disso antes das 17h, que é o horário combinado. Mas, sim, os dados que eu tenho são esses", disse o ministro.

Além da meta, ele fez referência à previsão de salário mínimo de R$ 1.502 no ano que vem, como antecipou a Folha de S.Paulo.

Apesar da revisão do cenário fiscal dos próximos anos, Haddad disse não desistiu de alcançar um superávit ainda neste mandado do governo Lula. "Tem 2026 ainda", afirmou.

A flexibilização da trajetória fiscal se dá diante de um quadro desafiador para continuar aumentando a arrecadação e alcançar o superávit de 0,5% do PIB, como prometeu o ministro da Fazenda.

Embora o governo tenha aprovado uma série de medidas de receitas ao longo de 2024, boa parte delas são extraordinárias e não se repetirão no ano que vem.

Além disso, membros do Executivo têm a avaliação de que a agenda de arrecadação está se exaurindo, o que dificulta ir atrás de novas receitas.

Um sinal disso são as resistências enfrentadas pelo governo na discussão de medidas enviadas ao Legislativo no fim de 2023, como a reoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras, o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a limitação do uso de créditos judiciais pelas empresas para abater tributos.

A Fazenda precisou abrir as negociações e flexibilizar boa parte dessas iniciativas para melhorar sua aceitação no Congresso. Consequentemente, isso afeta a capacidade do governo de reequilibrar as contas públicas.

Na entrevista à Globonews, Haddad disse que o governo vai manter a interlocução com o Congresso Nacional em busca de novas fontes de receitas. "Vamos rever os gastos tributários", disse. "Vamos fazer a arrecadação voltar um patamar razoável, acima de 18% [do PIB]. A gente está mirando em 18,5% [do PIB]."

Para este ano, a meta já é de déficit zero, e a avaliação mais recente do Orçamento indica um resultado negativo em 0,1% do PIB -dentro da margem de tolerância da meta fiscal, que é de 0,25 ponto percentual para mais ou menos.

Embora a meta seja igual para 2024 e 2025, o governo tem o discurso de que a proposta de Orçamento do ano que vem precisará ser enviada cumprindo esse objetivo central, enquanto neste ano o resultado esperado já é de déficit. Por essa comparação, o governo estaria garantindo a trajetória de melhora contínua das contas.

Meta 2025

Haddad confirma meta fiscal de déficit zero para 2025 e salário mínimo de R$ 1.502

Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025

15/04/2024 16h00

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arquivo

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou no período da tarde desta segunda-feira, 15, que o governo definiu a meta fiscal do próximo ano como déficit primário zero, assim como o alvo deste ano, conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

A confirmação foi dada em entrevista à GloboNews. Haddad pediu desculpas por antecipar os números antes da divulgação pelo Ministério do Planejamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ainda no período da tarde desta segunda-feira, mas argumentou que os números já haviam sido "vazados" à imprensa.

Haddad confirmou também que a projeção para o salário mínimo no próximo ano é de R$ 1.502.

Haddad foi questionado se, com a decisão de revisar a meta de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria desistido de fazer superávits neste mandato. O ministro rebateu, contudo, que ainda haverá 2026 para buscar esse alvo.

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