Economia

DISPUTA POR CONTROLE

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Desembargador reverte decisão de colega e irmãos Batista deixam de ser majoritários na Eldorado

Nélio Stabile revogou decisão do colega Sérgio Martins, e Mário Celso Lopes volta a ser acionista

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O desembargador Nélio Stábile revogou decisão do colega, desembargador Sérgio Fernandes Martins, que também é corregedor do Tribunal de Justiça, proferida durante o plantão judicial. Stábile mantém, com o ato do dia 7 deste mês, todas as decisões dele, que dão à MCL Participações, fundo do empresário Mário Celso Lopes, a participação de 8,28% no capital social da Eldorado Brasil Celulose S.A, com sede em São Paulo (SP) e planta industrial em Três Lagoas. A participação concedida à Lopes é retirada dos 51% da J&F Participações, holding pertencente aos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista.

Nélio Stábile chegou a falar em “usurpação de competência” por parte de seu colega, Sérgio Martins. “Assim, em decorrência do Juiz Certo, é o caso de considerar e concluir pela usurpação de competência deste Relator por aquela decisão do Exmo. Desembargador Plantonista, razão pela qual determino a avocação da petição e todas suas peças instrutórias (autos de n.º 1416156-10.2019.8.12.000), devendo fazer parte vintegrante deste Agravo Interno como dependente”, asseverou Stábile. 

Nélio Stábile ainda criticou as tentativas da J&F Investimentos de usar o plantão, por meio de uma tutela incidental (tipo de ação que também foi questionada pelo desembargador). “Assim, verifica-se, de per si, não ser caso de se utilizar do plantão judicial, mesmo porque a pretensão do Agravante é só uma: ver reapreciado seu pedido de forma positiva para si”, afirma.

Dentre os magistrados que apreciaram, ainda que liminarmente, os pedidos de Mário Celso Lopes, Stábile é o único que é favorável à tese do empresário, de que houve redução indevida do Capital dele na Eldorado, de 25% para 16,2%. Os 8,28% concedidos por ele, em agravo, à Mário Celso, teriam sido diluídos durante a incorporação da Florestal Brasil S.A.

Na ocasião, a participação de Mário Celso Lopes na Eldorado se dava por meio de outra empresa, a MJ (totalmente incorporada pela J&F) e não pela MCL, autora da ação, e que a J&F alega que nunca foi dona da empresa e que, por isso, não tem direito a ter qualquer participação societária nela.  

Outras decisões

Os outros magistrados que analisaram os fatos, deram decisões favoráveis à J&F, ou pelo menos, pela manutenção da atual composição da Eldorado (51% da J&F e 49% da CA Investiment, empresa da Paper Excellence, do bilionário indonésio Jackson Widjaja). 

Na decisão de Sérgio Martins, do último dia 24 de dezembro, favorável à J&F, o desembargador argumentou da seguinte forma: “É incontroverso que a venda das ações pela empresa requerida MCL Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia à J&F Investimentos S.A ocorreu em 15.5.2012, ou seja, há quase 8 (oito) anos atrás, não havendo, portanto, perigo de dano à empresa requerida MCL Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, mormente porque apenas em 13.9.2019 ajuizou ação pleiteando reconhecimento de nulidade cumulada com descumprimento de obrigação acionária, o qual levou o magistrado de primeiro grau, Márcio Rogério Alves, a indeferir o pedido de tutela antecipada pleiteado pelo MCL Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia”. Martins, nesta decisão, não leva ainda em consideração o fato de MCL não ter perdido qualquer participação na Eldorado, e sim a MJ, outra empresa de Mário Celso, vendida à J&F. 

Em 19 de dezembro último, Mário Celso teve um outro revés, na 2ª Vara Empresarial da Comarca de São Paulo, que deferiu pedido de tutela de urgência da J&F, impedindo que ele exerça qualquer direito de sócio na Eldorado. A decisão paulista se baseia no fato de Mario Celso Lopes e seu MCL Fundo de Investimento terem vendido, em 2012, a MJ Participações para a J&F.

Fábrica de Fertilizantes

Três Lagoas se prepara para visita do presidente da Petrobras a canteiro da UFN3 na sexta-feira

Correio do Estado noticiou visita de Prates em fevereiro; caso a viagem se confirme, ele virá acompanhado da ministra Simone Tebet

23/04/2024 17h05

Durante evento de lançamento do Petrobras Cultural, no Rio de Janeiro, Jean Paul Prates anunciou que viria ao Estado em abril Alanis Netto

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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deve vir a Três Lagoas na próxima sexta-feira. Na ocasião ele deve estar acompanhado da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do prefeito da cidade, Ângelo Guerreiro (PSDB). Eles visitarão a estrutura da UFN3. 

Ainda não há a confirmação da visita, mas os cerimoniais do governo federal e da Petrobras já comunicaram a prefeitura de Três Lagoas de que o evento poderá ocorrer na próxima sexta-feira. “Quando há este tipo de comunicado, é muito difícil que a agenda seja cancelada, só se for por um imprevisto muito sério”, explicou uma fonte ao Correio do Estado. 

O Correio do Estado, aliás, noticiou a vinda de Prates a Mato Grosso do Sul em primeira mão em 24 de fevereiro. Nossa equipe perguntou a Prates, em evento no Rio de Janeiro (RJ) sobre a conclusão da Fábrica de Fertilizantes, e ele disse: “Nós estamos articulando formas de isso ser agilizado, de terminarmos essa planta e ela começar a produzir”, disse ele na ocasião. 

“A planta está exatamente no meio do mercado demandador. Ela vai ser feita e vai voltar a operar, e nós vamos [a Mato Grosso do Sul] em abril. Vamos lá visitar e vamos anunciar algumas coisas legais”, complementou o presidente da estatal, depois de ter sido perguntado sobre os planos de retomada da obra.

De fevereiro para cá, porém, Prates teve a crise envolvendo o possível pagamento de dividendos extraordinários pela estatal para administrar. Até mesmo sua saída do comando da empresa, chegou a ser noticiada pela imprensa, algo que não ocorreu. 

Prates virá a Três Lagoas para ver in loco a situação da fábrica. Ele acredita que há muito mais por fazer, do que apontam as estatísticas da obra, que em 2015, na época em que ela foi paralisada, indicavam que o índice de conclusão era de 80%. “Uma obra dessa tem de ‘estar viva o tempo todo’, é como um carro antigo. Na verdade, é um 80% que deve cair para 70%”, comentou.

Quando estiver concluída, a fábrica terá capacidade para produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, além de dobrar a produção nacional de fertilizantes.

Para que a construção da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas seja retomada, porém, não basta uma decisão unilateral de Prates, ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É preciso a aprovação do Conselho de Administração da estatal, o mesmo que se dividiu sobre o pagamento de dividendos extras aos acionistas. 

A disputa maior em torno da estatal, aliás, tem sido em torno da aplicação de recursos excedentes da estatal para investimentos ou para distribuição para acionistas.

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Economia

Governo estabelece cotas de importação de aço e imposto de 25% sobre o excedente

Medida atende a pleito de fabricantes nacionais, que afirmam haver invasão chines.

23/04/2024 17h00

Fotos/ Agência Brasil

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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (23) que decidiu estabelecer cotas para a importação de aço e aumento de Imposto de Importação de 25% sobre o volume excedente.

A decisão atende a um pleito das siderúrgicas brasileiras, que afirmam haver uma invasão do aço chinês. Os produtos alvo dos pedidos originais têm tarifas que variam de 9% a 14,4%.

A medida valerá por um ano para 11 produtos ligados ao aço. Também serão avaliados outros quatro que poderão receber o mesmo tratamento.

De acordo com o governo, estudos técnicos mostraram que a medida não trará impacto nos preços ao consumidor ou a produtos de derivados da cadeia produtiva.

Durante os 12 meses, será monitorado o comportamento do mercado e a expectativa oficial é que a decisão contribua para reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional.

Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, uma coalizão de 16 entidades de segmentos da indústria intensivos no uso de aço reagiu à demanda das siderúrgicas nacionais e chegou a deflagrar uma mobilização em Brasília na tentativa de barrar uma sobretaxa. O grupo argumenta que o aço do Brasil já é o mais caro do mundo quando comparado aos preços no mercado interno de vários países.

O aço é um insumo essencial usado na produção da indústria de produtos de maior valor agregado e tecnologia, como máquinas e equipamentos, automóveis, ônibus, caminhões, eletrodomésticos, autopeças e construção civil.

A disputa começou porque as siderúrgicas protocolaram pedido na secretaria-executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior) para aumentar a alíquota do Imposto de Importação de diversos produtos para até 25%. O patamar atual está em 10,8%, segundo dados da coalizão.

A decisão foi tomada nesta terça pelo Gecex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior), colegiado do governo federal que reúne dez ministérios.

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