Economia

PLANO SAFRA

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Crédito para atender agricultura familiar será de R$ 188 milhões

Recursos foram disponibilizados em 1º de julho e podem ser contratados até 30 de junho de 2021

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O pequeno produtor de Mato Grosso do Sul tem mais crédito disponível para a próxima safra. O Plano Safra 2020/2021 disponibiliza R$ 188 milhões em recursos para a agricultura familiar. Do total assegurado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), R$ 123 milhões poderão ser utilizados para custeio e R$ 65 milhões para investimentos.  

Os valores foram disponibilizados no dia 1° de julho e podem ser contratados até o dia 30 de junho de 2021. A taxa de juros varia entre 2,75% e 4% ao ano. De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, os dados do Plano Safra 2020/2021 mostram que os governos federal e estadual estão alinhados em relação à política de incentivo à agricultura familiar. “Neste ano, o plano voltado para a agricultura familiar está baseado em três pilares: assistência técnica, crédito e comercialização. Não é uma inovação, mas é o que também defendemos na política estadual de desenvolvimento do setor. E faremos um trabalho forte, por meio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural [Agraer], para conseguir alocar esses recursos”, afirmou.

Conforme adiantado pela ministra Tereza Cristina Dias ao Correio do Estado, o Mapa está empenhado em atender os pequenos produtores, para que estes cresçam com uma produção voltada para a qualidade. “Eu espero que [o plano] atenda principalmente o pequeno e médio produtor. O Mapa hoje é o único que cuida de todas as categorias de produtores: os pequenos, médios, grandes e os assentados. Hoje temos uma diversidade enorme de políticas públicas para atender esse público diverso que é nosso cliente, vamos assim dizer. Nossa filosofia é atender um número maior de produtores e colocar muitos planos de ação para que possamos atender os mais diversos segmentos, tanto na parte de investimentos quanto de custeio, para o pequeno, o médio e o grande produtor”.

FORÇA-TAREFA

A equipe técnica que atende os agricultores familiares realizou uma força-tarefa nos últimos dois meses para aplicar os R$ 30 milhões restantes do Plano Safra 2019/2020, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo a Semagro, entre maio e junho, foram contratados R$ 29 milhões do recurso disponível.

Conforme o Banco do Brasil, no ciclo passado, foram contratados R$ 185 milhões pelos agricultores familiares de MS, sendo R$ 102 milhões para custeio e R$ 83 milhões para investimentos. “O trabalho da Agraer é fundamental para fazer o meio de campo entre o produtor e o banco. Sem a equipe técnica seria praticamente impossível destinar o recurso”, diz o gerente de mercado, Eduardo Campos.

Os projetos aprovados durante os meses de maio e junho beneficiaram 60 municípios do Estado, com destaque para Naviraí, que pleiteou R$ 3,925 milhões em projetos, e Coxim, que teve R$ 1,606 milhão angariados entre maio e junho. Na parte de custeio foram elaborados projetos para mandioca, soja, milho, tomate e bovinos. Os investimentos estão voltados para a aquisição de máquinas agrícolas, estufas e matrizes bovinas.

O diretor-presidente da Agraer, André Borges, diz que, com a pandemia, os técnicos da agência estão trabalhando em regime de plantão. “Nossa equipe recebe a documentação dos agricultores, digitaliza e envia para as instituições financeiras de cada município. A aplicação dos recursos reflete na produtividade e na produção final. Garantimos a assistência técnica da Agraer buscando obter o máximo de rendimento para todos”, informou.

O Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o Estado tem 71.164 mil propriedades economicamente ativas. Do total, 61% ou 43.223 são de famílias que integram a agricultura familiar.

MAIS RECURSOS

O Banco do Brasil informou que Mato Grosso do Sul contará com valor recorde no Plano Safra 2020/2021. Serão destinados R$ 8,64 bilhões para pequenos e médios produtores. O montante é 12,5% maior em relação ao ano passado, quando foram liberados R$ 7,68 bilhões. 

IMPOSTO-RENDA

Senado aprova isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.824

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos

17/04/2024 20h00

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo Marcos Oliveira / Agência Senado

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824 mensais. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A medida adotada pelo governo vem para evitar que pessoas que estavam isentas de IRPF passem a recolher pela primeira faixa da tabela por causa do último reajuste do salário mínimo —que subiu para R$ 1.412 em 1º de janeiro.

A exemplo do que fez no ano passado, Lula reajustou a faixa de isenção do IR, ampliando o número de contribuintes que deixarão de pagar o tributo. Salários, aposentadorias e pensões de dois salários mínimos ficarão isentos.

O reajuste é de R$ 6,97% na faixa inicial, subindo de R$ 2.112 para R$ 2.559,20. O governo concedeu um desconto extra de R$ 564,80 para chegar à isenção ao R$ 2.824.

Segundo a Receita, 15,8 milhões de brasileiros deixarão de pagar imposto neste ano, medida válida para empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e demais contribuintes, e outros 35 milhões de cidadãos pagarão menos IR por causa da progressividade da tabela.

O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro como MP (medida provisória), mas acabou avançando via projeto de lei diante da resistência da Câmara com a tramitação de MPs, que exigem uma comissão formada por deputados e senadores.


O projeto de lei foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e relatado no Senado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

Durante a votação, senadores de oposição lembraram a promessa de Lula de isentar de IR quem ganha até R$ 5.000 por mês e tentaram ampliar a isenção de dois para três salários mínimos, o equivalente a R$ 4.236,00.

A proposta, no entanto, acabou derrotada durante a votação.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que, antes de Lula, a tabela do Imposto de Renda não era corrigida desde 2015 —no governo Dilma Rousseff (PT).

"Não é não querer dar. É, infelizmente, tem que dar sem provocar um impacto negativo, que seria eventualmente o não controle das contas públicas. Nós já estamos com um problema que não é nosso, é das guerras lá fora. Sobe petróleo, sobe dólar. Daqui a pouco vão querer subir juros."

Em seu parecer, o líder do governo Lula no Congresso disse também que o debate sobre a isenção será "mais bem aprofundado" durante a tramitação da reforma do Imposto de Renda —que o governo pretende enviar ao Congresso até o fim do ano.


Em janeiro, Lula reforçou o compromisso de campanha em entrevista a uma rádio na Bahia: "Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda".

Segundo o governo federal, a redução de receitas prevista com a medida neste ano é de R$ 3,03 bilhões. O valor passa para R$ 3,53 bilhões no próximo ano e para R$ 3,77 bilhões em 2026.

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Economia

BC não intervém no câmbio quando mercado precifica risco de investir no Brasil, diz Campos Neto

Declaração foi dada após dólar ter tido cinco sessões consecutivas de fortes altas

17/04/2024 14h00

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando os agentes econômicos precificam o risco de investir no Brasil, afirmou Roberto Campos Neto, presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira (17).

A declaração foi dada em uma reunião com investidores, organizada pela XP, em Washington, nos Estados Unidos, um dia depois de o dólar ter encerrado a sessão de terça (16) cotado a R$ 5,268, operando em seu maior valor desde março de 2023.
Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, a moeda americana operava em queda na manhã desta quarta, devolvendo parte dos ganhos.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.
"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

O presidente do Banco Central atribuiu a maior parte do estresse do mercado financeiro à piora do cenário externo e outra parcela à questão fiscal doméstica.

No cenário global, o principal fator de atenção está relacionado à perspectiva de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduza os juros apenas no segundo semestre devido à resiliência da economia americana. Houve ainda o acirramento dos conflitos no Oriente Médio, com o ataque do Irã a Israel e um eventual impacto sobre o preço do petróleo.

Na política doméstica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma revisão na trajetória das contas públicas, reduzindo a velocidade do ajuste fiscal. Para 2025, a meta fiscal passa a ser zero, não mais um superávit 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) do próximo ano.

"Há muito tempo dizemos que é muito importante perseverar com as metas. Novamente, não há relação mecânica [entre a questão fiscal e a política de juros]. [...] Mas a evidência que temos do que aconteceu nos últimos dias nos diz que o mercado ficou mais preocupado com a parte fiscal", disse.

"Isso pode mudar as expectativas sobre qual será o equilíbrio fiscal no futuro e isso terá um efeito no prêmio de risco. Isso também torna o trabalho [do BC], em termos de política monetária, mais difícil e mais custoso. A reação do mercado implica que parte da revisão recente vem da parte fiscal, mas uma parte muito maior vem do [ambiente] externo", complementou.

Campos Neto voltou a afirmar que as âncoras fiscal e monetária estão muito relacionadas e que, com a mudança em um dos lados, a autoridade monetária precisa entender agora como isso influenciará a sua função de reação.
"Sempre defendemos o fato de que eles deveriam se ater à meta e fazer o que fosse necessário para alcançá-la. Entendemos que houve a necessidade de mudança. A ideia não é comentar tanto sobre fiscal, mas tentar ver como isso vai influenciar nossas funções de reação através das várias medidas que são importantes para nós", disse.

"O importante para nós é como essas variáveis [decorrentes da questão fiscal e do cenário externo] influenciam nosso quadro e se achamos que isso é temporário ou se há uma mudança mais estrutural na qual precisamos prestar atenção", acrescentou.

Diante de uma nova turbulência no cenário econômico, Campos Neto relembrou uma conversa que teve com seu antecessor, Ilan Goldfajn, quando assumiu o comando da autarquia.

"Ele me disse que nunca há um momento calmo no Banco Central. Acho que estava certo. Quando olho para trás naqueles anos em que começamos, tivemos crise na Argentina, depois Brumadinho [rompimento da barragem]. Acho que não tivemos um período de três meses sem qualquer tipo de crise", afirmou.

O presidente do BC disse também que a autoridade monetária fará o que for necessário para levar as expectativas de inflação em direção às metas definidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A partir deste ano, o alvo é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

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