Economia

MERCADO IMOBILIÁRIO

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Contra a crise, construtoras apostam em vendas virtuais

Isolamento social fez com que empresas se adaptassem ao novo formato de negócios

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 O isolamento social devido à pandemia da Covid-19 (novo coronavírus), fez com que muitos setores mudassem a maneira de comercializar seus produtos. Com a venda de imóveis não foi diferente, as incorporadoras precisaram migrar para o comércio digital. Na Capital, as empresas mantêm os lançamentos e esperam a retomada da economia em 2020.

O setor precisou se reinventar para não ver as vendas despencarem. A gerente regional da Plaenge, Valéria Gabas, diz que durante os 15 dias em que todas as atividades ficaram suspensas na Capital, a equipe acelerou a migração dos trabalhos para plataformas on-line. “Boa parte da nossa equipe ficou em home office. Rapidamente refizemos os fluxos de trabalho e os processos digitais se intensificaram. Tínhamos um plano para essa digitalização, mas acabamos acelerando o processo. Hoje o cliente conhece o apartamento, fecha e assina o negócio tudo de forma virtual”, explicou Valéria.

De acordo com a executiva Phaena Spengler, para garantir o funcionamento de maneira segura, a SBS Empreendimentos precisou inovar. “Voltamos o nosso olhar minuciosamente para todos os setores da empresa. Apostamos nos atendimentos on-line e home office para equipe administrativa, também afastamos as pessoas que são do grupo de risco”, destacou a executiva.

Segundo o diretor comercial da HVM Incorporações, Flávio Fabrão, as equipes da empresa mesmo que trabalhando de forma remota, garantiram a produtividade nas construções e vendas. “Temos tido um aumento da procura através de outros canais [digitais]. Adotamos algumas práticas de atendimento e fechamento de venda onde todo processo pode ser realizado on-line. Esperamos repor as perdas da visita presencial e diminuição das vendas”, considerou Fabrão.

O gestor de vendas da MRV, Fernando Bortoletto Garcia Parra, diz que a adaptação ao novo cenário é inevitável. “Expandimos a atuação de uma plataforma de vendas digital que possibilita que o cliente realize toda a jornada de compra de um apartamento, em poucas horas, sem sair de casa. O cliente pode escolher o condomínio e a unidade que deseja, enviar a documentação, realizar a simulação e a aprovação de crédito, negociar a proposta de compra e assinar o contrato digitalmente. O interessado em um apartamento pode realizar o tour virtual por todas as unidades à venda”, explicou.

RETOMADA

A retomada da economia brasileira ainda é incerta. Projeções apontam para o encolhimento do PIB, assim como a queda na arrecadação de muitos setores da economia. Para as construtoras o desafio já foi imposto e agora é o momento para planejar a retomada.

Valéria afirma que o momento é de planejamento e cautela, mas que considera um bom momento para investir em imóveis. “Estamos cautelosos em relação a economia, tivemos a queda da Selic, e neste momento com os juros baixos e taxas atrativas é um bom momento para investir em imóveis. O cliente que está acostumado a investir em outras aplicações pode migrar para o investimento em imóveis, pois ele não assume riscos. Os valores dos imóveis também se mantiveram baixos desde o ano passado”, disse a gerente da Plaenge.

A SBS também prevê futuro promissor para o setor. “Estamos agindo com extrema cautela e de olho no futuro, apostando na retomada. Com a redução da taxa Selic, prevemos a abertura de muitas oportunidades para quem deseja financiar seu imóvel”, complementa Phaena.

O gerente da HVM explica os novos empreendimentos continuam planejados. “Cabe uma análise do mercado quanto ao momento do lançamento, isso é natural em qualquer situação. Com muita cautela, temos acompanhado o mercado imobiliário, temos estudado e conversado com outros empresários e assim direcionando as ações da empresa. Entendemos que a construção civil, mesmo em um estado do agronegócio, seja um setor que ajuda a economia, portanto, estamos acreditando na retomada”, reforçou Fabrão.

PÓS-PANDEMIA

Os lançamentos de novos imóveis não foram cancelados, de acordo com as construtoras alguns precisaram de remanejamento de datas. “Não cancelamos nenhum lançamento, tivemos apenas uma readequação de data para um lançamento previsto para 2020. Quando você passa por uma crise econômica, o mercado vem mostrando sinais de que essa crise vai chegar. Neste caso, temos uma crise econômica que vem de uma crise na saúde. É uma situação nova. Estamos fazendo o replanejamento dos trimestres, revisando as metas e preparando para uma retomada. A gente vê 2020 como um ano desafiador que temos de olhar com cautela”, concluiu a gerente da Plaenge, Valéria  Gabas. O diretor comercial da HVM disse que algumas ações propostas, pela União, serão muito importantes e necessárias, não só para construção civil, mas para todos os segmentos. “Tanto o empresariado como o governo têm de assumir algumas responsabilidades. Será um período difícil e de ajustes. Aqueles que se prepararem melhor, passarão com menos dificuldade, esperamos estar nesse time, temos trabalhado para isso”, completou Fabrão.

A MRV projetou um lançamento em Campo Grande para junho e com isso abre vagas de emprego. “Já reforçamos nosso time comercial. Estamos com inscrições abertas para o credenciamento de corretores autônomos. Ao todo, 15 profissionais serão credenciados”, informou Parra.

EMPREGOS

Conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Estado registrou saldo de -417 empregos na construção civil em abril. No entanto, representantes do setor afirmam que a situação segue estável, tanto nos contratos e empregos, quanto nos canteiros de obras. 

FOLHA DE PAGAMENTO

Estado gasta mais com funcionários inativos e pensionistas que com ativo

Conforme relatório, aposentados e pensionistas custam R$ 317,2 milhões mensais a MS e servidores R$ 286,8 milhões

23/04/2024 09h00

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O governo do Estado de Mato Grosso do Sul tem empenhado cerca de 10% a mais com a folha salarial de aposentados e pensionistas no comparativo com funcionários ativos. Os dados constam no relatório de avaliação atuarial 2024 do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). 

Conforme o documento, elaborado pela Brasilis Consultoria Atuarial, são 32.030 servidores ativos em Mato Grosso do Sul, outros 24.685 aposentados e 4.336 pensionistas civis. Constam ainda os militares, que são 6.082 ativos, 4.456 inativos e 1.058 pensionistas.  

Somados, aposentados e pensionistas recebem R$ 317,232 milhões, enquanto os  funcionários atuantes  (ativos) despendem despesa de R$ 286,838 milhões mensais ao ente federado. 

Ainda segundo o relatório, o salário médio de aposentados e pensionistas é maior que dos funcionários que trabalham atualmente. Sendo a média de inativos, R$ 11,196 mil; dos pensionistas, R$ 9,419 mil; e dos servidores da ativa de R$ 8,955 mil. 

No total, são R$ 604,070 milhões destinados à folha de pagamento de 61.051 funcionários públicos, entre ativos e inativos. 

Com a folha salarial dos militares é possível identificar o mesmo cenário. Apesar de o número de servidores da ativa ser maior, como a remuneração média de aposentados e pensionistas é maior, o valor mensal pago ao grupo de inativos é maior. 

Os militares da ativa recebem, em média, R$ 9,259 mil mensais, enquanto aposentados recebem R$ 11,594 mil e pensionistas, R$ 8,340 mil. Somados, os rendimentos de aposentados e pensionistas resultam em despesa de R$ 60,490 milhões mensais, ante os  R$ 56,315 milhões aos militares ativos. 

 

Fonte: Brasilis Consultoria Atuarial 

Ao todo, a folha de pagamento dos militares chega a R$ 116,805 milhões mensais. 

Em entrevista concedida ao Correio do Estado no mês passado, o secretário de Estado de Administração (SAD), Frederico Felini, explicou que a previdência é uma questão problemática de toda administração pública. 

“Hoje, nós temos, entre ativos e inativos, aproximadamente 80 mil servidores e pensionistas. No orçamento deste ano, há uma previsão de gasto de mais de R$ 4 bilhões com a Previdência estadual. Estamos trabalhando em contenções nesses primeiros meses do ano, buscando maneiras de reduzir esses valores.

Atualmente, o déficit previdenciário de Mato Grosso do Sul está em torno de R$ 12 bilhões”, afirmou Felini em entrevista publicada dia 23 de março.

O secretário ainda pontuou que atualmente o Estado aporta recursos além da sua cota para tentar conter o déficit.

“O Estado vem aportando aproximadamente R$ 3 bilhões por ano a mais do que seria a obrigação legal, para conter o aumento desse déficit. E essa é uma discussão que já está sendo feita com o parlamento estadual, até porque é necessário que isso seja posto de forma legal, com o intuito principal de não comprometer os servidores”.

ALÍQUOTA

A contribuição para a previdência estadual é de 14% para todos os servidores desde 2021. Os aposentados e pensionistas protestam, desde então, por uma redução da contribuição. 

O titular da SAD disse que a redução dessa alíquota comprometeria a saúde fiscal, a responsabilidade legal do Estado, e poderia levar a um rombo futuro ainda maior. “Por isso, o governo aumentou sua contribuição, como mais um esforço para equacionar essa conta, zerar o deficit e, então, discutir reduzir alíquota”, concluiu Felini.

Para minimizar o impacto aos inativos, o governador Eduardo Riedel (PSDB) sancionou a lei que cria um auxílio médico social para aposentados e pensionistas do Estado, no valor de R$ 300 por mês. 

O benefício será para aposentados e pensionistas dos órgãos da Administração Direta, das autarquias e das fundações do Poder Executivo Estadual, que recebam proventos ou pensão da Previdência do Mato Grosso do Sul (MSPREV), até o valor do teto do INSS, hoje em R$ 7.786.01. Ao todo 11.150 servidores (inativos) serão contemplados.

“O governador Eduardo Riedel nos orientou para pensarmos nas pessoas com menores salários. Dessa forma, criamos este auxílio médico social que é uma forma de atender o pleito”, destacou o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez.

O benefício tem caráter indenizatório e não se incorpora aos proventos ou pensão para nenhum fim e não é computado para efeito de cálculos de gratificação, adicionais ou outros acréscimos.

A lei estabelece que na hipótese de pensão por morte seja concedida a mais de um dependente, o benefício será dividido de forma proporcional às cotas concedidas. 

 

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Economia

Não houve invasão externa em sistema do Tesouro, diz Haddad

Segundo ele, alguém com acesso à ferramenta tentou desviar recursos

22/04/2024 19h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Não houve ataque externo na invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Tesouro Nacional, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do Portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.

“Não foi um hacker que quebrou a segurança [do Siafi], não foi isso. Foi um problema de autenticação. É isso que a Polícia Federal está apurando e está rastreando para chegar aos responsáveis”, declarou o ministro antes de sair para reunião no Palácio do Planalto. “O sistema está preservado. Foi uma questão de autenticação. É alguém que tinha acesso.”

O ministro disse não saber sobre valores supostamente desviados e disse ter recebido a informação assim que a imprensa começou a divulgar o caso. “Não tenho informação sobre valores. Isso estava sendo mantido em sigilo inclusive dos ministros. Estava entre o Tesouro [Nacional] e acho que a Polícia Federal. Eu soube no mesmo momento em que vocês”, disse, reiterando que não houve ataque externo de hackers ao sistema.

Divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, a invasão do Siafi ocorreu neste mês. Os criminosos supostamente conseguiram emitir ordens bancárias e desviar dinheiro público usando o login de terceiros no Portal Gov.br.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. No fim desta tarde, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou ter entrado na investigação e estar acompanhando o caso “em colaboração com as autoridades competentes”.

Tesouro

Em nota emitida no início desta noite, o Tesouro Nacional confirmou a afirmação de Haddad de que o Siafi não foi invadido, mas que ocorreu uma utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Segundo o órgão, as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas e não causaram prejuízos à integridade do sistema.

O órgão acrescentou que está tomando todas as medidas necessárias em resposta ao caso, incluindo ações adicionais para reforçar a segurança do sistema. “O Tesouro Nacional trabalha em colaboração com as autoridades competentes para a condução das investigações; e reitera seu compromisso com a transparência, a segurança dos sistemas governamentais e a preservação do adequado zelo das informações, até o término das apurações”, concluiu o comunicado.

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