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Com opção para financiar de veículos até cirurgia plástica, consórcio se reinventa

Vendas de cotas cresceram mais de 20% neste ano, com destaque para o setor de serviços

DANIELLA ARRUDA E EDUARDO FREGATTO

19/11/2018 - 05h00
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Mais do que imóveis ou automóveis, os consórcios têm se estabelecido, cada vez mais, como uma opção atrativa para adquirir os mais diversos produtos e até serviços. Seguindo uma tendência nacional, Mato Grosso do Sul obteve crescimento superior a 20% na comercialização total de cotas de consórcios em 2018, inclusive superando o índice do País, de 10%, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). As vendas do setor avançaram 22,7% e chegaram a 20.128 cotas no Estado, no período de janeiro a junho deste ano. Com o resultado, MS ficou em terceiro lugar entre as unidades da Federação em maior porcentual de aumento nas cotas comercializadas, durante o primeiro semestre deste ano. 

“Por muito tempo, o mercado de consórcios se manteve muito acanhado. Antigamente, os clientes que procuravam as administradoras, mas, hoje, muitas administradoras e representantes delas procuram os clientes de forma direta, com um marketing muito mais forte, munido de informações mais acessíveis”, afirma o empresário Matheus Alexandre Romero Oliveira, que mantém em Campo Grande uma administradora de consórcios. Ele observa de perto o crescimento do setor e identifica algumas mudanças que vêm impulsionando as vendas.

“A procura por cotas ‘serviços’ vem crescendo significativamente”, destaca. “Entende-se por serviços: cirurgias em geral, viagens e festas. A busca por cotas de implementos agrícolas, barcos e motores, caminhões e aviões também aumentaram”. Atualmente, aponta, as opções para se realizar um consórcio são vastas. É possível adquirir, praticamente, “qualquer coisa”. 

CUIDADOS 

Apesar da atratividade, é preciso tomar alguns cuidados antes de embarcar em uma compra dessa modalidade. O primeiro passo é ficar atento às taxas de administração a serem pagas no período do consórcio. 

Essa taxa nada mais é que a forma como a administradora é remunerada por garantir que o grupo tenha acesso aos bens contratados. Diferentemente da taxa de juros, a de administração é fixa e estipulada em contrato. Sua incidência acontece de forma diluída nas prestações durante todo o consórcio e deve ser considerada como um fator de decisão antes de adquirir uma cota.

“O comprador precisa calcular quanto será pago de taxa no período total do consórcio e quanto abaterá dessa taxa a cada mês”, ressalta Oliveira. “Mas vale destacar que o consórcio não tem juros, e as taxas administrativas variam de 0,16% a 0,22% ao mês [porcentual simples], contra os juros dos financiamentos, que facilmente ultrapassam 1,5% ao mês [juros compostos]”.

Outro ponto importante é ter ciência de que o consórcio é uma compra planejada, e não imediata. Segundo o especialista, há algumas formas de antecipar a retirada do produto, por meio de lances, por exemplo, em que o cliente disponibiliza quantia de dinheiro usada para abater o restante das parcelas. Porém, não existem garantias. Por isso, se a necessidade do bem ou serviço é urgente, o consórcio não é recomendado.
“Fatores que também deverão ser analisados pelo cliente é o número de contemplados ao mês que a administradora concede, possíveis limitações com as cartas de crédito e a burocracia para a retirada do bem”, aconselha.

EXPANSÃO

Criado na década de 1960 no Brasil como uma alternativa financeira para compra de carros, o consórcio se sofisticou nos últimos anos e expandiu suas opções. Hoje, consumidores e empresas podem participar de grupos para compra de carros, motos, imóveis, veículos pesados, serviços e eletroeletrônicos. Na prática, é possível adquirir de celulares a aviões; de cirurgias plásticas a sistemas para geração de energia solar.
O prazo médio de duração dos consórcios de motos e automóveis era de 60 meses. Depois da crise, passou a ser de até 72 meses para motos e até 84 meses para automóveis.

O segmento de veículos automotores é o principal, representando perto de 65% do total dos negócios, aponta a Abac. Mas modalidades mais novas, como a de consórcio de serviços, têm ganhado espaço. No primeiro semestre deste ano, os negócios no segmento somaram R$ 158 milhões, alta de 61% em relação ao mesmo período de 2017. 

O setor tem hoje 153 administradoras no País, segundo o Banco Central.

Diante desse cenário de crescimento, Mato Grosso do Sul se destaca como um dos estados em que o consórcio se torna uma das principais opções de compra. “MS tem sido alvo de grandes administradoras que estão vindo a expandir seus negócios. Empresas relevantes estão com grandes projetos para a expansão do consórcio, tanto para Campo Grande, quanto para todo o Estado”, finaliza Matheus Oliveira, empresário do setor. (Com informações do Estado de São Paulo)

META FISCAL

Governo Lula revê trajetória das contas e adia ajuste fiscal para próximo presidente

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

15/04/2024 18h00

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028. Gabriela Biló/Folhapress

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O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai propor uma revisão na trajetória das contas públicas que, na prática, adia o ajuste fiscal para o próximo presidente da República.

A meta fiscal será zero para 2025, igual a este ano, com uma alta gradual até chegar a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2028.

Os números sinalizam uma flexibilização em relação à promessa feita no ano passado, na apresentação do novo arcabouço fiscal, de entregar um superávit de 0,5% do PIB no ano que vem e alcançar um resultado positivo de 1% do PIB já em 2026, último ano de mandato de Lula.

A opção do Executivo pela meta zero no ano que vem também indica ainda a possibilidade de novo déficit, já que há uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos. Para este ano, o governo já prevê um resultado negativo de R$ 9,3 bilhões.

Além da piora do cenário, o Executivo também reduziu a velocidade do ajuste fiscal. Se antes o esforço adicional era de 0,5 ponto percentual ao ano, a melhora do resultado agora será de 0,25 ponto ao ano em 2026 e 2027.

Após o déficit zero no ano que vem, o governo prevê um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028, já no primeiro biênio do mandato do próximo presidente da República.

A piora no alvo da política fiscal deve ter consequências negativas sobre a trajetória da dívida pública. Segundo estimativas da própria área econômica, é preciso um superávit de 1% do PIB para estabilizar a dívida -patamar que, agora, só deve ser alcançado no próximo governo.

A intenção do governo de perseguir uma meta menos ambiciosa foi revelada pela Folha de S.Paulo. O número constará no PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, a ser apresentado nesta segunda-feira (15) ao Congresso.

Na tarde desta segunda, a poucas horas da divulgação oficial, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) confirmou à Globonews a meta zero em 2025, em uma inusual entrevista exclusiva concedida pelo chefe da pasta antes de uma coletiva à imprensa convocada para tratar justamente do PLDO.

Nem Haddad nem a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) participarão da coletiva para justificar a piora no cenário fiscal, tarefa que caberá a secretários das duas pastas.

"Nós não costumamos antecipar os dados da LDO antes da entrevista oficial, mas vazaram esses dois dados [meta de 2025 e salário mínimo], e aí a imprensa toda está dando. Até me desculpo por estar falando disso antes das 17h, que é o horário combinado. Mas, sim, os dados que eu tenho são esses", disse o ministro.

Além da meta, ele fez referência à previsão de salário mínimo de R$ 1.502 no ano que vem, como antecipou a Folha de S.Paulo.

Apesar da revisão do cenário fiscal dos próximos anos, Haddad disse não desistiu de alcançar um superávit ainda neste mandado do governo Lula. "Tem 2026 ainda", afirmou.

A flexibilização da trajetória fiscal se dá diante de um quadro desafiador para continuar aumentando a arrecadação e alcançar o superávit de 0,5% do PIB, como prometeu o ministro da Fazenda.

Embora o governo tenha aprovado uma série de medidas de receitas ao longo de 2024, boa parte delas são extraordinárias e não se repetirão no ano que vem.

Além disso, membros do Executivo têm a avaliação de que a agenda de arrecadação está se exaurindo, o que dificulta ir atrás de novas receitas.

Um sinal disso são as resistências enfrentadas pelo governo na discussão de medidas enviadas ao Legislativo no fim de 2023, como a reoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras, o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a limitação do uso de créditos judiciais pelas empresas para abater tributos.

A Fazenda precisou abrir as negociações e flexibilizar boa parte dessas iniciativas para melhorar sua aceitação no Congresso. Consequentemente, isso afeta a capacidade do governo de reequilibrar as contas públicas.

Na entrevista à Globonews, Haddad disse que o governo vai manter a interlocução com o Congresso Nacional em busca de novas fontes de receitas. "Vamos rever os gastos tributários", disse. "Vamos fazer a arrecadação voltar um patamar razoável, acima de 18% [do PIB]. A gente está mirando em 18,5% [do PIB]."

Para este ano, a meta já é de déficit zero, e a avaliação mais recente do Orçamento indica um resultado negativo em 0,1% do PIB -dentro da margem de tolerância da meta fiscal, que é de 0,25 ponto percentual para mais ou menos.

Embora a meta seja igual para 2024 e 2025, o governo tem o discurso de que a proposta de Orçamento do ano que vem precisará ser enviada cumprindo esse objetivo central, enquanto neste ano o resultado esperado já é de déficit. Por essa comparação, o governo estaria garantindo a trajetória de melhora contínua das contas.

Meta 2025

Haddad confirma meta fiscal de déficit zero para 2025 e salário mínimo de R$ 1.502

Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025

15/04/2024 16h00

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e presidente Luiz Inácio Lula da Silva Arquivo

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou no período da tarde desta segunda-feira, 15, que o governo definiu a meta fiscal do próximo ano como déficit primário zero, assim como o alvo deste ano, conforme mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Há um ano, a equipe econômica havia estabelecido que buscaria fazer um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.

A confirmação foi dada em entrevista à GloboNews. Haddad pediu desculpas por antecipar os números antes da divulgação pelo Ministério do Planejamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ainda no período da tarde desta segunda-feira, mas argumentou que os números já haviam sido "vazados" à imprensa.

Haddad confirmou também que a projeção para o salário mínimo no próximo ano é de R$ 1.502.

Haddad foi questionado se, com a decisão de revisar a meta de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria desistido de fazer superávits neste mandato. O ministro rebateu, contudo, que ainda haverá 2026 para buscar esse alvo.

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