Economia Susan Benites
Com apenas 3,7% de área de soja colhida, os produtores rurais de Mato Grosso do Sul comercializaram, até 10 de fevereiro, 46,5% da safra de soja 2019/2020. De acordo com o levantamento da Granos Corretora, houve avanço de 8 pontos percentuais comparado ao índice apresentando no mesmo período da safra 2018/2019.
Em fevereiro, o preço médio da saca da oleaginosa apresentou aumento nominal de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano o preço médio da saca ficou em R$ 73,63, enquanto em fevereiro de 2019 havia sido cotada a R$ 66,53. “As cotações do grão subiram e permanecem sustentadas pela forte demanda, pelo baixo excedente de soja e pelas valorizações da moeda americana”, afirma a analista técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Bruna Dias.
EXPORTAÇÕES
Conforme os dados do Boletim Casa Rural, em janeiro de 2020, Mato Grosso do Sul exportou 3,5 mil de toneladas de soja em grãos, retração de 89,83% em relação a 2019. Em janeiro de 2020, as receitas totalizaram US$ 1,2 milhão, retração de 90,3% em relação ao mesmo período em 2019. O Brasil exportou em janeiro de 2020, 1,4 milhão de toneladas, retração de 26,87% no comparativo com o mesmo período de 2019, já as receitas superaram US$ 513 milhões, retração de 33,23%. O recuo nas exportações da oleaginosa no mês de janeiro é sazonalmente baixo, por ser um período em que o país ainda está apenas no início da colheita e o baixo excedente de passagem, mas esse menor movimento de grãos foi atípico.
A China aparece como o principal destino das exportações de soja em grão de MS em janeiro de 2020, respondendo por US$ 1,1 milhões, ou 90,14% do total. Em termos de volume, as exportações à China totalizaram 3,2 mil toneladas no período de janeiro de 2020. Em segundo lugar no ranking de exportações de soja em grãos de MS aparece a Tailândia com 9,86% da receita total.
Dentre os estados da Federação, o Paraná foi o principal exportador, respondeu por 22,69% da receita total com as vendas do Brasil para o mercado externo em janeiro de 2020. Mato Grosso do Sul ficou com a décima quarta posição com 0,25% na participação nacional das exportações de soja
COLHEITA
A safra de soja 2019/2020 de Mato Grosso do Sul tem expectativa de ser recorde e chegar a 10 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados na sexta-feira (14) pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) e Famasul.
O levantamento indica que, nesta safra, a área plantada será de 3,1 milhões de hectares, um aumento de 6,18% frente à última temporada, que foi de 2,9 milhões de hectares. A produtividade deve ser de 52,1 sacas por hectare. A estimativa é que a produção seja de 9,9 milhões de toneladas, um recorde em Mato Grosso do Sul, com aumento de 12,5% em relação ao ciclo anterior.
De acordo com o presidente da Aprosoja, André Dobashi, apesar do atraso de até 21 dias no plantio da soja, a produtividade desta safra deve ser muito superior a passada. “Se a gente tiver uma estimativa de 52 sacas [por hectare] a gente já teria um incremento de produtividade em função do aumento diário de 6% [de área plantada] que a gente já consolidou a campo”, afirmou.
Caso a colheita chegue a produtividade de 56 sacas/he, como é a expectativa do setor, a produção pode ultrapassar os 10 milhões de toneladas. Com isso, se o Mato Grosso do Sul fosse considerado um país, ele ficaria entre os cinco primeiros produtores de soja do mundo. “Com o nível de tecnologia que a gente consegue a campo, graças às instituições de pesquisa, a gente estaria à frente até do Paraguai em produtividade, nós seríamos o quinto maior produtor mundial. Isso nos coloca em outro patamar de produtividade e produção, graças ao avanço de toda a tecnologia a campo, graças a toda contribuição acadêmica e graças ao esforço do produtor rural sul-mato-grossense”, avaliou Dobashi.
A analista técnica do Sistema Famasul, Tamiris Azoia, explica que o aumento da área de plantio é benéfico para o Estado. “A expansão da cultura da soja em Mato Grosso do Sul tem ocorrido sobre pastagens degradadas, o que gera benefícios agronômicos, sociais e ambientais”.