Em seis meses, apenas 51 consumidores de Mato Grosso do Sul aderiram à opção da tarifa branca disponibilizada pela concessionária Energisa. O número de adesões representa menos de 1% do total de unidades consumidoras do Estado, que atualmente chega a 942 mil em 74 municípios, segundo tabelas divulgadas pela empresa.
A tarifa branca é um novo regime tarifário, disponível desde janeiro deste ano, que promete trazer economia na conta de energia, caso os moradores realizem consumo em horários específicos pré-determinados.
Com esta modalidade, a tarifa fica mais cara no momento em que a rede é mais demandada, entre 17h e 22h. Entre 18h e 21h a energia ficará até cinco vezes mais cara. Das 17h às 18h e das 21h às 22h, o preço da luz ficará três vezes maior. Por outro lado, no restante das horas do dia, o preço fica menor e, nos fins de semana e feriados, a energia terá o valor mais em conta durante todo o tempo de consumo.
Nas residências, atualmente, a tarifa convencional é de R$ 0,54500 a cada quilowatt/hora consumido; já na tarifa branca, o valor diminui para R$ 0,43389 o kW/h fora do horário de ponta, que é o horário que se deve evitar o consumo. Caso o morador use a energia no horário de ponta, o valor passa a ficar R$ 1,04529 o kW/h, ou seja, 91,8% mais alto.
Se o consumidor conseguir utilizar a tarifa branca da forma correta, pode ter uma economia de 25% na fatura”, destaca Rosimeire Cecília da Costa, presidente do Conselho dos Consumidores de Energia Elétrica da Área de Concessão da Energisa-MS (Concen-MS).
“Mas, para dar certo, é necessário ter um perfil bastante específico, como, por exemplo, um estudante que passa a noite toda fora de casa, na faculdade; ou é preciso mudar os hábitos de todos os moradores da residência para se adequar às regras. A gente acredita que, por conta disso [da dificuldade], não houve uma adesão mais regular a esse tipo de serviço, apesar de termos feito orientações e incentivos”, complementa.
COMÉRCIO E INDÚSTRIA
Comércios, indústrias e área rural também podem aderir à tarifa branca, com seus custos específicos. Contudo, conforme explica Rosimeire da Costa, a modalidade não é tão interessante para esses setores, especialmente para os pontos comerciais e as grandes indústrias.
“Nós tivemos reunião com representantes da área comercial e, para eles, não é tão interessante, pois o comércio, geralmente, fecha às 19h. Eles iriam ter consumo no horário de ponta, o que ia deixar a fatura mais cara”.
Já em relação ao setor industrial, aponta, é utilizada a tarifa azul, que é aplicada às unidades consumidoras do grupo A, caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia, o que já é mais vantajoso para o segmento.
OPCIONAL
Apesar da baixa adesão, a Energisa informou que nenhum dos 51 consumidores desistiram do novo sistema tarifário. A modalidade é opcional. Para aderir, é preciso fazer um pedido à distribuidora.
Inicialmente, apenas clientes com consumo médio mensal acima de 500 kW/h poderão migrar neste ano.
Unidades com consumo médio acima de 250 kW/h poderão participar apenas em 2019 e demais unidades a partir de 2020.
A tarifa branca não se aplica aos consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em lei e à iluminação pública.